O ano passado teve poucas novidades, mas nem por isso as disputas foram menores. O mercado, por sua vez, se encontra cada vez mais segmentado.
O fenômeno de crescimento da oferta, com uma multiplicidade de produtos e derivados, foi apontado pela filial brasileira da EDAG (empresa alemã de projetos especiais) no último congresso anual da SAE Brasil, como simplesmente explosivo.
Há 40 anos, mais de 90% das vendas mundiais dividiam-se entre sedãs, esportivos e conversíveis.
Hoje, existem pelo menos 13 categorias, inclusive a recente estréia dos híbridos, com previsão de ocupar 3% do mercado americano até 2010, o que não é pouco. No Brasil, são os únicos que ainda não aportaram.
Outra tendência envolve os chamados crossovers ou modelos que mesclam diferentes características de duas ou mais categorias. Um bom exemplo aqui é o Fox, hatch de teto alto que se parece com monovolume.
O ranking desta coluna demonstra a complexidade do enquadramento da oferta atual.
Sem contar os malabarismos mercadológicos da maioria das fábricas que tentam “criar” uma categoria baseada em preço, tipo de carroceria ou de motor e até número de portas na tentativa de melhorar o resultado de vendas.
O Fox, por exemplo, apresentou grande desempenho em 2004, levando a Volkswagen a considerá-lo líder dos compactos acima de R$ 24 mil.
No ano passado, vários outros carros tiveram desempenho bastante digno de nota: Fit, Corolla Fielder, Passat, Nissan 350 e Zafira assumiram o comando em seus segmentos.
Outros continuaram inabaláveis como EcoSport, Omega, Palio Weekend, Volvo V70 e o 206 CC.
A briga roda a roda continuou entre Gol e Palio+Siena, Astra e Corolla, Zafira e Picasso, S10 e L200, Blazer e Pajero.
Outros mostraram quedas bem expressivas como Stilo e Marea Weekend. Sem contar a categoria Multiuso, quase em extinção (só dois concorrentes).
A estátisca, baseados em percentual de emplacamento nacional, representa a comparação entre mais de 270 modelos, seguindo os critérios de Alta Roda que, em alguns casos, não coincidem com os dos fabricantes.
Compactos: Gol, 18,8%; Palio+Siena, 18%; Corsa hatch+sedã, 13,2%; Celta, 12,9%; Uno, 9,8%; Fiesta hatch+sedã, 7,8%; Fox, 5,7%; Clio hatch+sedã, 4%; 206, 3,8%. Líder há 18 anos, Gol está ameaçado. Boa arrancada do Fox.
Médio-compactos: Astra hatch+sedã, 26,5%; Corolla, 24,7%; Civic, 13,7%; Focus hatch+sedã, 11,5%; Golf+Bora, 9,5%; Stilo, 6,7%. Corolla parou de crescer. Focus subiu duas posições.
Médio-grandes: Nacionais – Santana, 69%; Vectra, 31%. Importados – Passat, 21%; Mercedes C, 19,5%; BMW 3, 11,4%; Citroën C5, 11,2%. Santana estável. Passat veio de quinto para primeiro. Classe C reagiu.
Grandes: Omega, 55%; BMW 5, 17,5%; Mercedes E, 16%. Omega imbatível pelo preço e BMW passou Mercedes.
Topo: Mercedes S, 26%; BMW 7, 25%; Audi A8, 18%. Classe S venceu por uma unidade.
Station pequena: Palio, 61%; Parati, 39%. Líder caiu um pouco.
Station média: Corolla, 72%; Airtrek, 8,3%; 307, 7,7%. Domínio esperado da Corolla.
Station grande: Volvo V70/XC, 60%; Audi A6, 27%; Classe E, 13%. Pequena reação da Audi.
Monovolumes pequenos: Fit, 53%; Meriva, 37%; Mercedes A, 9%. Fit assumiu a ponta.
Monovolumes médios: Zafira, 34%; Picasso, 33%, Scénic, 31%. Zafira virou o jogo.
Picapes pequenas: Strada, 39%; Montana, 28%; Saveiro, 23%. Montana tentou e não deu.
Picapes médias: S10, 29%; L200, 26%; Ranger, 16%. Cada vez mais difícil para a S10.
Utilitários-esporte pequenos: EcoSport, 84%; %; Pajero TR4, 10%; Troller, 2%. EcoSport imbatível.
Utilitários-esporte médios: Blazer, 29,4%; Pajero Full/Sport, 29,2%; X-Terra, 11%. Blazer reassumiu por pouco a liderança.
Multiuso: Doblò, 92%; Kangoo, 8%. Líder quase sem concorrente.
Esporte: 350 Z, 21%; 911, 17%; Hyundai Coupé, 16%. Grande desempenho do Nissan.
Conversíveis: 206 CC, 54%; SLK, 17%; Z4, 8%. Boa arrancada do SLK, apesar do preço.