A tendência da sobrealimentação de motores foi o destaque nos principais salões internacionais realizados este ano, como os de Detroit e Genebra, duas das mais tradicionais exposições do setor automotivo mundial.
A maioria dos modelos esportivos, cupês e até sedãs de luxo apresentados pelas principais empresas comprovaram a tendência mundial da turboalimentação, neste início de século.
Para Celso Samea, diretor de Engenharia da Garrett do Brasil, o grande número de automóveis equipados com turbo observado em Genebra confirma as previsões da empresa sobre a ampliação do uso desse recurso para a alimentação de motores.
Samea explica que as pesquisas realizadas pelos laboratórios da Garrett demonstram a tendência da sobrealimentação, cujas vantagens principais são o “Downsizing”, que é o uso de motor de menor tamanho, liberando espaço no compartimento destinado ao conjunto mecânico; melhor desempenho, com vantagens em torque e potência; economia de combustível e redução nas emissões de gases que agridem o meio ambiente e, principalmente, a camada de ozônio que protege o planeta.
Entre as novidades de Genebra, a Opel (divisão européia da GM), apresentou o Signum Speedster Turbo, com motor 2,0 litros, da família Ecotec. Alimentado por sistema Garrett, tem potência de 200 cv.
A velocidade máxima do Signum Speedster Turbo é de 230 km/h, com aceleração de 0 a 100 km/h em apenas 4,9 segundos.
A DaimlerChrysler mostrou o novo Mercedes-Benz CL 65, o mais potente modelo desenvolvido até hoje pela divisão esportiva AMG.
Com duas turbinas, o motor V12, de 6,5 litros, tem 612 cv, que permite ao carro acelerar de 0 a 100 km/h em 4,5 segundos. Também mostrou o PT Cruiser GT, da Chrysler, com motor turbo com 2,4 litros.
Esse mesmo recurso tecnológico foi utilizado pela Audi, no Nuvolari quattro, que homenageia o ex-piloto italiano, Tázio, um estudo baseado no A8.
Trata-se de um cupê de quatro lugares, com motor V10 biturbo FSI de 5 litros, derivado do Lamborghini. É um modelo equipado com câmbio Tiptronic (automático) de seis marchas, que acelera de 0 a 100 km/h em 4,2 segundos.
A Audi apresentou, ainda, o utilitário-esportivo Pikes Peak quattro, com nome de uma montanha rochosa do Colorado.
Seu motor V-8, com 4,2 litros, já testado no RS6, é alimentado por um biturbo e tem torque de 54 kgfm e potência de 500 cv, suficientes para atingir 100 km/h em apenas 5 segundos – recorde entre os veículos da categoria – e à velocidade máxima de 250 km/h, limitada eletronicamente.
O segredo desse aumento de potência está na injeção direta de combustível, princípio que ajudou o tricampeonato da Audi em Le Mans e que logo chegará aos modelos da marca.