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Porto Alegre e outras cidades avançam com a transição para ônibus elétricos e tecnologias sustentáveis

Com investimentos do Novo PAC, cidades brasileiras estão investindo em transporte público mais limpo, com foco na redução de emissões e qualificação de trabalhadores para manutenção de novas tecnologias.

Cidades brasileiras, como Porto Alegre, estão se preparando para uma revolução no transporte público com a introdução de ônibus elétricos. A transição energética, apoiada por financiamentos do Novo PAC, promete reduzir as emissões de CO₂ e proporcionar novos postos de trabalho, enquanto motoristas e técnicos se adaptam a tecnologias inovadoras e desafiadoras.

A mobilidade urbana no Brasil está passando por uma transformação significativa, com o crescente número de ônibus elétricos circulando pelas cidades. Porto Alegre, por exemplo, já conta com 12 modelos de ônibus elétricos movidos a bateria e planeja adquirir 100 novos veículos até o fim deste ciclo. A transição para o transporte público sustentável não é apenas uma questão ambiental, mas também uma grande oportunidade de capacitação profissional e inovação tecnológica. Este movimento é financiado pelo Novo PAC, que oferece recursos para a renovação da frota e infraestrutura de recarga de baterias, com apoio da Caixa Econômica Federal e do BNDES.

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A expansão da frota elétrica nas cidades brasileiras visa a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE), especialmente o CO₂, que representa grande parte da poluição nas áreas urbanas. Embora os carros e motocicletas sejam responsáveis por cerca de 60% das emissões, os ônibus contribuem com uma parcela significativa – entre 15% e 27%, dependendo da distância percorrida. Com os ônibus elétricos, espera-se um impacto muito positivo no cenário climático, já que esses veículos não emitem gases poluentes durante a operação.

Além dos benefícios ambientais, a chegada dos ônibus elétricos também traz desafios. O treinamento de motoristas e profissionais de manutenção é essencial para garantir a segurança e eficiência desses novos veículos. Em Porto Alegre, por exemplo, a formação dos motoristas e técnicos tem sido um pilar fundamental dessa transformação. Técnicos como Marcelo Scheffel, da Viação Teresópolis Cavalhada, destacam que os treinamentos sobre a manutenção dos sistemas elétricos, envolvendo alta tensão, são cruciais para a segurança e eficácia na operação. “Antes, nosso limite era 24 volts, agora trabalhamos com até 680 volts, o que exigiu total adaptação”, explica.

Para que a manutenção dos ônibus elétricos seja eficiente, é necessário que os profissionais conheçam bem os componentes das baterias e os sistemas elétricos de alta voltagem. A segurança dos trabalhadores é uma prioridade, com a utilização de equipamentos de proteção individual (EPIs) específicos para a interação com sistemas de alta tensão, como luvas isolantes, capacetes com visor e vestimentas protetoras. Esses treinamentos incluem até simulações para preparar os profissionais para situações de risco, como choques elétricos e falhas de isolamento.

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Os ônibus elétricos também estão criando um novo padrão no mercado de trabalho. Com veículos mais silenciosos, confortáveis e fáceis de dirigir, os motoristas agora têm a oportunidade de aprimorar suas habilidades de condução e de economizar energia com uma direção mais suave e defensiva. Para os motoristas, essa mudança significa não apenas uma atualização no seu trabalho, mas também um status de modernidade e eficiência. Como o Marcelo Scheffel observa, “dirigir um ônibus elétrico é visto como uma promoção dentro da empresa, e a segurança e o conforto do trabalho também aumentam.”

O treinamento de gestores e técnicos em telemetria também é uma parte fundamental da adaptação à nova realidade. A telemetria, um sistema de sensores e softwares instalados nos ônibus elétricos, permite monitorar o desempenho do veículo em tempo real, incluindo o consumo de energia e o desempenho da bateria. Esse sistema não só melhora a eficiência energética, mas também permite ajustes operacionais rápidos para otimizar a utilização dos ônibus, algo que é monitorado por técnicos como Guilherme Cortelini da Rosa, gerente de manutenção da Nortran Transportes Coletivos em Porto Alegre. “A eficiência energética é um dos maiores desafios e, ao mesmo tempo, a maior vantagem dos ônibus elétricos”, comenta.

Além disso, a indústria de reciclagem de baterias está se tornando um campo essencial dentro da cadeia de produção dos ônibus elétricos. Empresas como a Bravo Motor Company estão investindo em fábricas de baterias no Brasil, e a reciclagem do lítio, usado nas baterias dos ônibus, promete ser uma das principais alternativas para a sustentabilidade da mobilidade elétrica no país. Como explica Eduardo Javier Munoz, CEO da Bravo, “a economia circular, que envolve a reciclagem de baterias, é não apenas uma necessidade, mas uma obrigação para as empresas que querem continuar no mercado”. O Brasil está, portanto, se preparando para ser um grande hub de mobilidade elétrica e reciclagem de baterias.

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Com a intensificação da capacitação profissional, as empresas de transporte coletivo precisam se adaptar rapidamente às mudanças, investindo em tecnologias e sistemas que não apenas garantam a segurança, mas também promovam a eficiência operacional. A combinação de ônibus elétricos, novos conhecimentos sobre tecnologias de baterias, e a sustentabilidade no setor de transportes pode transformar completamente o setor, oferecendo um futuro mais limpo e eficiente para as cidades brasileiras.

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