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NASA quer fazer avião pessoal

A popularização do transporte aéreo abre novas perspectivas para o consumidor. O avião já faz concorrência com veículos de transporte terrestre (carros e ônibus), oferecendo vantagens em relação ao tempo de viagem e, muitas vezes, até mesmo ao preço.

            Algumas companhias aéreas vendem passagens a valores inferiores aos dos ônibus. E determinados pacotes turísticos têm um custo menor do que se a viagem fosse feita de carro.

Nos Estados Unidos, onde a aviação é popular há muito tempo, começa a nascer uma nova tendência, a do Veículo Aéreo Pessoal. Trata-se de um programa da NASA (Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço) que prevê o uso de pequenos aviões, totalmente informatizados, que podem ser pilotados por qualquer pessoa e usados no dia-a-dia.

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O engenheiro aeronáutico Francisco Galvão, do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), esteve no Congresso da Sociedade de Engenharia Automotiva dos Estados Unidos, em Wichita, no Kansas, no final de agosto deste ano. Ele conheceu de perto a novidade e aposta nela como um dos caminhos para o futuro da mobilidade.

Como é esse programa da NASA?

Eles pretendem, dentro de sete anos, ter nos Estados Unidos um avião chamado Personal Air Vehicle, ou PAV. É um avião pequeno, leve, barato e silencioso, que pode ser operado por pessoas que têm a habilidade de dirigir um carro.

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O avião vai ser inteligente. É como eles disseram lá: o cavalo é uma coisa que todo mundo usa, porque ele tem inteligência própria. Qualquer um pode subir num cavalo e dirigi-lo. Então a idéia é fazer um avião com essa tecnologia toda que hoje existe para aviões-robôs, os veículos sem piloto que devem atuar na área militar. Isso vai migrar para o uso civil, e os aviõezinhos serão praticamente automáticos.

A pessoa dá as coordenadas gerais, pode pegar com a mão e dar uma dirigida, mas o resto o avião faz sozinho. A idéia é que qualquer um que seja capaz de dirigir um carro possa também tirar uma licença para pilotar esse tipo de veículo.

E qual é o objetivo desse projeto?

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Eles querem com isso acabar com aquele congestionamento nos aeroportos. Porque se uma pessoa está aqui e quer viajar para uma cidade a cem milhas de distância, ela tem que pegar um avião no aeroporto. Esse processo leva umas duas horas, e depois o passageiro ainda tem de aguardar em um daqueles hubs, centros de aviões. Então muitas vezes uma viagem de carro é mais rápida.

Mas para isso é necessário ter uma rede de aeroportos muito grande, não?

Eles já têm. Existe agora uma campanha para evitar que eles fechem. Como geralmente os aeroportos estão em uma área grande, a valorização imobiliária faz com que as companhias fechem as portas para poder transformar o espaço em loteamento.

O avião tem quantos lugares?

De quatro a seis lugares, com autonomia de setecentas milhas.

E a implantação dele não vai provocar confusão no ar?

Ele sendo um avião inteligente, com um automatismo bem grande, só vai dar confusão se o sistema não funcionar, como aconteceu no nosso caso aqui. Ou se alguém resolver não obedecer ao plano de vôo.

De qualquer maneira, certamente vai ter de existir uma companhia de trânsito aéreo?

Certamente, mas já existe um sistema. Hoje você entra na internet, em algum site que mostra os vôos aeronáuticos, nos Estados Unidos, por exemplo, e há uma quantidade imensa de aviões cruzando para lá e para cá. E eles não se chocam, porque é possível estabelecer níveis em altura, o que aumenta muito a quantidade de aerovias disponíveis. As aerovias dos aviões grandes estão acima de uma certa altitude. Então o espaço para baixo está livre, pode-se criar uma infinidade de pequenas estradas para esses aviõezinhos.

O senhor acha que o avião no Brasil já está concorrendo com o veículo terrestre, o carro e o ônibus?

Aparentemente, sim. Não tenho condições de responder isso porque não conheço muito bem o tráfico aéreo brasileiro, não sou da parte de companhias aéreas. Mas quando a gente vai num aeroporto, a impressão que dá é essa.

Joel Leite, da Agência AutoInforme

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