Média de aumento do Preço de Verdade foi de 11,5%, conforme pesquisa AutoInforme/Molicar. Alguns modelos tiveram alta de mais de 20% em apenas seis meses.
Em janeiro deste ano era possível comprar um Gol Special 1.0 duas portas – versão básica do carro mais vendido no Brasil – com R$ 14,8 mil. Hoje, seis meses depois, esse carro é vendido a R$ 18,8 mil, isto é: teve um aumento de 27%.
Não se trata de uma exceção. Muitos modelos, especialmente os chamados populares – os mais vendidos – tiveram aumentos expressivos, bem acima do aumento médio de mercado.
A pesquisa da Agência AutoInforme feita com cotação da Molicar aponta um aumento médio de 11,5% no Preço de Verdade do carro zero no semestre.
A alta ficou bem acima de todos os indicadores econômicos, aplicações financeiras e dólar.
O estudo compara mês a mês o Preço de Verdade – o preço de mercado, aquele realmente praticado – dos 350 modelos vendidos no mercado interno (incluídos nesse universo todas as versões de acabamento e motorização de carros importados e fabricados no Brasil).
Além do Gol Special mais 13 carros tiveram alta acima de 20% nos seis primeiros meses do ano (veja tabela), entre eles o Celta, que passou de R$ 15 mil para R$ 18,9 mil, ficando 26% mais caro, e o Palio 1.0 Fire, cujo preço saltou de R$ 14,9 mil para R$ 18,6 mil (+ 25%). O aumento médio do segmento dos populares foi de 15,3% no semestre.
Mas na lista dos carros que mais subiram tem também carro de luxo e modelos médios. O BMW 320i automático é o segundo carro que mais subiu de preço no semestre: + 26,5%, passando de R$ 119 mil para R$ 150,5 mil.
O Peugeot 307 Soleil 1.6 16V aumentou de R$ 35 mil para R$ 43,5 mil e o Civic LX 1.7, com câmbio manual, registrou alta de 23,16% segundo a Molicar: o seu preço saltou de R$ 38 mil para R$ 46,8 mil em seis meses.
Para se ter idéia do significado do aumento do preço médio do carro zero no semestre (11,5%), basta comparar com os demais índices do mercado.
O Preço de Verdade subiu muito acima dos índices econômicos e das aplicações financeiras
A aplicação em CDB rendeu 7,7%, índice semelhante à valorização do dólar no período: a moeda estadunidense ficou 7,6% mais cara.
A inflação (IGP-M) ficou em 6,7%, enquanto o custo de vida medido pelo IPC – Fipe foi de apenas 2,7%.
O rendimento da caderneta de poupança subiu 3,8% e o índice Bovespa teve queda de – 4,9%.
Isso não significa que o carro tenha sido um bom negócio para o investidor. O carro é um bem de consumo e não pode ser visto como investimento.
Além disso o estudo compara o Preço de Verdade do carro zero em janeiro e em junho, mostrando que quem comprou no início do ano, fez melhor negócio do que quem está comprando agora.
Mas isso não significa que o carro comprado em janeiro tenha “valorizado”, pois o modelo 2004 com seis meses de uso não tem o mesmo valor do OK.