Considerado item de segurança, aparato requer atenção especial dos proprietários
A Abravauto (Associação Brasileira de Revendedores de Vidros Automotivos) faz diversos alertas relacionados a uso, procedimentos e condutas com os pára-brisas.
São dicas que visam orientar os usuários no sentido de saber o que estão fazendo com um item tão importante do veículo.
1) Cuidados com vidros roubados
Na hora de colocar um vidro novo no carro, todo cuidado é pouco. Isso porque é muito comum que o material utilizado não seja original.
A origem de tais produtos pode ser carros roubados, desmanches ou blindadoras, que retiram o vidro dos carros em desuso, apagam seu chassi e recolocam o produto no mercado por um preço bem mais em conta.
Além de ilegal, no processo de retirada do vidro é muito comum ocorrerem micro fissuras, que comprometem a durabilidade do produto.
No caso da colocação de vidros não originais, a única segurança do proprietário, que detém toda a responsabilidade por aquilo é utilizar os serviços de um prestador idôneo e sempre requisitar nota fiscal.
Os vidros oriundos desse mercado paralelo e ilegal podem trazer complicações jurídicas ao dono do carro se, durante uma vistoria ou perícia, for detectada a presença de tais produtos no veículo.
2) Vidro temperado
Desde 1990, está proibido, no Brasil, o uso do pára-brisa temperado em automóveis.
Por custar até metade do preço de um laminado, não é nada difícil que o proprietário caia em tentação. Mas algumas particularidades do temperado devem ser conhecidas, para que, depois, o motorista decida se realmente vale a pena.
O pára-brisa temperado, além de ser comercializado à margem da lei, oferece uma série de riscos tanto para quem compra quanto para quem vende.
Numa colisão, caso o motorista ou o passageiro seja projetado contra o vidro, o risco de ferimentos é grande já que, apesar de quebrar em pequenos pedaços, são inevitáveis a ocorrência de cortes e a eventual projeção da pessoa para fora do veículo.
Além disso, os fabricantes, por estarem inseridos num mercado ilegal, não têm rigor algum com a qualidade da têmpera.
Por esse motivo, numa colisão o vidro pode estilhaçar em pedaços maiores, aumentado a possibilidade de acidentes mais graves. A solução para essa questão é o uso do vidro laminado nos pára-brisas.
3) Medidas preventivas
Simples medidas preventivas podem evitar dores de cabeças aos proprietários. Uma delas é manter o vidro dianteiro sempre limpo.
Os pequenos resíduos da poluição, embora imperceptíveis a olho nu, podem reter areia e riscar o pára-brisa.
Além de prejudicar a estética do automóvel, os riscos no pára-brisa prejudicam a visão do motorista e facilitam o aparecimento de fissuras e trincas no vidro.
Com o tempo essa trinca pode aumentar e, assim, a resistência do pára-brisas pode ficar comprometida nesta área em 50%.
Portanto, a limpeza do pára-brisa deve ser feita, sobretudo, antes de o usuário utilizar as palhetas do limpador.
E se, por acaso notar qualquer avaria no pára-brisa, seja ela uma pequena rachadura ou fissura, é recomendável que o proprietário procure um estabelecimento de confiança para reparar o problema.
Outra dica importante é que os limpadores de vidros, tanto traseiros quanto dianteiros, sejam trocados a cada seis meses.
4) Insulfilm
Ele já foi proibido, atualmente está liberado, mas sempre foi alvo de muita polêmica. Desde 1998, a resolução 73/98 D.O.U. 20/11/98 legalizou a utilização de Insulfilm. Mas com ressalvas.
O vidro dianteiro – o pára-brisas – só pode ter a película numa pequena faixa na parte superior, numa espécie de degradê.
Na área restante não é permitido o uso do insulfilm, pois é necessário manter 75% de visibilidade, que já preenchida pela transparência do vidro verde que vem da fábrica.
Já nas portas traseiras pode-se escurecer 5%, e nas traseiras, 50%.
A resolução obriga também que toda a película colada esteja acompanhada de uma marca d´água que indique a transparência do filme.
E depois de colocada, a película requer poucos cuidados especiais: para sua limpeza, apenas um flanela e produto neutro.
5) Reciclagem de pára-brisas
Preocupada com as questões ambientais, a Abravauto está alertando seus associados e a população sobre a importância do processo de reciclagem de pára-brisas.
Além do alerta, a associação faz também parcerias que viabilizem o reaproveitamento dos vidros utilizados por seus associados.
Segundo estudos realizados no setor, todo o mês são trocados, no Brasil, cerca de 120 mil pára-brisas.
E esse número deve aumentar, já que a frota mundial está em franco crescimento. Só no ano passado, entraram em circulação mais de 60 milhões de veículos.
Diante deste cenário, a reciclagem do vidro, um material praticamente indestrutível, é de fundamental importância.
“Como a natureza não se encarrega de eliminar o vidro, se continuarmos despejando seus restos em aterros sanitários, estaremos condenando a natureza de forma definitiva”, afirma Antonio Ruiz, presidente da Abravauto.
Além do vidro, outro componente do pára-brisa pode ser reciclado. Trata-se do PVB, plástico que é aplicado na camada entre as duas lâminas de vidro, e que leva aproximadamente 500 anos para ser eliminado da natureza.
No projeto em andamento na Abravauto, o vidro moído é entregue a fabricantes de vasos, pratos, copos e garrafas.
Já o plástico ganhará nova vida sob a forma de tapetes, capas de fios elétricos, mangueiras, entre outros.