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Controle de materiais blindados é essencial à segurança

Consumidores devem ficar atentos à certificação das blindadoras e materiais utilizados

O número de empresas no mercado de blindagem cresceu enormemente nos últimos anos. Em 1996, havia quatro empresas atuando no setor.

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Hoje se fala na existência de mais de 60 empresas blindadoras, mas apesar disso, não chega a 50 o número das cadastradas com endereço completo.

A maioria delas foi criada para atender à demanda por carros blindados. Em 1995, foram produzidos 388 veículos blindados em todo o país. Em 2003 foram 3.123.

O recorde foi alcançado em 2001, quando a produção chegou à marca de 4.681 automóveis.

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“O crescimento do número de empresas mostra a importância e a consolidação do setor, mas é preciso que os usuários fiquem atentos, pois muitas estão mais preocupadas com a lucratividade do que com a segurança necessária”, afirma Franco Giaffone, presidente da Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin).

Para evitar o crescimento desordenado, o Exército regulamenta e fiscaliza o setor, desde da aquisição de insumos para a fabricação de materiais blindados.

Para fabricar materiais a prova de bala, as empresas precisam ter um Título de Registro, que somente é concedido depois que o Exército realize testes balísticos aprove cada material e emita um Relatório Técnico Experimental (ReTEx) para cada um deles.

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No decorrer dos trabalhos, as próprias empresas precisam realizar testes a cada remessa de produtos fabricados.

As blindadoras também estão sujeitas a um controle rígido. Precisam ser registradas no Exército e obter autorização para blindar e comercializar cada veículo (Certificado de Registro – CR).

Para blindagens resistentes a fuzis (nível NEB III), é preciso uma autorização específica, que só é concedida se o usuário comprovar a necessidade de uma blindagem desse nível. O Exército proíbe a fabricação de veículos com o nível NEB IV.

Mas o controle não pára aí. “Os insumos são controlados, o Exército sabe quanto é preciso para fabricar cada um dos materiais e também para se produzir cada veículo; as fábricas só podem vender para blindadoras registradas e precisam informar para qual delas o produto foi vendido; depois disso, a blindadora precisa informar quantos carros foram produzidos e para quem foi realizada a venda. Isso dá a possibilidade de o Exército saber quantos carros foram produzidos e qual o estoque de cada produto. Caso ocorra uma fiscalização e a empresa não possua a quantidade exata de determinado produto, alguma coisa está errada”, explica o presidente da Abrablin.

Estas e outras regulamentações estão na Portaria 013 DLog do Ministério da Defesa, de 19 de agosto de 2002, mas muitas empresas ainda não cumprem as determinações.

“A regulamentação do setor é recente e ainda é necessário um tempo maior para que o Exército consiga exercer uma fiscalização plena. É por isso que os usuários devem ficar atentos, para evitar a compra de veículos de empresas que dão garantias maiores que as oferecidas pelo mercado, mas que no entanto fecham muito antes de a garantia acabar. São as empresas piratas”, afirma Giaffone.

Os consumidores de blindagem também devem desconfiar dos vendedores que apresentam garantias da blindagem realizadas por blindadora X, ou Y, pois, de acordo com o presidente da Abrablin, ainda não existe um certificado para o carro blindado, mas apenas para os materiais.

“Estamos trabalhando junto ao Exército para que seja criada uma certificação da blindagem, mas por enquanto ela ainda não existe”, diz.

“Enquanto não houver esta certificação, o usuário deve escolher muito bem onde vai comprar seu veículo, pois algumas blindadoras podem oferecem veículos com vidros nível III-A (resistentes a Magnum 44) e usar outros materiais, que ficam encobertos, com nível inferior”, alerta o presidente da Abrablin. Para evitar ser enganado, o consumidor deve exigir que a blindadora mencione no certificado de garantia todos os produtos utilizados na blindagem de seu veículo, bem como os níveis e a procedência de cada um deles.

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