O sistema de injeção eletrônica multiponto ainda é predominante na maioria dos veículos de passageiros, porém, uma nova tecnologia, a de injeção direta de combustível, está em desenvolvimento com a expectativa de melhorar o consumo entre 15% e 20%.
Essa tecnologia deverá ser lançada em breve no Primeiro Mundo para depois, então, chegar ao Brasil.
Estimativas feitas pela indústria automobilística mostram que até 2005 cerca de 40% dos motores na Europa e aproximadamente 25% no Japão serão equipados com a injeção direta. Na Europa, a participação da injeção direta deverá ser de 50% em 2007.
As montadoras têm dado prioridade para melhorar a eficiência dos motores e também feito esforços para atender à demanda ambiental, no sentido de reduzir o impacto negativo da emissão de poluentes.
O carburador sempre foi o responsável pelo preparo da mistura ar-combustível para a alimentação do motor. A injeção eletrônica surgiu para acabar com o velho componente. Na injeção multiponto, cada cilindro tem seu próprio injetor.
No novo sistema de injeção direta existem bicos solenóides que enviam combustível sob alta pressão diretamente à câmara de combustão. O ar passa sozinho pela válvula de admissão e só se mistura com a gasolina dentro da câmara.
Esse processo otimiza a queima da mistura, tornando-a mais eficiente. Como existe uma eficaz pulverização do combustível, a mistura acontece de forma estratificada (em camadas), evitando as perdas de queima que ocorrem nos sistemas convencionais.
“Como a mistura ocorre dentro da câmara de combustão, é possível injetar menos gasolina, reduzindo o nível de poluentes e também economizando combustível”, diz João Irineu Medeiros, gerente de engenharia de produtos da Fiat.
Somente a área em torno da vela, no topo do cilindro, contém a mistura ar-combustível mais rica. Outras áreas dentro da câmara de combustão contêm mistura empobrecida e gás recirculado do sistema de exaustão.
A diferença de pressão de injeção entre os dois sistemas é consideravelmente grande. A injeção multiponto opera em aproximadamente 3 bars (unidade de pressão), enquanto na injeção direta as taxas de pressão variam de 60 a 120 bars.
Por enquanto, nenhuma montadora tem previsão de trazer esse sistema para o país. Para Medeiros, é necessário que primeiramente haja uma evolução da legislação de emissão de poluentes no Brasil.
Em segundo lugar, na opinião do engenheiro, é necessário que exista um combustível de melhor qualidade para o bom desempenho do motor com injeção direta.
“Por estes motivos, acho que ainda não existem justificativas para que a injeção direta em motores seja incorporada pelas montadoras brasileiras”, afirma.