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Materiais termoelétricos transformam radiador do carro em gerador de energia

Apesar de todos os avanços tecnológicos, os motores dos carros atuais conseguem retirar apenas 30% da energia contida na gasolina. Os restantes 70% são perdidos na forma de calor.

Agora cientistas das universidades do Oregon, Estados Unidos, e do Conselho de Pesquisas da Austrália, trabalhando conjuntamente, descobriram não apenas como recuperar essa energia perdida pelos motores a combustão, mas também como retirar energia das fontes geotérmicas, uma forma de geração de energia limpa e renovável disponível em áreas vulcânicas.

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Os cientistas criaram um novo tipo de material termoelétrico – ou material termogerador, capaz de converter calor em energia elétrica – utilizando nanofios. “[…] dispositivos termoelétricos nanoestruturados poderão ser práticos para aplicações como a recuperação do calor perdido nos motores de automóveis, resfriadores construídos diretamente dentro dos chips e refrigeradores domésticos mais compactos e silenciosos,” explica Heiner Linke, um dos pesquisadores.

Ele e seu colega Tammy Humphrey descobriram que dois objetos podem ter diferentes temperaturas e ainda assim manterem o equilíbrio mútuo em nanoescala.

Esse é um fenômeno crucial para que se possa atingir o desempenho necessário para o uso prático dos materiais termoelétricos na geração de energia elétrica e na refrigeração.

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Imagine uma xícara de café sobre uma mesa: o café irá esfriar gradualmente porque as moléculas na xícara transferirão automaticamente o calor do café para a mesa, até atingir o equilíbrio térmico.

Esse fenômeno é explicado pelas leis da termodinâmica: o calor irá sempre fluir do mais quente para o mais frio. O problema é que a energia gasta pelos elétrons para fazer essa transferência é simplesmente perdida.

Os materiais termoelétricos tentam recuperar essa energia convertendo-a em eletricidade. Mas eles não funcionam muito bem se o fluxo de calor for descontrolado.

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A descoberta feita por Humphrey e Linke envolve justamente o controle do movimento dos elétrons, utilizando materiais que são estruturados em nanoescala.

Eles demonstraram que, se uma tensão elétrica for aplicada a um sistema elétrico que tiver uma diferença de temperatura, é possível controlar elétrons que tenham uma energia específica.

Isto significa que, se o material nanoestruturado for projetado para permitir apenas o fluxo desse tipo de elétron, atinge-se um novo tipo de equilíbrio, no qual os elétrons não migram espontaneamente do quente para o frio.

Como o sistema não ficará verdadeiramente em equilíbrio, o fluxo de elétrons pode ser revertido, permitindo que um equipamento funcione na eficiência máxima possível.

Para os motores de carro, essa eficiência máxima téoria é conhecida como limite de Carnot.

Os pesquisadores acreditam que a tecnologia atual já possibilite que seus materiais nanoestruturados criem equipamentos que atinjam 50% do limite de Carnot.

Os mais eficientes materiais termoelétricos conhecidos hoje atingem apenas 15% desse limite.

O trabalho foi apresentado neste último dia 5 de Abril, na Conferência de Dispositivos em Nanoescala e Integração de Sistemas, realizada em Houston, nos Estados Unidos.

Fonte: Inovação Tecnológica

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