O lançamento do Novo Ford Ka foi um dos mais esperados em 2014. O modelo que do antigo tem apenas o nome ganhou uma evolução tão completa, que foi disponibilizado com motorização três cilindros, versão sedã e até com cinco portas.
Apostando em itens de tecnologia, a Ford buscou deixar o Ka mais completo, mas alguns itens importantes foram deixados de fora. Confira como foi o comportamento do Novo Ka 1.0 hatch SEL durante nossa avaliação.
A primeira impressão é que o New Fiesta passou alguns dias no SPA e voltou mais magro, enxuto, mas sem perder suas características de design e visual do modelo. O Novo Ka remete automaticamente ao irmão mais velho quando o assunto é aparência. Ele utiliza a mesma plataforma do EcoSport e New Fiesta.
Tendo como principal atrativo sua relação custo x benefícios, a Ford resolveu disponibilizar no Novo Ka tecnologias inovadoras para o segmento, como assistente de partida em rampa e controles eletrônicos de tração e estabilidade. Esses recursos, no entanto, ficam restritos à configuração avaliada por nossa equipe, a topo SEL.
Quando o assunto é Mecânica Online, o Novo Ka marca a estreia da motorização 1.0 litro com três cilindros que produz 85 cv de potência com etanol.
O Novo Ka agora é um veículo global. A versão que avaliamos apresenta ar-condicionado, direção elétrica, vidros e travas elétricas com controle remoto, chave canivete, airbags frontais, freios ABS com EBD, abertura elétrica do porta-malas, ajuste de altura da coluna de direção, sistema de multimídia com comandos de voz e assistência de emergência – que liga sozinho para o Samu em caso de acidentes graves –, controle eletrônico de estabilidade e tração, assistente de partida em rampas, rodas de liga leve com 15 polegadas, faróis de neblina dianteiros, computador de bordo e alarme.
Quando comparamos com o Volkswagen Up!, por exemplo, o que muita gente pergunta, a verdade é que o Ka passa a impressão de ser mais carro, afinal ele deixa de ser um subcompacto (como acontece com o Up!) e torna-se um compacto de verdade, com o diferencial de oferecer espaço interno melhor que o próprio New Fiesta. Seus itens de acabamento e do painel, afirmam ainda mais essa percepção quando se entra no modelo.
Ele tem 4 cm a mais de entre-eixos que o modelo anterior, totalizando agora 2,49 metros. Houve acréscimo ainda de 6 cm tanto na largura quanto no comprimento e 11 cm na altura. Já o porta-malas ficou menor e tem capacidade de 257 litros – abaixo da média do segmento – 6 litros a menos.
Avaliação
Desempenho – Estamos falando de um modelo 1.0 litro e três cilindros. Apesar dos dados positivos que a Ford destaca no modelo, só quando está em alta rotação é que o modelo roda com maior facilidade. Em baixas sente-se maior dificuldade nas saídas e principalmente, nas retomadas.
O consumo apesar de ser classificado como A no INMETRO, com dados de 8,9 km/l e 10,4 km/l com etanol e 13 km/l e 15,1 km/l com gasolina, respectivamente nos ciclos urbano e rodoviário, fugiu na prática de forma negativa dos números de modelos como o Up!, que também possui motorização similar (1.0 e três cilindros).
O torque máximo é de 10,2 kgfm com gasolina e surge aos 3.500 giros, enquanto que com etanol chega aos 10,7 kgfm, mas só em 4.500 rpm. O engate no câmbio de cinco marchas é bom. Identificamos vibração superior no Novo Ka quando comparado com seus concorrentes. Também estranhamos o ruído do motor, que muitas vezes parece ficar batendo, fora de regulagem.
Seu índice de consumo energético – de 1,56 MJ/km – só fica atrás do Renault Clio sem ar-condicionado ou de modelos híbridos, como o Toyota Prius e Ford Fusion. Durante nossa avaliação o consumo pelo computador de bordo foi de 7,8 km/l em ciclo misto com etanol.
Estabilidade – Diferencial oferecido em relação aos concorrentes, o Novo Ka disponibiliza a opção de controle eletrônico de tração e estabilidade. Necessária ou não, essa tecnologia reflete em mais segurança na condução do veículo e mantém o veículo mais “preso” ao chão.
As rolagens de carroceria até aparecem, mas de maneira muito leve. Em alta velocidade, porém, sofre bastante os efeitos de ventos laterais.
Interatividade – Um dos itens que impressionam e passam a boa impressão do Novo Ka é o painel oferecido na versão SEL. Modernidade, sem dúvida. Facilidades como o sistema SYNC permite comandos de voz para seleção de músicas e demais controles do sistema multimídia. Falha grave até mesmo na versão top é a ausência de regulagem elétrica para os retrovisores externos, que só pode ser adquirido como acessório na concessionária.
Acabamento e conforto – Destaque para o bom espaço interno oferecido no Novo Ka. O plástico domina o interior mas reflete uma qualidade boa, que combinando com o painel, chega a parecer que o modelo é superior ao que entrega, ou seja, agrada muito bem.
Normalmente o motor três cilindros precisa de maior rotação para alcançar a mesma potência e torque que seriam produzidos num motor com quatro cilindros. E essa sensação de que o motor está trabalhando pra valer invade o habitáculo, tornando de certa forma o carro barulhento em seu interior.
A suspensão filtra bem as irregularidades da pista e a direção progressiva com assistência elétrica passa a sensação de leveza e de precisão que permite uma condução mais tranquila. Também fica fácil na hora de manobrar.
Tecnologia – O Ka compartilha com os novos Fiesta e EcoSport recursos eletrônicos como controle eletrônico de estabilidade e assistente de partida em rampa. Na versão SEL, o sistema multimídia Sync é item de série e aceita comandos vocais, lê SMS, opera uma série de aplicativos para celular e ainda liga sozinho para o SAMU em caso de colisão grave. Nesta configuração, o carro já traz ar-condicionado e direção, travas e vidros elétricos nas quatro portas.
Custo/benefício – Aqui vem o principal diferencial da Ford. O consumidor brasileiro mudou e procura, mesmo com motorização 1.0 litro, modelos mais completos. E ela já chega oferecendo muitos dos itens que nas outras marcas são opcionais. Disponibilizado unicamente na versão quatro portas o Novo Ka pesa 1026 kg.
Ficha técnica – Ford Ka 1.0 SEL
Motor: Gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 997 cm³, três cilindros em linha, duplo comando variável na admissão e no escape no cabeçote e quatro válvulas por cilindro. Acelerador eletrônico e injeção eletrônica multiponto sequencial.
Transmissão: Câmbio manual de cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Oferece controle de tração.
Potência: 80/85cv com gasolina/etanol a 6.500 rpm.
Torque: 10,2 kgfm a 3.500 rpm com gasolina e 10,7 kgfm com etanol a 4.500 mil rpm.
Diâmetro e curso 1.0: 71,9 mm X 81,8 mm. Taxa de compressão: 12:1.
Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com molas helicoidais, amortecedores hidráulicos e barra estabilizadora. Traseira semi-independente por eixo de torção, molas helicoidais e amortecedores hidráulicos. Oferece controle de estabilidade.
Pneus: 195/55 R15.
Freios: Discos ventilados na frente e tambores atrás. ABS com EBD e assistência de frenagem.
Carroceria: Hatch em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 3,89 metros de comprimento, 1,70 m de largura, 1,53 m de altura e 2,49 m de entre-eixos. Oferece airbags frontais de série.
Peso: 1.026 kg.
Capacidade do porta-malas: 257 litros.
Tanque de combustível: 51,6 litros.
Produção: Camaçari, Bahia, Brasil.
Lançamento no Brasil: 2014.
Itens de série: Ar-condicionado, direção elétrica, vidros e travas elétricas com controle remoto, chave canivete, airbags frontais, freios ABS com EBD, abertura elétrica do porta-malas, ajuste de altura da coluna de direção, sistema de multimídia com comandos de voz e assistência de emergência – que liga sozinho para o Samu em caso de acidentes graves –, controle eletrônico de estabilidade e tração, assistente de partida em rampas, rodas de liga leve com 15 polegadas, faróis de neblina dianteiros, computador de bordo e alarme.
Preço: R$ 39.990.