Os carros do futuro poderão ser bem mais leves – mas muito mais resistentes – graças aos avanços no processo de fundição que acabam de ser alcançados pelos engenheiros australianos do instituto de pesquisas CSIRO. Eles utilizaram ligas de magnésio superleves, também desenvolvidas no mesmo instituto.
A tecnologia, batizada de T-Mag, gera produtos fundidos de ligas de magnésio de altíssima integridade – sem porosidade ou outros defeitos – a partir de moldes permanentes e é muito mais econômica.
A T-Mag permite a fundição de blocos de magnésio para motores que são 33% mais leves do que os blocos de alumínio e com apenas um terço do peso de um bloco de ferro fundido.
Ganhos tão significativos já estão chamando a atenção de vários fabricantes de automóveis, que estão analisando a tecnologia.
Para finalizar os estudos e preparar a a T-Mag para chegar ao mercado, os pesquisadores construíram uma planta piloto que já está produzindo fundidos de magnésio, incluindo rodas para carros e blocos para um motor de motocicleta de 750 cilindradas, refrigerado a água.
A fundição sob pressão tem limitações que restringem sua aplicação na fundição de muitos componentes automotivos.
Uma dessas limitações é o baixo rendimento da fundição: tipicamente, consome-se cerca de seis a sete quilos de metal para se produzir um fundido de 3,5 quilos.
O metal não utilizado não pode ser simplesmente reciclado porque o processo de refusão cria óxidos e compostos intermetálicos, além do grande gasto de energia consumido no reaproveitamento.
“A T-Mag utiliza apenas 3,7 kg de liga para produzir um fundido de 3,5 kg. Isso reduz a reciclagem, o uso de energia e economiza muito em custos de fusão,” explica o pesquisador Thang Nguyen.
A nova tecnologia é um processo de fundição com moldes permanentes, que não exige nem alta pressão e nem vácuo.
O molde se enche lentamente de baixo para cima, minimizando o aprisionamento de ar e a oxidação, produzindo fundidos com qualidade de raios-x – virtualmente livres de defeitos.
Fonte: Inovação Tecnológica