Utilizando uma técnica chamada pirólise ultrasônica por pulverização, pesquisadores da Universidade de Illinois, Estados Unidos, criaram um novo catalisador capaz de remover os mal-cheirosos compostos à base de enxofre da gasolina e de outros combustíveis fósseis.
O novo catalisador é uma forma do bissulfeto de molibdênio, material presente nas graxas comuns.
O bissulfeto de molibdênio é feito de longas camadas planas de átomos de molibdênio, ensanduichados entre camadas de enxofre.
As interações entre os planos enxofre-enxofre são fracas, fazendo com que elas deslizem facilmente umas sobre as outras, oferecendo excelentes qualidades lubrificantes sob altas temperaturas.
“As placas planas de bissulfeto de molibdênio que o tornam um bom lubrificante também diminuem sua capacidade de reagir com combustíveis para a remoção de enxofre,” explica o professor Ken Suslick, que criou o novo catalisador, juntamente com sua orientanda Sara Skrabalak.
“Isso acontece porque todas as reações necessárias para a remoção do enxofre acontecem nas bordas dos longos planos, e, quanto maiores os planos, haverá relativamente menos bordas.”
Utilizando a pirólise ultrasônica por pulverização, os cientistas descobriram uma forma de criar uma rede altamente porosa de bissulfeto de molibdênio, expondo uma quantidade enorme de bordas, o que amplia exponencialmente seu rendimento como catalisador na remoção do enxofre.
O método de fabricação do novo material consiste na aspersão de gotículas microscópicas de uma solução de água com tetratiomolibdato de amônia e sílica coloidal, uma areia muito fina.
Em um forno, à medida que as gotículas eram aquecidas elas evaporavam, deixando o composto de bissulfeto e sílica.
Esse composto foi a seguir tratado com ácido hidrofluorídrico, que retirou a sílica e deixou a rede altamente porosa de bissulfeto de molibdênio.
Segundo os cientistas, esse método de produção é tecnicamente simples e pode ser facilmente posto em operação em larga escala, tornando-o adequado à produção industrial.