Uma palavra em inglês está se tornando muito freqüente nas conversas dos brasileiros. Mesmo para os que desconhecem o significado exato do termo recall.
Poucas pessoas estão familiarizados com o significado da palavra “recall”, que vem do inglês e pode ser traduzida como chamamento.
“Quando uma empresa fabrica alguma coisa com defeito e chama os consumidores para trocar as peças”, explica o professor Leonardo Vila Verde.
Os casos mais comuns são os da indústria automobilística. Todas as grandes montadoras já fizeram recall.
Audi, Chrysler, Fiat, Ford, General Motors, Honda, Mitsubishi, Peugeot, Renault, Toyota e Volkswagem. No ano passado, foram quase 20 casos de recall. Este ano, até agora, passaram dos dez.
“Se é recall é porque está havendo algum tipo de preocupação com a possibilidade de se evitar danos mais graves. O que é preciso é verificar se o recall está acontecendo no momento adequado e na forma como deveria ser”, diz Amanda de Oliveira, diretora do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor.
Esta preocupação fez o Ministério da Justiça baixar, em 2001, uma portaria que determina que as empresas devem detalhar o defeito e os riscos que o produto apresenta; informar as medidas adotadas para resolver o defeito; apresentar às autoridades e aos procons relatórios sobre o andamento do recall; e ficam obrigadas a reparar ou substituir o produto mesmo quando o recall for encerrado.
A regulamentação do recall pelo Ministério da Justiça foi um passo importante para melhorar as relações entre as empresas e seus clientes. E os consumidores começam a perceber que esta prática não se limita a automóveis.
Nos últimos três anos, já foram registrados nove casos de recall pela indústria farmacêutica. Empresas de eletrodomésticos também já chamaram clientes para a troca de peças.