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Computador ajuda a desvendar lesões causadas por acidentes de carro

Um pessoa é ferida em acidentes de carro nos Estados Unidos a cada seis segundos, conforme mostram dados oficiais. As estatísticas também apontam que cerca de 40.000 norte-americanos morrem todos os anos em desastres automobilísticos. Se não é possível mudar rapidamente esses números, pelo menos uma nova arma entra na luta para minimizar as lesões: o computador.

Em muitos casos, os sintomas de uma lesão causada em um acidente podem levar horas, ou até dias, para aparecer. No momento de um acidente, a cabeça pára bruscamente, mas, dentro da caixa craniana, o cérebro pode continuar se movendo por uma fração de segundo”, disse o dr. David Thurman, do Centro de Controle e Prevenção de Doenças em Atlanta.

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Segundo Thurman, os tecidos cerebrais podem se arranhar e os vasos sangüíneos, se romper, mesmo que o acidente aconteça a uma velocidade de apenas 30 quilômetros por hora. “Quando essas veias se rompem, o resultado pode ser um sangramento lento que, por sua vez, pode aumentar a pressão no cérebro e começar a esmagá-lo. É algo que pode se tornar muito sério e, se não for tratado, levar à morte”, explica o médico.

A lesão resultante, chamada hematoma subdural, pode ocorrer depois que o paciente passou por exames no hospital e nada foi constatado. Por essa razão, os paramédicos são treinados para checar uma série de sinais que podem indicar um trauma, incluindo dores de cabeça que se intensificam, confusão e dificuldade de se despertar do sono.

Uma das lesões mais comuns resultantes de um acidente de carro é conhecida como “chicotada”. Barry Myers, médico da Duke University, diz que é difícil entender exatamente o que causa a condição, porque há muitas partes do corpo envolvidas, incluindo a cabeça, o pescoço, o peito e a coluna.

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“O peito vai para frente, enquanto o pescoço se contrai um pouco e depois volta para o lugar. Qual dos dois causa a lesão? Temos que saber, se quisermos fabricar veículos melhores”, explica Myers. Os acidentes de carro também podem provocar lesões ocultas. “O trauma não vai necessariamente incapacitar a vítima no momento, mas pode ter efeitos a longo prazo, que levam 10, 20 ou até 30 anos para serem vistos”, acrescenta o médico.

O melhor modo de se tratar lesões – Nove centros para tratamento de trauma espalhados pelos Estados Unidos começaram a trocar informações acumuladas no tratamento de milhares de vítimas de acidentes. Como parte da Rede de Pesquisa e Engenharia sobre lesões causadas por Acidentes de Carro (Ciren, pela sigla em inglês), todo os detalhes sobre um acidente estão sendo registrados em um banco de dados por computador, usado por todos os centros.

As informações podem ser muito úteis em casos de acidentes em que as vítimas são liberadas sem a constatação de lesões internas. Samir Kakhry, cirurgião traumático do Inova Fairfax Hospital, cita um acidente recente envolvendo o motorista de um carro que bateu em um caminhão de 18 eixos.

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“O paciente chegou com dificuldade para respirar. Sabendo o que aconteceu no local e com o que aprendemos durante os anos trabalhando em projetos como o Ciren, logo diagnosticamos o que é chamado de tensão pneumotoráxica, uma ruptura do pulmão que faz com que o ar vaze e comprima os pulmões e o coração”, disse Kakhry.

O sistema Ciren produz dados do mundo real que não podem ser obtidos com bonecos de testes, segundo as autoridades federais de segurança que criaram o programa. Tendências repetidas em acidentes também são levadas aos fabricantes de veículos.

“Você está vendo os médicos pensarem diferente sobre acidentes de carro e os engenheiros pensarem diferente sobre o que fazer nos laboratórios, o que achamos que é bom”, explica Ricardo Martinez, ex-diretor da Administração Nacional de Segurança no Tráfego Rodoviário.

Salvando pequenas vidas – Estima-se que 15 milhões de crianças norte-americanas estejam andando em carros completamente desprotegidas, segundo o Conselho Nacional de Segurança. Entre aquelas envolvidas em acidentes fatais, 60 por cento não usavam o cinto de segurança ou a cadeirinha.

Especialistas dizem que, no primeiro ano de vida, as crianças devem ser transportadas em cadeiras especiais voltadas para a traseira do carro, mas que após completarem um ano podem usar uma cadeirinha comum.

Crianças entre quatro e oito anos devem usar cadeiras especiais que aumentam o nível do assento, segundo autoridades de segurança, e todos os menores de 12 anos devem viajar somente no banco traseiro, longe dos airbags. Uma pesquisa recente mostrou que crianças que pesam menos de 35 quilos e usam cintos de segurança convencionais têm quatro vezes mais chances de se ferirem seriamente do que aquelas que usam os assentos especiais.

As crianças que não têm tamanho suficiente para usar o cinto de segurança adequadamente podem bater suas cabeças nos joelhos, serem jogadas para frente e machucar a coluna, ou mesmo escapar fora do cinto.

 

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