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Guia de sobrevivência: para você e para seu carro

Sugestões de A a Z para evitar multas, diminuir a tensão diária no trânsito e ainda reduzir as despesas normais com seu carro

Embora ninguém assuma ser mau motorista, dirigir bem significa guiar para si mesmo e para os outros. Atenção é fundamental, mas uma dose de cortesia ajuda muito. O bom motorista, para os especialistas, é o que dirige com segurança, levando em conta a falta de habilidade ou responsabilidade dos outros condutores e pedestres. Age sempre no sentido de prevenir acidentes e tem uma atitude pacífica. Mesmo coberto de razão, não revida.

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Esse perfil seria o ideal, mas está distante da realidade: “Cada um tem suas características de personalidade e, ao se tornar motorista, leva consigo seu comportamento e o jeito de lidar com cada situação”, explica o instrutor Luiz Fonseca no seu livro sobre direção defensiva. “Quem é agressivo no dia-a-dia não vira um anjo ao volante”, diz a psicóloga de trânsito Cecília Bellina. É exatamente por isso que o motorista precisa ter controle quando a emoção vem à tona. “Ele tem de se policiar e não deixar a raiva falar mais alto quando leva uma fechada.”

Trânsito em alta tensão
Ficar horas preso no trânsito, depois de um dia difícil, pode ser o estopim para um processo de estresse. Muitas pessoas acabam dirigindo de forma muito agressiva. Para manter a calma, cada um apela a uma técnica. O estilista Valdemar Iódice, por exemplo, não sai na hora do rush e procura caminhos alternativos. “Quando pego trânsito, não entro no estresse dos outros nem discuto. Às vezes, encontra-se alguém que não tem nada a perder, enquanto você tem muito a perder na vida”, diz.

A política do deixa-pra-lá é a melhor arma no trânsito nervoso das grandes cidades. “Comprar briga na rua, além de inútil, é muito perigoso”, afirma Cláudia Matarazzo, jornalista e autora de livros sobre comportamento. Mesmo quem já foi de bater boca hoje adota uma atitude pacata. O piloto Ingo Hoffmann conta que nunca brigou no trânsito, mas já foi de xingar muito. “Hoje, com a idade e a experiência, estou mais tranqüilo e faço que não é comigo.”

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Contrariando a regra popular do futebol de que a melhor defesa é o ataque, o instrutor de direção preventiva Roberto Manzini diz que um aceno de mão desmonta qualquer agressão: “Mesmo que você esteja certo, peça desculpa e siga em frente.”

Reclamamos quando alguém nos dá uma fechada ou nos deixa preso no congestionamento porque o carro enguiçou. E com razão. O primeiro passo para uma boa convivência no trânsito é a manutenção do veículo. Não espere o seu quebrar para encostá-lo na oficina. Faça sempre manutenção preventiva para não ser surpreendido, ou deixar os outros motoristas irritados, e prolongue a vida de seu carro.

Veja adiante opiniões de especialistas sobre o que você deve ou não fazer no seu carro e no trânsito. Trata-se de um manual de sobrevivência para evitar as principais manias que reduzem a vida útil do veículo e as atitudes que lhe dão uma tremenda fama de mal-educado.

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Acelerar antes de desligar o motor ou no farol fechado
É uma operação inútil, que desperdiça combustível. “Só se deve acelerar o carro quando houver necessidade de força”, diz Ricardo Bock, engenheiro e professor da Faculdade de Engenharia Industrial (FEI). Depois que a injeção eletrônica surgiu, esquentar o motor pela manhã também é inútil.

Borrifar óleo mineral debaixo do carro
Como o óleo é solvente natural das borrachas, a pulverização destrói as peças com esse material na suspensão. “É uma herança dos anos 40 e 50, quando as buchas da suspensão eram de bronze e tinham de ser lubrificadas com graxa para eliminar os ruídos”, conta Bock. O certo é usar produtos não derivados do petróleo, como silicone.

Cantar pneus nas arrancadas
Provoca desgaste dos pneus e “esforço estupidamente alto” entre os elementos de transmissão, como a junta homocinética, a coroa e o pinhão do diferencial. Além disso, é infração gravíssima, segundo o Código de Trânsito Brasileiro.

Descansar a mão no câmbio e o pé na embreagem
Esse peso constante provoca desgaste prematuro em todo o sistema, tanto das engrenagens da caixa de marchas como da embreagem (disco, platô e rolamento). Como brinde, ganha-se folga no câmbio e embreagem patinando. O pedal deve ser usado só na mudança de marcha, porque a embreagem não foi feita para suportar acionamento contínuo. Quando parar o carro, use o ponto morto e, em uma ladeira, o freio de mão.

Engatar a ré sem parar totalmente o carro
Dessa atitude precipitada vem aquela famosa “arranhada”, que prejudica os dentes da engrenagem. Mesmo nas caixas de câmbio em que a marcha à ré tem engate sincronizado, é necessário parar o veículo para engatá-la.

Frear em cima de lombadas e durante as curvas
“Pisar no freio antes, e não passando pelos obstáculos, é um capricho que poupa muito o veículo. Passar por uma lombada com o freio acionado sobrecarrega a suspensão por excesso de rigidez e não permite à roda girar solta pelo obstáculo. O correto é passar com as rodas livres e na velocidade adequada”, explica o instrutor Luiz Fonseca. Nas curvas, o certo também é frear levemente antes e reduzir a marcha. Com isso, o carro ganha aderência ao solo. Quando o farol está vermelho, não adianta vir correndo e parar bruscamente no último instante. Isso desgasta freios, motor, embreagem e pneus.

Girar o volante com o carro parado
Com o veículo imóvel, a força para esterçar o volante é muito maior, o que sobrecarrega o sistema de direção e reduz sua durabilidade. Ao fazer a manobra, mova o carro um pouquinho para a frente ou para trás.

Habituar-se a calibrar os pneus com frequência
Calibrar os pneus, pelo menos a cada 15 dias, com a pressão correta (indicada no manual do proprietário) garante segurança e durabilidade. A pressão insuficiente causa superaquecimento, fadiga prematura da estrutura, quebras na carcaça e desgaste irregular nas bordas do pneu. Já a pressão excessiva provoca desconforto, menor aderência ao solo e desgaste acentuado no centro da banda de rodagem. Lembre-se de fazer a calibragem somente com os pneus frios.

Ir no vácuo de ambulâncias
Seguir veículos em serviço de urgência é uma infração grave e complica ainda mais o trânsito. Imagine se todos forem atrás dos bombeiros…

Jogar lixo pela janela
Ninguém faz isso na sala de casa. E, mesmo sendo uma infração média, é muito comum ver uma lata de refrigerante ou um papel de bala ser atirado pela janela. “Além de falta de educação, o motorista está rasgando o dinheiro do imposto de limpeza que ele paga”, diz Cláudia Matarazzo.

Levar sempre um CD ou fita
“Escutar uma música que você goste é uma das formas para aliviar o estresse num congestionamento”, ensina o instrutor Manzini. Outra forma é saber como está o trânsito na cidade antes sair de casa: ouça rádio, ligue a televisão ou acesse a internet. Ainda é melhor prevenir do que remediar.

Manter distância do veículo à frente
Não andar “colado” é uma maneira simples e eficiente de evitar colisões em freadas de emergência. Se o carro de trás não sai da sua cola, dê passagem. Não tente bloquear o apressadinho, mesmo que ele tenha ultrapassado o limite de velocidade. Dos caminhões, a distância ideal é de 30 metros, à frente ou atrás. Lembre-se de que parar um veículo de grande porte é bem mais complicado.

Não pôr combustível aos pouquinhos
Pôr combustível de R$ 10 em R$ 10 não traz economia. Pelo contrário, pode até dar mais despesa. Quando o tanque está cheio, a sujeira está diluída em uma quantidade maior de combustível e, normalmente, fica depositada no fundo do reservatório. Quando o tanque está vazio, a concentração de sujeira é maior, aumentando a possibilidade de entupimento dos bicos injetores e a evaporação da gasolina. Outra conseqüência negativa é diminuir a vida útil da bomba de combustível.

Obedecer às leis de trânsito
A atitude diminui o risco de acidentes, evita transtornos para os outros motoristas e um rombo no seu orçamento. Também é uma questão de cidadania: estacionar o carro sobre a calçada é, antes de mais nada, uma grande falta de respeito. Bancar o espertinho e ultrapassar pelo acostamento, por exemplo, é infração gravíssima e implica multa de R$ 574,62.

Pegar no tranco: evite este procedimento
O súbito sobre-esforço entre todas as peças do motor e da transmissão pode quebrá-las e o combustível não queimado, caso o carro não pegue, estraga o catalisador, uma peça cara. Se a bateria arriou, o ideal é substituí-la. Como medida emergencial, você pode fazer a conhecida “chupeta” com outro veículo em funcionamento. Mas tome cuidado: uma ligação incorreta, com polaridade invertida, pode afetar irremediavelmente todo o sistema elétrico.

Querer sempre levar vantagem
A lei de Gérson também impera entre os motoristas. Não é difícil encontrar quem se julgue mais inteligente, fazendo peripécias ao volante. Tomar a vaga de outro motorista na rua ou em estacionamentos, não dar preferência a pedestre que esteja na faixa, ultrapassar pela contramão, ofuscar quem vem em sentido contrário… A maior parte dessas atitudes também é considerada infração grave.

Retornar em locais proibidos
É uma infração gravíssima e deixa o trânsito ainda mais bagunçado. Respeite os outros motoristas e não faça o que você não gostaria que fizessem à sua frente. Não deixe também de sinalizar suas intenções. Se você quer mudar de faixa, ligue a seta. Afinal, ninguém tem obrigação de adivinhar o que você está pensando naquele momento.

Sair em segunda marcha
Deixar a embreagem patinando demais na arrancada causa desgaste prematuro de disco e do platô por causa do superaquecimento do sistema. Só saia em segunda marcha se você tiver um veículo que esbanje torque, como uma pickup diesel.

Trocar de marchas rapidamente
O ideal é trocar de marchas de preferência pouco acima da rotação em que ocorre o maior torque do motor. Acionar o câmbio muito abaixo da força máxima resulta em gasto extra de combustível: se a marcha for trocada muito abaixo da rotação, o motor não fornecerá força suficiente às rodas e o carro não vai embalar. Com isso, o motorista vai acelerar mais ainda, mandando combustível extra para o motor. Para saber em qual rotação está o torque máximo do motor de seu carro, consulte o manual. A partir daí, preste atenção no conta-giros ou no barulho do motor.

Usar a banguela para descer ladeiras
Ao contrário do que se pensa, carro em ponto morto não economiza combustível. “Na época do carburador fazia muita diferença, porque quando se tirava o pé do acelerador o motor continuava aspirando a mistura ar—combustível. Nos carros com injeção eletrônica, porém, a condição de marcha lenta é a que mais gasta combustível”, diz Clovis Teruo Matsumoto, engenheiro mecânico do Instituto Mauá de Tecnologia. Além da falsa economia, o motorista perde também em segurança. Os freios podem não ter a mesma atuação com a rotação do motor muito baixa. Para ter boa eficiência, o servofreio depende de rotações mais altas do motor.

Viver bem com os veículos de duas rodas
As motos estão por toda a parte. Para aliviar a tensão, o melhor é aprender a conviver bem com os motociclistas, evitando acidentes. Ao alinhar-se com veículos de duas rodas em um farol fechado, deixe-os sair na frente. E evite guinadas bruscas: um motociclista pode estar oculto em um dos pontos cegos, não visíveis a partir dos retrovisores do automóvel.

Xingar ou fazer gestos obscenos
“As pessoas descontam a agressividade no trânsito porque estão protegidas por uma carcaça de aço e pela falta de identificação. Elas não podem xingar o chefe e descontam no trânsito, o que é pura falta de educação”, diz a psicóloga Cecília Bellina. Braço para fora, aliás, a fim de gesticular para alguém ou como “pose” , caído pela janela, expõe o motorista a um acidente.

Ziguezaguear para driblar o trânsito
“’Costurar’ no trânsito é jeguíssimo. O apressado demais atrapalha todo o mundo para se adiantar em alguns minutos e ainda põe em risco os outros motoristas, deixando o trânsito ainda mais estressado”, diz Cláudia Matarazzo. Para driblar o trânsito, o melhor é encontrar atalhos.

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