Tecnologia brasileira permite qualquer tipo de imagem para a iluminação de veículos e uma delas pode ser adotada por uma montadora européia
Dragões, leões estilizados, caveiras, estrelas ou quaisquer outras imagens poderão surgir nas lanternas dos automóveis.
Esse avançado tipo de iluminação é um dos resultados do programa que a Valeo estabeleceu para todas as suas divisões em busca de tecnologias de baixo custo para atender às novas tendências do mercado automobilístico mundial.
A nova tecnologia de imagens inéditas para lanternas, luzes de posição e de direção foi desenvolvida pelos físicos Otávio Henrique Reis e Whilk Gonçalves, das divisões de Iluminação da Valeo, instaladas em São Paulo, capital, e da França.
Trata-se de uma tecnologia que permite produzir lanternas convencionais de baixo custo com desenhos que resultam num aspecto parecido com LED (Light Emission Diode – luz emitida por diodo), atualmente, aplicado somente em automóveis de elevado padrão.
Além das modernas luzes com o mesmo aspecto do LED, idealizadas por Reis e Gonçalves, o programa de tecnologias de baixo custo instituído pela Valeo já resultou, também, em projetos de outras fábricas da empresa, como alternadores e motores de partida, pela divisão de sistemas elétricos; radiadores, pela área de arrefecimento de motores, e limpadores de pára-brisa.
O novo conceito de iluminação surgiu de idéias de Reis e Gonçalves de criar imagens futuristas e com os mais variados desenhos, consideradas uma tendência para a indústria automobilística, principalmente por influência do tuning, atividade de personalização de veículos que surgiu em países asiáticos, mas com grande ascensão no mercado brasileiro.
A tecnologia desenvolvida pelos físicos da Valeo permite uma importante inovação no sistema de iluminação dos veículos.
“Podemos projetar quaisquer pontos de iluminação com o desenho que os clientes desejarem. E com a vantagem de utilizar lâmpadas convencionais, mais baratas, mas com o mesmo efeito da tecnologia do LED, que ainda levará algum tempo para ser implementada pela indústria brasileira em função do elevado custo”, salienta Otávio Henrique Reis.
O físico esclarece ser possível idealizar fontes secundárias de luz que podem ser moldadas como figuras ou imagens até agora não utilizadas e proporcionar avançadas opções a um segmento em forte evolução.
Já há algum tempo Reis desenvolve essa atividade que lhe permitiu outros projetos na área de iluminação.
A idéia surgiu justamente em função do elevado custo do LED e tornou-se possível quando a Valeo iniciou o processo de criação de um centro de pesquisa e desenvolvimento, do qual faz parte o laboratório fotométrico com modernos recursos, na fábrica de sistemas de Iluminação, no bairro de Pedreira, em São Paulo.
Com a avançada tecnologia de simulação e dos recursos do laboratório foi possível adotar desenhos nas superfícies ópticas e a utilização de lâmpadas incandescente convencionais com o mesmo efeito dos LEDs.
Na opinião de Reis, trata-se de um recurso que permite adotar desenhos arrojados, futuristas, com grande flexibilidade de estilo e a criação de imagens de figuras abstratas diversas dos mais diferentes tipos, de acordo com o gosto do cliente e com amplas opções de personalização.
Nas viagens a trabalho em pesquisa e desenvolvimento na Valeo francesa, Reis desenvolveu, juntamente com Gonçalves, uma série de projetos, dois dos quais foram registrados no Bureau Internacional de Patentes, da França. E uma delas deverá ser adotada por uma montadora européia em seus carros a partir de 2010.
No Brasil, a Valeu deu início a um programa de apresentação às montadoras por intermédio do programa Tech Day, para mostrar aos engenheiros, designers e profissionais das áreas de vendas e marketing as avançadas tecnologias disponíveis e as tendências internacionais do setor.
Imagem: arquivo Valeo