Reportagem do Diário de Pernambuco, aborda os novos avanços na fabricação de baterias automotivas
Ela fica escondida por um revestimento plástico, ao lado do motor. Talvez por esse motivo que a bateria seja tão esquecida pelos motoristas. A falta de manutenção, como deixar o acúmulo de sujeira nos pólos, reduz e muito o tempo de vida útil da bateria. Isso sem falar no constante abastecimento de água que deveria ser feito. Mas esse problema é coisa do passado. Os fabricantes resolveram investir na montagem das baterias, oferecendo um produto com mais durabilidade e menos trabalho para conservação.
Uma das novidades é a Moura Prata. A peça é composta de liga de chumbo, revestida de prata. Dessa maneira, fica mais resistente a elevadas temperaturas. “A Ford, por exemplo, faz o teste Sae J240, em que a bateria tem que suportar uma temperatura de 75º C. Só com revestimento de prata para resistir a isso tudo”, explica Raimundo Bacelar, gerente de engenharia da Moura.
A bateria Moura Prata ainda vem equipada, na parte superior, com o visor teste para informar se o produto está ou não descarregado. “Essas mudanças aconteceram por conta da reestruturação dos automóveis. As montadoras estão moldando a parte frontal dos veículos em cunho e colocando muitos equipamentos junto ao motor, fazendo a bateria trabalhar em altas temperaturas”, salienta.
A Bosch também não ficou para trás e lançou no mercado o modelo Bosch Economy. O produto é construído em polipropileno de alto impacto, totalmente selado, sem necessidade de manutenção. “A nova carcaça deixa à mostra o eletrólito (solução de bateria), sendo capaz de fazer uma análise do sistema a olho nu. Além disso, as placas são expandidas, ao invés de fundidas, não consumindo água”, explica Evandro Pontes, representante regional da Bosch.
A Heliar também colocou no mercado a bateria com liga de prata expandida, garantindo maior capacidade e desempenho na corrente de partida. Além disso, a estrutura foi modificada. O produto possui dois sistemas de proteção antichama e buchas dos pólos forjadas a frio. “A Heliar colocou prata na bateria há dois anos. Mas, agora, ela está de forma expandida, oferecendo maior durabilidade. Além disso, o produto é capaz de suportar recarregagem lenta ou rápida”, explica Ary Queiroz, representante Heliar, no Recife.
Já Delphi Freedom resolveu investir, pela primeira vez, no mercado das baterias para motocicletas. A bateria Extra é totalmente selada e utiliza a tecnologia AGM (Absorbent Glass Mat) para separação de suas placas internas. O separador é feito de uma manta de fibra de vidro, que absorve a solução interna composta de ácido sulfúrico e água. A peça vem com uma válvula de pressão, que substitui o tradicional respiro da bateria, fazendo o controle dos gases internos gerados pelo processo eletroquímico.