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Veículos elétricos crescem no mundo, mas ainda não substituem os modelos a combustão de forma consistente

Mesmo com bilhões em investimentos, adoção de EVs varia conforme região, política de incentivos e infraestrutura

Com destaque absoluto para China e países nórdicos, o mercado global de veículos elétricos (EVs) segue em expansão, mas ainda enfrenta grandes desafios para substituir os motores a combustão interna (ICE). Segundo levantamento da Tradingpedia, com base em dados da Agência Internacional de Energia (IEA) e da Associação Europeia dos Fabricantes de Automóveis (ACEA), a penetração dos EVs no mercado global é desigual, marcada por avanços concentrados e retrocessos localizados.

China segue como líder isolada, com 11,3 milhões de unidades vendidas em 2024, sendo 6,4 milhões de elétricos puros (BEVs) e 4,9 milhões de híbridos plug-in (PHEVs), o que corresponde a 48% de todos os veículos novos comercializados no país. A política agressiva de incentivos, produção local e expansão da infraestrutura de recarga foram fundamentais para esse avanço.

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Nos países nórdicos, os números também impressionam. A Noruega teve 92% das vendas de carros novos compostas por EVs, consolidando sua liderança em adoção elétrica. Suécia (58%), Dinamarca (56%) e Finlândia (50%) também registraram altas taxas de eletrificação. No entanto, na Europa como um todo, as vendas caíram 2,18% em 2024, somando 2,93 milhões de unidades, em meio à retirada de subsídios e incertezas econômicas.

O mercado europeu exibe contrastes: enquanto a Alemanha viu uma queda de 27% nas vendas de BEVs, os PHEVs cresceram 9%. Ao mesmo tempo, o número de carros a gasolina aumentou 1,36%, evidenciando um recuo temporário na transição energética. Na França, embora os BEVs tenham recuado 2,55%, as vendas de híbridos convencionais saltaram 36,2%, reforçando sua importância como solução intermediária.

Nos EUA, a penetração de EVs ainda é modesta, passando de 9,5% para 10% entre 2023 e 2024. O país conta com 6,3 milhões de veículos elétricos em circulação, o que representa apenas 2,7% da frota total. Já os PHEVs cresceram 10,34%. No Canadá, o crescimento foi expressivo: alta de 47,37% nas vendas de EVs, que agora representam 17% dos emplacamentos.

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Outros mercados emergentes também apresentaram saltos significativos. Na Indonésia, as vendas cresceram 186%, e no Chile, 165%. Ainda que os números absolutos permaneçam baixos (49 mil e 5,6 mil unidades, respectivamente), os dados indicam uma abertura crescente para alternativas aos combustíveis fósseis. No México, as vendas aumentaram 68%, embora representem apenas 2,2% do total.

No sentido contrário, a Nova Zelândia viu um declínio preocupante: de 27% de participação de EVs em 2023 para apenas 11% em 2024, um recuo associado à retirada de benefícios fiscais e à mudança nas preferências dos consumidores.

Em termos de participação global, os EVs ainda não estão substituindo plenamente os ICEs. Em muitos países, a eletrificação vem somando-se à frota e não substituindo veículos a combustão, o que impede uma redução mais efetiva nas emissões. Na Europa, os carros a gasolina representaram 33% das vendas em 2024, os híbridos cresceram para 31,4% e os elétricos, somando BEVs e PHEVs, responderam por 22,7%. Já o diesel continua em queda: 10,4% de participação e retração de 11,8%.

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A revolução chinesa no setor automotivo é notável. A BYD superou a Tesla em vendas globais de EVs em 2024, com 900 mil unidades vendidas no primeiro trimestre do ano. Tesla, por sua vez, ficou com pouco mais de 336 mil unidades. No mesmo período, a BYD também bateu a Tesla na Europa, vendendo 7.231 unidades contra 7.165. O destaque entre os modelos foi o Škoda Elroq, novo SUV compacto, com cerca de 8 mil registros em abril.

O domínio chinês se estende às marcas mais vendidas: metade dos 20 maiores fabricantes de EVs no mundo são chineses, incluindo Geely, Wuling e Xpeng. Na Europa, a Volkswagen ainda lidera, com 23.514 BEVs vendidos em abril, seguida por BMW (14.867) e Škoda (13.598).

O futuro da mobilidade elétrica depende cada vez mais de políticas públicas estáveis, infraestrutura robusta, incentivos fiscais e, sobretudo, da aceitação do consumidor. Embora a eletrificação avance, o motor a combustão ainda reina na maior parte do mundo, e a transição completa permanece um objetivo de longo prazo.

O estudo mencionado foi conduzido pela equipe da Tradingpedia, com base em dados fornecidos por:

  • International Energy Agency (IEA) – Agência Internacional de Energia
  • European Automobile Manufacturers’ Association (ACEA) – Associação Europeia dos Fabricantes de Automóveis

Além dessas fontes principais, o levantamento também utilizou informações de:

  • EV Volumes
  • Marklines
  • European Alternative Fuels Observatory (EAFO)
  • International Organization of Motor Vehicle Manufacturers (OICA)

A reportagem foi escrita por Michael Fisher e atualizada em 25 de junho de 2025.

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BEV (Battery Electric Vehicle) – Veículo movido exclusivamente por energia elétrica armazenada em baterias recarregáveis.

PHEV (Plug-in Hybrid Electric Vehicle) – Híbrido com possibilidade de recarga externa, combinando motor elétrico e motor a combustão.

ICE (Internal Combustion Engine) – Veículo com motor a combustão interna, alimentado por gasolina, diesel ou etanol.

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