sábado, 13 setembro , 2025
28 C
Recife
Bosch Brasil

Gasolina, Álcool ou Diesel Dr?

O petróleo move o mundo, está presente nos plásticos, na industria, nos fertilizantes e até nas roupas. A partir de 1973, com o acirramento do conflito entre árabes e israelenses, a disputa política concentra-se na questão do petróleo e tudo aquilo que conhecíamos começa a ruir.

No Oriente Médio encontram-se 2/3 das reservas mundiais de petróleo; em retaliação aos países que apoiaram Israel, a OPEP – Organização dos Países Exportadores de Petróleo – sobe o preço do petróleo não refinado vindo do golfo Pérsico em 400 %, quintuplicando em meados de 1975.

- Publicidade - Ofertas FIAT

Neste período a OPEP lucrou 105 bilhões de dólares e o resto do mundo amargou uma situação dramática.

Países com dependência do “ouro negro” amargaram déficits de quase 40 bilhões de dólares.

Em 1979, com a guerra civil no Irã (20 maior produto de petróleo), reduziram-se às reservas, escasseando o produto no mundo inteiro.

- Publicidade -

O agravamento da crise ocorreu quando as multinacionais do setor decidiram formar estoques e cada país produtor resolveu impor seu preço (que chegou a 37 dólares o barril).

Como saída, os países não produtores buscaram outras alternativas para o combustível negro. No Brasil, a solução veio da cana-de-açúcar, o álcool carburante.

A tendência ao desenvolvimento dos combustíveis alternativos nos anos 80, torna-se um ícone em nosso país, fazendo com que a elite pensante busque novas alternativas para os meios de transportes. Nos anos 90, o meio ambiente é o carro chefe da indústria automotiva.

- Publicidade - Ofertas FIAT

O desenvolvimento de combustíveis alternativo deve atender aos seguintes elementos chave:
1) Economia – o fator economicidade deve ser determinado comparativamente aos outros combustíveis utilizados;
2) Eficiência – o sistema instalado deve ser seguro, respeitar as normas da legislação ambiental vigente e futura;
3) Tecnologia – o nível tecnológico deve atender as normas de segurança e os custos operacionais devem ser competitivos, quando comparados aos combustíveis anteriormente utilizados, assim como a disponibilidade de tecnologia de conversão dos motores dos veículos hoje produzidos (ampla divulgação e treinamento de mão de obra).

Pioneiro na produção de álcool etílico hidratado carburante, o Brasil surpreendeu o mundo com a determinação de mudar sua matriz energética.

Os equívocos na implantação e no desenrolar do Pró-álcool, transformaram o programa em um saco de gatos, porém, nada que justificasse seu sepultamento.

Mesmo moribundo ainda é um doente que pode ser curado, ou quem sabe ressuscitado e, talvez agora, com os incentivos à indústria automobilística norte-americana para a produção de veículos movidos a álcool, tenhamos um novo renascer para o uso em terra brasilis do nosso biocombustível.

Se forem aparadas as arestas do passado, dissociando a produção do álcool carburante (energético) da produção/fabricação de açúcar (alimento) o Brasil poderá atingir o patamar de maior fornecedor global de etanol do planeta.

Timidamente os fabricantes começam a se movimentar e aceleram os lançamentos alcoólicos, pois existe um ótimo mercado para estes veículos.

Taxistas e frotistas, por exemplo, conseguem economizar cerca de 40 % nas aquisições e até 60 % no preço do combustível.

Quanto à manutenção e a durabilidade, os modelos alcoólicos chegam a ser superiores aos modelos movidos à gasolina, o lubrificante dura mais, menor formação de borra, melhor rendimento, maior desempenho, tudo com um custo menor.

A injeção eletrônica deixou o motor extremamente afinado, com um consumo bem próximo dos similares a gasolina.

Com a queda de consumo e aumento da oferta, graças à descoberta de novos lençóis petrolíferos no mar do Norte e golfo do México, resolvia-se à crise momentaneamente, mas não foram eliminados os pontos nevrálgicos da industria automobilística.

As constantes mudanças em nosso mercado reparador ainda não se estabilizaram, olhe só o que vem por aí! O renascer do AEHC e a liberação do diesel para os autos de passeio.

O diesel poderá ser a reviravolta do mercado de veículos de passeio! Finalmente teremos um mercado com características globais. Pois somos o único país do mundo que não possui veículos de passeio movidos a diesel.

Com a quebra do monopólio estatal, esperada para Janeiro/2002, teremos o fim dos subsídios e a liberação do mercado.

Na Europa, onde a legislação ambiental é cada vez mais severa, o mercado caminha para a substituição paulatina da frota atual para os modelos movidos a diesel (para o ano que vem já se fala em mercado meio a meio) e as vantagens são inúmeras:
– Consumo 40 % menor;
– Menor índice de emissões de poluentes;
– Maior robustez mecânica;
– São os motores que mais evoluíram nos últimos cinco anos;
– O combustível é mais barato;
– Menor taxa de manutenção;
– Maior autonomia.

Desde a década de 70, ficamos privados deste universo de pesquisa e desenvolvimento, tudo por causa de leis e pensamentos retrógrados, apoiados no monopólio das estatais de distribuição e refino, plantas obsoletas e incompatíveis com a realidade mercadológica vigente.

Na Europa, ao término dos anos 70, o GLP começa a sua escalada e se fixa como uma alternativa das mais viáveis.

Em 1994, aproximadamente 5 milhões de veículos consumiram anualmente cerca de 10 milhões de toneladas de GLP.

A Itália é o país que mais detêm veículos e postos de abastecimento de GLP – 1.050.000 de veículos e 1900 postos de abastecimento -, e é de lá que vem a tecnologia para a conversão dos nossos motores em terras brasileiras.

O mercado alternativo de combustíveis vive um novo boom, muitos procuram o álcool novamente em conjunto com o GNV.

Duas técnicas de admissão de gás são hoje empregadas:
– Carburação;
– Injeção sincronizada (pouco difundida em função do custo e da maior complexidade em instalar o conjunto).
Todos os fabricantes estão em compasso de espera, prontos para o sinal verde (com trocadilho, por favor), preocupando somente o setor de reparação, pois assim como o GNV, implica em necessidade de reciclar os nossos profissionais, preparando-os para as novas tecnologias empregadas nos modernos motores diesel em produção.
Em suma, temos os dois combustíveis que poderão trazer otimização no consumo, nas emissões de poluentes e fazer com que haja sobra de gasolina, excedente que poderá inclusive ser exportado.

Equipe Mecânica Online – Paulo Poyd

Bosch Brasil

Matérias relacionadas

Bosch Brasil
NOVO PEUGEOT
2008 GT HYBRID

Mais recentes

Bosch Brasil
Salão do Automóvel de São Paulo 2025

Destaques Mecânica Online

Avaliação MecOn

Bosch Brasil