1.O SUCESSO (VEM) DA MANUTENÇÃO PREVENTIVA
Todos nós, desde pequenos, somos bombardeados por todos os lados por várias mensagens e conselhos com o intuito de nos prepararmos o melhor possível para o futuro que nos espera.
Mais tarde iremos repeti-los intactos para as outras pessoas de nosso convívio. Um deles nos diz que “prevenir é sempre melhor que remediar”.
Mas cabe perguntarmos a nós mesmos sobre por que não seguimos sempre essa máxima que tanto ouvimos e falamos ?
As respostas estão dentro de nós que fazemos parte deste universo de apaixonados pelo automóvel.
Devemos ter em mente que a manutenção preventiva é um lucro coletivo, todo o mercado ganha, uma vida e um trânsito mais seguro.
A realidade é assustadora. No Rio de Janeiro temos um trânsito que se locomove com uma velocidade do tempo das diligências do velho oeste americano. Muitos veículos parados por falta de manutenção e mais despesas para a sociedade.
Segundo os dados do DETRAN – RJ temos a seguinte configuração do caos urbano carioca:
– 1.687.555 de veículos no município do Rio de Janeiro;
– 5,850 milhões de habitantes da cidade;
– Mais de 4 milhões de viagens em trens, metrô, carros e ônibus são feitos regularmente no Rio;
– Na cidade do Rio de Janeiro operam 399 linhas de ônibus;
– 850 em cada mil moradores da Barra da Tijuca têm carro;
– Nos bairros da Gávea e do Jardim Botânico, há 749 carros por mil moradores.
Não são concebíveis os dados de que tenhamos um mercado reparador a beira do caos com estes números. Só falamos da Cidade do Rio de Janeiro como exemplo.
O momento é de investir em cultura automobilística e manutenção preventiva. Esta é a saída!
Prevenção é um padrão de Cultura, um comportamento internalizado, como aquelas coisas que fazemos quase sem perceber.
Estarão então os “imprevidentes” condenados desde o berço? Felizmente temos a capacidade de incorporarmos um novo padrão cultural em qualquer momento de nossas vidas, bastando para isso termos Vontade, Perseverança e Método.
Mudar é sempre penoso, manter um padrão cultural é mais cômodo, é uma tarefa um pouco mais difícil do que pensar em mudar. Mas o resultado é altamente gratificante para quem o consegue.
A tarefa do Gerente de Oficina nesse processo é a do líder, do educador, aquele que fará com que cada um dos envolvidos se convença das vantagens dessa mudança.
Todos os agentes devem ser sensibilizados e estimulados a adotar esta nova mentalidade: os profissionais técnicos, os não-técnicos e os clientes.
É preciso agir sobre os seus profissionais, tornar-se um multiplicador, treiná-los, ensiná-los a oferecer ao cliente o serviço mais adequado às suas necessidades.
É preciso divulgar e informar ao cliente uma série de novos padrões de comportamento na conduta do seu veículo e de sua própria qualidade de condução, convencendo-o de que ganha sempre quem age antes de seu veículo apresentar problemas.
E não apenas os funcionários devem ser treinados, o próprio gerente terá sempre muito a ganhar ao procurar se reciclar, estar sempre aprendendo, de “antena ligada”, freqüentando palestras ou cursos que o mantenham atualizado sobre as melhores maneiras de gerenciar a sua oficina e levar a qualidade ao cliente, sem que para isso tenha que se pagar mais caro por este grandioso detalhe.
Com o crescente emprego de componentes cada vez mais complexos e de alta tecnologia nos automóveis nacionais e importados que habitam nosso mercado, entre os quais citamos a injeção eletrônica e as ignições mapeadas, os equipamentos de segurança veicular, como sistemas de freio ABS, Air Bag e etc. o profissional da reparação foi impelido a retornar à sala de aula, buscar a figura do treinamento, à procura dos conhecimentos perdidos, necessários ao desenvolvimento ao desenvolvimento da sua atividade profissional.
Surge a figura do especialista dentro do mercado reparador! Todos passam a ter figuras muitas bem definidas, por conseqüência, sobra muito pouco tempo para dedicação e desenvolvimento das tarefas especificamente voltadas à administração da oficina.
Por outro lado à figura do gerente não pode se dar ao luxo de envolver-se em áreas de competência exclusiva desses profissionais. O que se espera do gerente?
Um novo quadro se delineia. As necessidades de um líder empresarial, um conquistador e mantenedor da qualidade de atendimento aos clientes, enfim, um gestor!
O gestor automotivo ocupa-se integralmente com a administração da sua empresa e, portanto, precisa manter constante a reciclagem de conhecimentos neste campo.
Seu universo de atuação abarca vários pontos da Administração Financeira, dos Procedimentos Contábeis e das modernas tecnologias e Ferramentas da Qualidade e Produtividade.
O gerente não deve concentrar-se somente nas questões de formação de preço do serviço, levando em conta a carga tributária incidente, as diversas despesas necessárias à manutenção do seu negócio, manter os preços dentro de uma ótica competitiva, mas observar o mundo que gira ao seu redor.
O preço do serviço ainda é uma questão de peso, porém, não é mais o fator decisório no momento da escolha do estabelecimento reparador.
Outras questões surgem na visão do cliente, tais como: o ambiente, o atendimento, as facilidades na forma de pagamento, outros valores agregados e etc. Será que você está preparado para este novo cliente exigente e consciente dos seus direitos?
Pense nisso!
A sobrevivência – dependendo do foco do negócio, por exemplo às retíficas de motores, temos as certificações do IQA – Instituto de Qualidade Automotiva – que será outra forma de separar o mercado aventureiro do mercado competente e correto.
Uma empresa que possui um programa efetivo de qualidade tem uma poderosa ferramenta de marketing, pois pode assegurar à sua clientela que seu veículo encontra-se em boas mãos.
Somente desta forma seu estabelecimento poderá transformar clientes esporádicos em clientes fiéis.
O resultado desta equação é a conquista da confiança. Somente um serviço de qualidade assegurada poderá agregar estes valores a sua empresa.
Conhecer as normas técnicas referentes ao mercado reparador automotivo – ABNT/NBR 14481 e 14482, em particular – e utiliza-las é outra forma de diferenciar o seu negócio, justificando o seu preço e a sua conduta profissional.
Estas normas visam padronizar a forma e os meios para a realização de reparos automotivos.
Mas para que tudo isto aconteça é preciso mudar a forma de encarar o mercado reparador.
É preciso mudar a metodologia de profissionalização de nosso mercado, ensinar profissionalização não é somente passar conceitos básicos, é fazer com que o aluno tenha o hábito de pensar, que possa agregar valor ao que já foi aprendido.
É fundamental atentar para o uso das novas tecnologias de informação e comunicação (multimídia, hipertexto, internet, intranet) que flexibilizam o aprendizado e o âmbito formativo, impondo ao aluno a construção do conhecimento.
Paralelamente, as montadoras devem se empenhar em acabar com as caixas pretas da informação tecnológica, um estímulo à pilhagem de idéias e à cultura da informação velada, obtidas através de formas não muito honestas.
Restringir o acesso aos protocolos eletrônicos é um ato de restrição ao direito de opção, venda casada (aquisição do veículo em conjunto ao serviço), uma atitude que fere a livre concorrência e rivaliza os reparadores independentes e os serviços autorizados.
Já pensaram na hipótese de um país com mais de 10 montadoras, poucas concessionárias e centenas de reparadores independentes multimarcas, tendo que adquirir um equipamento de diagnóstico para cada veículo que adentrar a oficina?!
Esta postura somente acelera a queda da qualidade e onera o custo de manutenção para o usuário final.
Isto, muito em breve, será fator diferencial na escolha de um modelo e pesará muito na hora da compra – atenção montadoras!! Multiplicar o conhecimento não é favor algum ao mercado.
É uma situação imperiosa para o mercado. Assistência técnica é questão de segurança, vai muito além da ordem econômica.
falta de informação + falta de formação + sonegação de informações
+ peso dos investimentos = reparador desiludido e usuário insatisfeito. |