Desenvolvimento tecnológico apresenta novos recursos que podem garantir melhor fluidez rodoviária, além de ampliar segurança para motorista, passageiros e pedestres
Recife (PE) Reportagem | Tarcisio Dias
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Que o trânsito está cada vez mais complicado, disso ninguém tem dúvidas, mas qual a contribuição que a tecnologia pode oferecer para encontrarmos uma melhor fluidez e segurança para os veículos, passageiros e pedestres? As pesquisas revelam que no Brasil o estado de Minas Gerais tem à liderança na participação de acidentes rodoviários, enquanto que na Europa temos uma média de 43 mil acidentes, dos 1,2 milhão de pessoas vítimas por ano mundialmente, em nosso país o número é assustador, alcançando a triste marca de 37 mil fatalidades/ano e 120 mil feridos internados/ano, de acordo com o Ministério da Saúde.
A engenharia tem procurado alternativas para permitir uma mobilidade dinâmica e ao mesmo tempo segura.
No 19º Congresso e Exposição Internacionais de Tecnologia da Mobilidade SAE BRASIL, realizado em outubro de 2010, um dos destaques ficou por conta do trabalho apresentado pelo engenheiro espanhol Arturo Davila, sobre “Innovative Concepts for Smart Road Restraint Systems to Provide Greater Safety for Vulnerable Users” (Conceitos Inovadores para Sistemas Inteligentes de Retenção de Estradas para prover maior Segurança a Usuários Vulneráveis), que objetiva um novo modelo de sistema de proteção inteligente para melhorar a segurança dos usuários.
O projeto visa o desenvolvimento de sistema inteligente de retenção, que integra sensores primários e terciários para prover maior proteção aos usuários das estradas, além de alertas aos motoristas e serviços de emergência tão logo o acidente aconteça, a fim de reduzir o tempo de resposta, permitindo também a redução do número de acidentes, com informações do fluxo de tráfego, condições climáticas, obstáculos e riscos, e eliminação de perfis de barreiras de segurança rodoviária que ofereçam perigo no percurso.
Por meio da tecnologia é possível oferecer uma nova mobilidade, agora com segurança. E os veículos são os elementos principais desse novo momento, com recursos inteligentes para garantir dias melhores.
No Brasil já podemos encontrar alguns exemplos de como o automóvel pode absorver essas características de tecnologia para permitir uma mobilidade com segurança.
A Volvo Cars começa a comercializar no País as primeiras unidades da sua linha 2011 equipada com o novo dispositivo de segurança denominado Volvo On Call.
Trata-se de um sistema de comunicação computadorizado controlado via satélite que presta assistência ao proprietário do veículo 24 horas por dia e sete dias por semana.
Em situações de emergência o sistema aciona socorro médico mesmo que o motorista não tenha condições de solicita-lo sozinho.
A central de atendimento oferece assistência em caso de acidentes, pane técnica, pneu furado ou furto do veículo, além de serviços de comodidade como destravamento remoto de portas ou informação sobre a localização do veículo.
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Anders Norinder, presidente da Volvo cars para América Latina, aciona o Volvo on Call
Já a Fiat Automóveis incluiu novos aspectos de tecnologia no seu mais recente lançamento, o Bravo.
Entre os diferenciais presentes existem quatro sensores de pressão aplicados nos pneus, que são constantemente monitorados, onde qualquer alteração como pneu vazio, furado, cheio demais e pressão inadequada à velocidade, são sinalizados por um aviso sonoro e também por intermédio de uma luz-espia dedicada, que permite ao motorista sabe qual é a anomalia e em que pneu ela aconteceu.
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No painel do Fiat Bravo sinalização de anomalia e pneu com problema
O ESP (Electronic Stability Program, Programa Eletrônico de Estabilidade) é um dos mais novos aliados no Brasil para conservar a estabilidade e ajudar o motorista a manter o controle do veículo.
Por meio de monitoramento constante da velocidade do carro, inclinação da carroceria, ângulo de giro do volante e estado de movimentação do veículo (aceleração lateral, velocidade angular e longitudinal), o ESP percebe quando o carro está próximo da instabilidade, intervindo então para corrigir sua trajetória, freando a roda prestes a perder aderência e reduzindo a potência do motor, quando necessário.
Já o MSR (Motor Schleppmoment Regelung), parte integrante do ESP, realiza o controle suplementar de segurança e intervém quando a velocidade do automóvel é reduzida bruscamente em condições de baixa aderência.
Nessa situação, o MSR libera, progressivamente, mais torque para o motor, evitando o travamento das rodas.
A sopa de letrinhas continua com o ASR (Anti Slip Regulation), que assim como o MSR, também é parte integrante do ESP, sendo responsável pelo controle da tração e intervindo automaticamente no caso do veículo patinar.
O ASR pode ser desativado através de um botão localizado no painel.
ESP (Electronic Stability Program, Programa Eletrônico de Estabilidade)
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Luz no retrovisor acende ao identificar obstáculos no ponto cego do veículo
O modelo 2011 do Ford Edge também oferece um amplo pacote de tecnologias para garantir mais segurança no trânsito com o novo veículo. Sistemas inteligentes ajudam o motorista a manobrar o veículo em locais de pouca visibilidade.
O sistema de monitoramento de pontos cegos (Blind Spot Monitoring) funciona com sensores que acionam uma luz no espelho retrovisor correspondente ao identificar obstáculos no ponto cego do veículo. O sistema é útil, por exemplo, quando se quer mudar de faixa em ruas ou estradas.
Ele também apresenta o sistema de alerta de tráfego traseiro cruzado (Cross Traffic Alert), que é ativado pela marcha a ré e utiliza sensores que detectam se outro carro se aproxima pela lateral em até 13 metros de distância, quando se está saindo de uma vaga de estacionamento de ré.
A tecnologia avança buscando soluções para melhorar o fluxo de veículos em nossas vias e até mesmo evitar que colisões aconteçam. A telemática de tráfego permite uma nova referência em segurança e no controle e supervisão de rotas.
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Vejamos alguns exemplos e recursos da aplicação da tecnologia para uma mobilidade mais segura.
Por meio do uso de um telefone com GPS integrado e conexão ao provedor de serviço de telemática, não só a segurança do veículo aumenta, mas também a segurança na estrada. Com um “subsistema eletrônico” no carro, os motoristas podem ser informados sobre perigos da estrada, emergências locais e até mesmo alertados sobre possíveis roubos de veículos.
Os sistemas em funcionamento atualmente acionam auxílio em caso de acidentes. Já os futuros sistemas estão sendo projetados para infraestrutura de V2V (tecnologia veículo a veículo) e a comunicação entre veículos, para aumentar e melhorar as condições de segurança.
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Sistemas de Piloto Automático Adaptável (ACC)
Os sistemas de Piloto Automático Adaptável (ACC), já presentes em alguns modelos importados vendidos no Brasil, utilizam um radar preciso e de longo alcance para detectar as condições do tráfego em até 200 metros à frente.
Por meio do uso dos sistemas de freio e acelerador, o ACC ajusta automaticamente a velocidade para que se mantenha uma distância especificada pelo motorista (distância de segurança) entre ele e o veículo à frente.
Quando equipado com o recurso Stop & Go, o sistema oferece controle de velocidade para parada total, estendendo a operação do ACC para situações de alto congestionamento e tráfego urbano.
O mesmo radar de longo alcance também serve como plataforma para outros sistemas de segurança como avisos de colisão à frente e sensor de impacto.
Um importante exemplo da tecnologia aplicada na mobilidade e que reflete em segurança fica no desenvolvimento de Sistemas de Segurança Ativos com detecção de pedestres e poder total de freio, tecnologia de última geração que transporta a segurança para outro patamar com recursos como alerta de colisão, poder de freio automático completo, detecção de pedestre e alerta de desvio de faixa.
No coração desses sistemas temos modernos sensores de radar. Ao utilizar algoritmos de fusão de dados únicos que combinam a entrada de dados dos sensores, o sistema alerta os motoristas quanto a uma colisão iminente com um pedestre ou veículo e automaticamente freia caso o motorista esteja impossibilitado de realizar tal ação.
Nessa mesma linha acontece o desenvolvimento de um sistema de sensor de impacto que aumenta a segurança do veículo ao fornecer um alerta antecipado ao motorista sobre possíveis colisões ou por meio da redução da gravidade das colisões frontais inevitáveis.
Sensores de radar precisos, integrados a alguns modelos com capacidade de incorporação de visão opcional, mapeiam e rastreiam os objetos em seu raio de visão.
Equipado com algoritmos projetados para avaliar um acidente iminente, esses sistemas analisam a situação e determinam quando alertar o motorista e quando acionar as medidas de segurança autônomas.
Entre essas medidas, estão incluídos o auxílio de freio, freio automático e cintos de segurança que removem o encaixe da trava do cinto de segurança e posicionam o ocupante do veículo da melhor maneira em caso de colisão.
O entendimento e previsão das condições de tráfego e perigos das estradas são muito importantes para que este objetivo de uma mobilidade com segurança seja alcançado e, por isso mesmo, é tão importante a contribuição da tecnologia para garantir alternativas viáveis para o trânsito nas estradas.
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Sistemas de Segurança Ativos com detecção de pedestres e poder total de freio
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