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Telefonia Celular é aliada para proteção de veículos

O Brasil é o primeiro colocado no ranking de países que mais blindam carros por ano. Até o final deste ano, a Associação Brasileira dos Blindadores de Veículos Automotores (Abrablin) estima que 4,5 mil veículos contem com a proteção, contra 2 mil no México, o segundo colocado.

Hoje, a frota protegida é de 14,5 mil automóveis, índice motivado muito mais pela violência urbana do que pelo medo de outras formas de atentado. Os números traçam também o panorama do que se tornou a indústria da segurança no país.

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Um sistema desenvolvido por uma equipe de cinco pessoas coordenada pelo engenheiro mecânico Rozemberg Guimarães Arantes, proprietário da Tecnopar, empresa de Belo Horizonte, é uma ferramenta a mais que chega ao mercado para auxiliar na proteção de pessoas que não necessitam de uma blindagem, cujo custo médio é de R$ 50 mil, mas buscam um pouco mais segurança do que a oferecida pelos tradicionais alarmes de carro. O protótipo do aparelho ficou pronto em 2000 e começou a ser vendido no ano passado.

O objetivo do equipamento é evitar o furto de veículos. Para isso, uma vez acionado desencadeia uma série de funções como bloquear o motor, ligar uma sirene, os faróis e o pisca-alerta.

Um sistema de viva-voz permite ainda que o dono do veículo se comunique com os passageiros, ou em casos de roubo, informe ao assaltante as providências que pretende tomar.

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A diferença do U-Lock – nome dado ao sistema por Arantes – em relação a outros alarmes é a operação a partir da estrutura da telefonia celular.

“O usuário pode operar o U-Lock do seu próprio telefone celular ou de um telefone fixo”, diz o engenheiro. Para ativar algum dos serviços, o usuário deve discar uma seqüência de números, cada qual direcionado a uma opção, protegidos por uma senha que abre o menu de funções.

O suporte no serviço de telecomunicações oferece ainda a vantagem de facilitar a localização do veículo em casos de furto ou roubo.

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Isso porque o automóvel será procurado nas redondezas da torre que estará emitindo sinal para o funcionamento da placa de celular instalada no seu interior, por meio de um serviço de 0800 que informa as coordenadas.

O pressuposto é o mesmo de um celular comum, que fora do estado de origem funciona em roaming nacional, o que permite ligar o alarme, em tese, de qualquer lugar do território.

Os equipamentos que constituem o U-Lock são um microfone de aproximadamente 5,6mm de diâmetro e uma caixa de som, ambos escondidos no painel e sob ele.

Segundo Arantes, a Tecnopar já assinou contratos com as concessionárias de telefonia celular para cobertura dos estado de Minas Gerais e Santa Catarina, e as cidades de Brasília, Goiânia (GO) e São Luis (MA).

O serviço deve se expandir para o Paraná e a região Nordeste, depois de Rio de Janeiro e São Paulo, os próximos alvos da empresa.

O desenvolvimento do sistema foi realizado com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais.

Arantes diz que o custo total ficou em torno dos R$ 500 mil, fora os gastos com criação de embalagens, folders e outros custos cobertos com investimento próprio.

O intervalo entre a execução da idéia e à comercialização foi de dois anos e meio.

Cada aparelho é vendido por R$ 890,00, contra os R$ 200,00 em média dos alarmes mais comuns, com sirene e trava elétrica.

Os tradicionais emitem som se alguém tenta abrir o capô, as portas, o porta-malas ou tenta quebrar o vidro, e também bloqueiam o motor com o carro parado, com a opção de cortar o funcionamento do motor com o veículo em movimento, útil para casos de fuga depois de assaltos.

Outra opção no mercado de segurança é o Mult-T-Lock, um sistema mecânico que utiliza um suporte de aço preso no assoalho do veículo para travar o câmbio.

Paulo Roberto Soares de Souza, instalador de acessórios em uma loja de Brasília, explica que o sistema é fechado com uma chave, em cujo interior há um chip para que não possa ser copiada.

A segurança do mecanismo está também no material que compõe as peças, feitas de aço fundido que as impedem de serem serradas. O valor médio é de R$ 240,00.

Preços à parte, a verdade é que qualquer aparelho de proteção evita o roubo de carros, diz o delegado chefe da Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos (DRFV), no DF, Anderson Spíndola.

“A grande maioria dos carros roubados ou furtados não tem um dispositivo de segurança, nem que seja uma tranca”, observa.

De acordo com Spíndola, o interesse dos assaltantes não está centrado no automóvel.

“Boa parte dos assaltantes furtam para levar acessórios do veículo, ou para se deslocar, ou cometer outros crimes”, afirma.

As recomendações para diminuir as chances de ter o carro levado são evitar deixar no seu interior objetos que chamem a atenção e uso de alarmes, dois quesitos que pesam na escolha dos criminosos, principalmente para donos de Gol e Uno, as marcas mais visadas.

A média de veículos roubados e furtados no DF, de acordo com a polícia, vem decrescendo nos últimos seis meses, de 28 carros por mês para 19. A queda acompanha o aumento do índice de recuperação, situado em torno de 70%.

No segmento de transporte rodoviário, a dificuldade em atingir números significativos é um dos motivos para o investimento cada vez maior em segurança.

Em 2000, o Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo (Setcesp) estimou em R$ 95, 699 milhões os prejuízos com a perda de produtos diversos.

O sistema de segurança mais utilizado pelas grandes empresas é o rastreamento de caminhões via satélite por meio do BrasilSat e a rede de Sistema de Posicionamento Global (GPS, em inglês).

O serviço é disponibilizado mediante um aparelho de comunicação móvel (que tem uma antena de transmissão) colocado dentro da cabine, e um software instalado nos computadores da empresa, que gerencia e monitora as atividades do veículo.

O computador móvel integrado ao terminal de comunicação fica ligado a sensores de ignição, velocidade, violação do sistema, temperatura (caso de frigoríficos), portas, desengate de carreta e até de carona.

As informações são passadas em tempo real para o operador do sistema. O motorista do veículo pode usar o terminal para digitar informações, ou em suspeita de assalto, apenas pressionar um botão que alerta a gerência, capaz de acionar alarmes e bloquear o veículo da base.

O risco de perda de cargas no transporte atinge proporções tais que cerca de seis seguradoras, entre as 115 que operam no Brasil, atendem transportadoras.

As cargas mais visadas, de acordo com o Setcesp, são eletroeletrônicos (22,2%), alimentos (12,64%), seguidos de produtos têxteis (8,07%) e cigarros (6,95%).

Os registros policiais chegam a dois mil por ano, o que faz o sistema de monitoramento via satélite ser usado mais para gerenciamento de risco que para controle logístico. (Fabiana Vasconcelos)

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