O nome Ferrari, por si só, dispensa apresentações. Os carros da marca são estereótipos de sucesso em qualquer lugar do planeta e a paixão dos tifosi – como são chamados os fanáticos torcedores – pelas corridas, faz com que percorram o mundo todo atrás da escuderia de Maranello.
(*) Renato Bellote Gomes
A história toda começou em 1939, quando Enzo Ferrari saiu da Alfa Romeo – quem diria – para fundar sua própria fábrica de automóveis.
Com espírito empreendedor e um grande interesse pelas corridas, começou a projetar seus primeiros bólidos, se destacando no cenário automobilístico europeu.
A vida do criador de campeões – que recebeu o título de Comendador no início da década de 60 – sofreu um duro golpe, em 1956, com a morte de seu filho Alfredino, aos 25 anos de idade.
A partir de então, o velho Enzo se desiludiu com a rotina das corridas, e, segundo diz a lenda, nunca mais colocou os pés em uma pista.
Justamente treze anos após a morte do filho, a Ferrari lançou um modelo em sua homenagem – a Dino 246 GT – que iria, a partir de então, ocupar um lugar especial na galeria dos superesportivos italianos.
A história do mito – que surgiu inicialmente como protótipo – começou com o desenho impecável do estúdio Pininfarina. Linhas modernas e esportivas foram apenas duas características do bólido, que chamava atenção à distância.
O coração da fera não negava a tradição da marca. Um motor V6 central, de 2,4 litros e 195 cavalos de potência a 7.000 rpm.
Para alívio de peso, o bloco era feito de alumínio. Ao girar a chave, o ronco “ardido” dos escapamentos – típico do DNA italiano – invadia o ambiente, auxiliado por nada menos do que três carburadores Weber.
Toda essa “cavalaria” justificava os números de desempenho: 0 a 100 km/h em 7 segundos e velocidade máxima de 235 km/h. Realmente, um modelo digno da casa do cavalinho rompante.
O bólido marcou presença em algumas competições, entre elas, a tradicional Targa Florio, em 1971.
No ano seguinte, um exemplar disputou as 24 horas de Le Mans, chegando na 9ª colocação em sua categoria, além da participação em algumas provas de endurance nos EUA.
Mas apesar dos predicados apresentados acima e linhas sedutoras, a novidade não foi bem recebida pelos puristas da época, que não aceitavam o fato de um supercarro da marca ser equipado com um motor de seis cilindros. Por esse motivo, ele não tem o tradicional logotipo sob o capô.
A Dino teve também uma versão targa – chamada de GTS – que realçou ainda mais seu perfil. O esportivo clássico saiu de cena em 1974, mas ficou imortalizado por seu estilo único e ronco nervoso, itens de série dos carros da Ferrari.
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(*) Renato Bellote Gomes
(*) Renato Bellote Gomes, 26 anos, é bacharel em Direito e assina quatro colunas sobre antigomobilismo na internet. O autor tem textos publicados em nove países de língua espanhola e é correspondente do site português Lusomotores
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