O equipamento é obrigatório, mas desprezado, e ninguém faz questão de utilizá-lo. Mas, se um dia você não puder escapar, saiba como se virar na hora do pneu furado
Muitas pessoas já usaram a desculpa do pneu furado para justificar o atraso ao encontro ou a uma reunião importante.
Mas, se isso ocorreu mesmo, a perda de tempo com certeza foi grande, pois a maioria não consegue usar corretamente o macaco. Outros, nem sabem onde ficam ele, a chave de roda e até mesmo o estepe.
Se não der para recorrer aos serviços de um borracheiro ou um serviço de socorro, o mais indicado é começar lendo o manual do proprietário.
“Todos trazem instruções sobre o encaixe do macaco, como soltar os parafusos e fazer a troca com segurança”, afirma Roberto Bertin, supervisor técnico da Precision Tune Brasil, rede especializada em serviços automotivos. Mas quase ninguém gosta de recorrer ao manual – nem quando compra o carro.
“Seria ideal reservar um tempo em casa para estudar as recomendações”, sugere Bertin. Define-se macaco como “máquina com alavanca para levantar ou mover objetos pesados”. Ou seja: com pouco esforço erguem-se veículos que pesam de 800 quilos a mais de 4 toneladas.
Vicente Moreno Rodriguez, diretor da Mecason Indústria, empresa que produz macacos de vários tipos, conta que os principais são quatro: joelho, sanfona, hidráulico e jacaré pequeno.
“O mecanismo é o mesmo, só varia a capacidade de levantar peso do equipamento”, diz. Os preços variam de R$ 10 a R$ 60, dependendo do modelo e de quanto suportam.
Lojas de acessórios de automóveis e supermercados vendem conjuntos para esse tipo de serviço. Eles vêm com um cano, para encaixar na chave de roda e auxiliar na retirada dos parafusos, chaves de fenda e Phillips, macaco e alicates.
A advogada Elaine Hoffmeir ilustra bem o pensamento de muitos motoristas, inclusive homens.
“Só troco pneu se estiver em um lugar ermo e sem ninguém para ajudar”, garante.
O motivo é a única experiência que teve ao trocar o pneu furado. “Mesmo com uma chave de roda a vácuo facilitando a vida, sofri para encaixar o macaco e levantar o carro”, lembra. A chave foi presente do marido e é ligada no acendedor de cigarros a fim de facilitar o trabalho de soltar os parafusos.
“Sem falar que você suja as mãos, os parafusos são duros e é preciso se enfiar embaixo do carro para ver onde encaixar o macaco.”
Muita gente desconhece a localização do estepe. Grande parte dos carros traz o pneu extra deitado no porta-malas, o que causa transtornos quando há bagagem. De uns anos para cá, entretanto, começou-se a buscar novos locais para o estepe.
O mais comum é na parte externa do veículo, sob o porta-malas, caso de Ford Fiesta, Ka e Peugeot 206.
As montadoras defendem essa posição com vários argumentos, mas, além do esforço para manipular o estepe, ele normalmente está sujo. Na Chevrolet Blazer, o macaco fica na parede esquerda do porta-malas. O inconveniente é o risco de roubo, já que a exposição ao vandalismo é maior.