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Trânsito continua sendo a principal causa de morte acidental de crianças no Brasil

Entre os dias 18 a 25 de setembro, é comemorada no Brasil a Semana Nacional de Trânsito.

O tema deste ano é “Década Mundial de Ações para a Segurança no trânsito – 2011/2020: Eu sou + 1 por um trânsito + seguro” e seu objetivo é conscientizar o cidadão de sua responsabilidade no trânsito, valorizando ações do cotidiano e visando a participação de todos para o alcance da segurança viária, sejam pedestres, ciclistas, motociclistas, passageiros ou condutores.

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Acidentes de trânsito são considerados uma epidemia global, pois todos os anos matam cerca de 1,3 milhões de pessoas em todo o mundo.

As crianças são um dos grupos mais vulneráveis a esse tipo de acidente, pois seus corpos são mais frágeis e elas ainda não sabem reconhecer o perigo e nem avaliar corretamente a distância e velocidade de um veículo em movimento.

No Brasil, o trânsito é a principal causa de morte acidental de crianças e adolescentes com idade de zero a 14 anos. Em 2014, 1.654 crianças desse faixa etária morreram no país por esse motivo.

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Desse total, 34% eram passageiras de veículos, 29% eram pedestres, 11% estavam em motocicletas, 6% eram ciclistas e 20% dos casos entraram na categoria “outros”.

Em relação a internações, em 2015, 12.979 crianças foram internadas devido a acidentes de trânsito, sendo 34% pedestres, 26% em acidentes de moto, 19% na condição de ciclista, 8% como ocupante de veículos e 13% das ocorrências estão na categoria “outros”.

De acordo com esses dados é possível notar que, apesar da aprovação da Lei da Cadeirinha, o número de mortes de meninos e meninas ocupantes de um veículo ainda é muito alto.

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“Esse número demonstra que ainda há resistência ao uso desses dispositivos, que são o meio mais eficaz para garantir a segurança das crianças dentro de um carro. Além disso, não podemos esquecer que houve um aumento da frota de veículos no país, relacionado à redução de impostos para sua aquisição, o que facilita o aumento do número de acidentes envolvendo carros”, explica Gabriela Guida de Freitas, coordenadora nacional da Criança Segura.

É importante destacar que estudos americanos demonstram que as cadeirinhas, quando instaladas corretamente, reduzem em até 71% os riscos de óbitos em caso de acidente.

Por isso, o uso desse equipamento de segurança é essencial, mesmo que seja para percorrer pequenas distâncias.

Os dados demonstram, ainda, que não é só dentro de um veículo que a criança corre perigo. Nas ruas, enquanto vai e volta da escola ou joga bola, por exemplo, muitos acidentes podem acontecer.

Para evitar que as crianças sejam atropeladas, é preciso que os adultos estejam sempre atentos ao dirigir, que respeitem a velocidade limite e as regras de trânsito.

As crianças também podem aprender sobre comportamento seguro de pedestre, principalmente através do exemplo, mas até os 10 anos de idade elas ainda não possuem todas as capacidades necessárias para poderem andar nas ruas sozinhas. “Até essa idade, a supervisão de um adulto é sempre necessária”, recomenda Gabriela Guida de Freitas.

Entretanto, para a Criança Segura, um dos dados que mais chama atenção é o número de crianças que morreram ou ficaram gravemente feridas em acidentes de motos.

A legislação brasileira permite que, a partir dos sete anos, a criança possa ser passageira de motocicleta. Porém, esse meio de transporte é muito perigoso para meninos e meninas, pois eles ainda estão em fase de desenvolvimento e seus ossos e órgãos são mais frágeis que os de um adulto.

Devido a essa fragilidade, são menos tolerantes a impactos e, para eles, a chance de um, acidente de moto ser fatal é mais alta.

Além disso, outro problema é o uso do capacete pelos pequenos.

“A cabeça de uma criança de sete anos é menor que a de um adulto, logo o capacete deveria ser especial para essa criança e adequado ao tamanho de sua cabeça para de fato protegê-la em caso de queda. Um capacete de tamanho errado não garante proteção e é muito difícil encontrar no mercado capacetes para crianças com tamanhos menores”, comenta a coordenadora nacional da Criança Segura.

Para ela, o alto número de óbitos infantis em decorrência de acidentes com motos se deve à falta de leis mais rígidas sobre o transporte de crianças nesses veículos.

“Apesar de a legislação permitir que a partir dos sete anos de idade a criança seja passageira de motos, a Criança Segura acredita que nessa situação elas estão muito expostas a riscos. Por isso, defendemos a aprovação de um projeto de lei que tramita no Congresso e pretende aumentar para 11 anos a idade mínima para o transporte de crianças em motocicletas”, explica Gabriela.

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