Para que os air-bags frontais cumpram adequadamente e com melhor eficiência sua finalidade de aumentar a proteção do ocupante, em caso de colisões frontais ou quase frontais, alguns cuidados são necessários
O CESVI BRASIL (Centro de Experimentação e Segurança Viária) observa que esses cuidados levam em consideração o fato de que o maior “amortecimento” da colisão será alcançado se o ocupante entrar em contato com a bolsa depois que ela atingiu o volume máximo e está começando a desinflar.
Para garantir a segurança, é importante seguir as recomendações abaixo:
a) Os cintos de segurança devem ser sempre usados, mesmo em veículos com air-bags, pois o conjunto oferece uma melhor proteção e o cinto evita que o contato do ocupante com a bolsa ocorra antes do ideal, ou seja, enquanto ela está inflando, quando poderia provocar ferimentos graves ou até fatalidades.
A maioria das mortes causadas por air-bags, detectadas nos EUA, envolvia pessoas que não estavam usando cinto de segurança, usavam o cinto incorretamente ou estavam posicionadas de forma inapropriada no assento.
b) O condutor deve manter o banco afastado de onde o air-bag sairá (o volante de direção, no caso dos motoristas, e o painel, no caso dos passageiros dianteiros), evitando que o corpo fique na região até onde a bolsa alcançará quando inflada.
A distância do tórax à direção deve ser maior do que 25 cm (um air-bag frontal de motorista infla 25 cm ou mais para fora do compartimento da direção).
A posição em relação ao air-bag é que determina os riscos de ferimentos. No caso do air-bag frontal de passageiros, deve ser observado que eles são maiores do que o de motoristas, podendo inflar a uma distância de 40 cm ou mais a partir do painel.
c) Nunca colocar uma criança em um dispositivo de transporte de crianças fixado no banco da frente, pois, além de ser proibido no Brasil, no caso de acionamento do air-bag, este pode provocar ferimento ou até a morte da criança, principalmente no caso do dispositivo do tipo bebê-conforto, que é fixado virado para trás do veículo.
Crianças devem ficar sempre no banco traseiro, com dispositivo adequado para seu transporte (de acordo com seu tamanho e peso).
d) Nunca manter objetos (no veículo ou nas mãos e bocas) entre o air-bag e o motorista ou passageiro.
e) O passageiro não deve apoiar mãos ou pés no painel, pois pode ter um ferimento grave no caso do air-bag inflar e também porque ficará numa posição inadequada para que o cinto o proteja no caso de acidente.
f) No caso de pessoas que não conseguem ajustar o banco de forma a ficarem a uma distância segura do volante, como pessoas de baixa estatura ou mulheres grávidas no final da gestação, deve ser considerada a opção de se desligar o air-bag (veja a recomendação do fabricante).
Estudo demonstra importância do air-bag – Recentemente, o CESVI BRASIL realizou um estudo que demonstra as vantagens, tanto em termos de segurança quanto econômicas, da aplicação do air-bag no País.
O objetivo do estudo era avaliar o potencial impacto que teria a adoção desse recurso, em larga escala, nos veículos do Brasil, partindo de informações disponíveis sobre a efetividade do air-bag.
Para isso, foi realizada a análise do impacto potencial em termos de redução de fatalidades e feridos, e do impacto econômico associado às vítimas evitadas.
No Brasil, considerando apenas os condutores de automóveis e camionetas, o potencial do air-bag poderia contribuir para, em média, manter a vida de aproximadamente 490 pessoas (1,4% dos 35 mil que morrem por ano) que hoje morrem no trânsito, ou evitar ferimentos em mais de 10 mil pessoas, proporcionando um impacto econômico positivo de cerca de 315 milhões de reais por ano.