Por Edson Nonato*
A tecnologia que permite utilizar nos motores automotivos gasolina e álcool misturados em qualquer proporção, ou qualquer um dos dois combustíveis sem prejuízo para o carro, chegou ao mercado há pouco mais de um ano e, desde então, é um sucesso entre os motoristas que querem se beneficiar de suas vantagens.
Afinal, não há nada mais democrático que chegar a um posto e poder escolher como abastecer o tanque.
O que muitos proprietários de carros bicombustíveis não sabem é como aproveitar os benefícios do álcool e da gasolina de forma efetiva e quais as diferenças entre eles.
O fator mais importante do carro bicombustível, aos olhos dos motoristas, é permitir o uso do álcool, que, na ponta do lápis, sai mais barato que a gasolina, sem a insegurança que antes inibia a compra de um automóvel movido exclusivamente a etanol.
Porém, a decisão de se abastecer com um ou com o outro não deve ser tomada somente com base no preço do litro que é mostrado na bomba. É preciso conhecer o que o álcool e a gasolina têm a oferecer para o desempenho do carro.
Nem sempre o preço está atrelado ao benefício, o que indica que encher o tanque por menos nem sempre é vantagem para o motorista.
Mesmo porque, apesar da gasolina ser mais cara, ela apresenta uma economia significativa no consumo – que pode chegar até 30% – já que possui um maior poder calorífero.
O álcool é mais barato (principalmente nos estados da região Sudeste), mas consome mais.
Diferenças e vantagens – Na essência, o que diferencia o álcool da gasolina é que o primeiro é um combustível destilado principalmente da cana-de-açucar, enquanto que o segundo é refinado do petróleo.
Entre os benefícios do combustível proveniente da cana, o álcool possui um poder antidetonante muito maior que a gasolina, o que possibilita maior agilidade ao veículo.
O fato de abastecer com o álcool, também, está relacionado com a qualidade do ar, já que este combustível emite menos poluentes na atmosfera, se comparado aos outros refinados do petróleo.
Já a gasolina, apesar de mais poluente, tem melhor desempenho do motor em função da sua taxa de compressão, possibilitando maior torque e potência.
Não existe, porém, uma proporção exata da mistura de gasolina e álcool sugerida pelos especialistas para melhorar o desempenho do veículo.
Aliás, a vantagem dos motores flexíveis é justamente poder operar com quaisquer volumes entre os dois combustíveis ou somente com apenas um deles.
A tecnologia empregada nos carros bicombustíveis consiste na capacidade do sistema em reconhecer e adaptar, automaticamente, as funções de gerenciamento do motor para qualquer proporção de mistura de álcool e gasolina.
O sistema distingue os dois através da quantidade de oxigênio que passa pelo escape, o que permite ao motorista rodar apenas com álcool ou gasolina o quanto quiser.
Essa idéia de que é preciso misturar os combustíveis ou até fazer um revesamento entre eles no tanque não procede.
O sistema está adaptado para rodar a vida toda em qualquer um dos casos, até mesmo com um só tipo de combustível.
Os motores bicombustíveis utilizam uma taxa de compressão intermediária que permite que o veículo apresente um comportamento similar ao de um carro que funcione somente a gasolina ou somente a álcool.
Vale lembrar, ainda, que os sistemas flexíveis não têm nenhum desempenho surpreendente com relação aos motores monocombustíveis – ou convencionais.
Aliás, a performance desses sistemas pode até ser prejudicada devido à adequação necessária ao funcionamento com os dois combustíveis, pois cada um possui características diferentes. Mas essa adaptação também não interfere no funcionamento do motor.
Os carros flexíveis também não precisam de nenhum cuidado especial, ao contrário do que se acredita.
Os mesmos alertas que servem para os proprietários de veículos convencionais, servem também para os donos de carros com sistemas flexíveis: manter o sistema de partida a frio abastecido, não utilizar combustível adulterado, checar a procedência de aditivos que se coloca no tanque, entre outros cuidados básicos, são sempre necessários.
Os motores bicombustíveis funcionam como os motores normais, com a vantagem de que eles podem se aproveitar de todos os benefícios que, tanto a gasolina, quanto o álcool, têm a oferecer.
*Edson Nonato é Gerente de Operações da FIC-Petróleo, distribuidora de derivados do petróleo.
Motor Flex – o mais moderno, o mais econômico e agora muito bem tratado
Chega ao mercado o tratamento que de quem conhece o sistema de alimentação dos motores bicombustíveis.
Dois anos depois do lançamento do primeiro carro nacional bicombustível, o Gol 1.6 Total Flex, a oferta de modelos com essa tecnologia cresceu bastante no país.
Atualmente, já são 25 modelos, entre hatchs, picapes, sedãs, minivans e peruas. Com o recém-lançamento dos modelos populares, a procura pelos carros flexíveis pode saltar para 60 ou 70% do mercado.
Mas toda moeda tem dois lados: a tecnologia que tem conquistado tantos consumidores também está sujeita a apresentar problemas se não for tratada de forma adequada.
Segundo o especialista em combustíveis Gaston Schweizer, consultor técnico da STP, os danos podem começar quando o carro é abastecido com gasolina, combustível que deixa uma goma nas paredes do tanque.
Quando esse veículo é abastecido com álcool, combustível mais “detergente”, a goma tende a se soltar, obstruir e até entupir a bomba e o filtro de combustível, causando desde a queda de desempenho até a parada do motor.
“Nesse caso, é necessário realizar a troca do filtro, pois a bomba pode até se queimar, elevando os gastos com a manutenção.”
Para combater o problema, a STP lançou no mercado um produto específico para tratar motores flexíveis. O Flex Treatment tem a função de limpar constantemente o sistema para evitar o acúmulo de resíduos.
“Esperamos dois anos para lançar o produto porque queríamos estudar os problemas que poderiam ocorrer nos motores bicombustíveis”, explica Gaston.
O Flex Treatment deve ser usado a cada tanque na diluição de 236 ml para até 50 litros de combustível, não importando a concentração álcool/ gasolina existente no tanque. O preço médio no mercado é de R$ 12,00 a R$ 14,00.
Neste período de lançamento do Flex Treatment, o produto vai ser encontrado em uma embalagem promocional: na compra de um frasco, o consumidor ganha de presente um copo personalizado STP.