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Simpósio SAE BRASIL CarBody 2017 se encerra em São Paulo

Ainda que seja uma proposta inicial, é crescente a percepção dos gestores da indústria automotiva nacional sobre a necessidade de repensar a cadeia de investimentos para reduzir custos, melhorar a eficiência e aumentar a competitividade.

Hoje (21/9), no encerramento do Simpósio SAE Brasil Carbody, a ampliação do compartilhamento de recursos entre os investidores foi apontada como uma possível solução para atender às novas dinâmicas do setor.

Cerca de 50% dos aportes feitos pelas montadoras, principalmente em P&D, não são percebidos pelos consumidores.

A partir dessa constatação, Carlos Sakuramoto, gerente de tecnologia e inovação da engenharia de manufatura da GM, acredita que investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) poderiam ser compartilhados pelos players e, assim, formar uma base tecnológica comum, acessível aos participantes.

Mas Sakuramoto pondera que, para esse tipo de modelo operacional ser viável, é necessário que o mercado repense e amplie sua visão sobre o que é competitividade e até onde essa produção colaborativa pode avançar, tanto nas relações internas da indústria, quanto nas externas com seus fornecedores e parceiros.

O executivo assinalou que a dinâmica do mercado tem mudado rapidamente, com mais demandas de eficiência energética e maior maturidade comercial, fatores que exigem reavaliação de processos, porque essas modificações podem implicar a globalização de investimentos e encolhimento de mercados regionais.

“O objetivo do investimento em P&D é reduzir custos”, avaliou.

Sakuramoto destacou ainda que o novo marco regulatório do setor, em aprovação governamental, tem sido pensado de forma responsável e articulada com o mercado.

Mesmo assim lembrou que a nova legislação poderá trazer alguma morosidade aos processos.

Isso porque parte dos profissionais deverá retornar à universidade para atualizar metodologias acadêmicas visando a cumprir as exigências propostas nos projetos de P&D.

Lançamentos mais seguros e comerciais – A PSA Peugeot Citroën e a Ford aproveitaram o Simpósio para detalhar seus lançamentos.

Thomas Beaugrand, coordenador de produto da PSA Peugeot Citroën, disse que a montadora passa a enfrentar um novo desafio no mercado brasileiro com o lançamento, entre outubro e novembro, dos utilitários de carga Peugeot Expert III e o Citroën Jump, que vai ocorrer simultaneamente no Brasil, Argentina e Europa.

Em razão da limitação da capacidade produtiva de suas plantas no Brasil e na Argentina, a PSA decidiu viabilizar a fabricação dos novos modelos por meio de parceria firmada com a uruguaia Nordex/Easa, que montará as peças fabricadas na Europa.

A capacidade de produção inicial é de 6 mil unidades/ano.

O executivo destacou o design atualizado do veículo, assim como os itens de conforto e funcionalidade, com suspensão traseira que suporta até 1,5 mil kg, além dos investimentos em segurança, com o uso de laminados em ar quente e a adoção de altos padrões de rigidez estrutural, e sistema operacional para controlar a modularidade em função do comprimento do crash box transversal.

“Também foram feitos reforços nos testes de choques em alta velocidade, impactos de cabeça e envolvendo pedestres, tudo para ampliar a segurança do motorista”, explicou Beaugrand.

Em sua apresentação, Luís Gustavo Zamorano, gerente-geral de estruturas da Ford América do Sul, disse que a nova versão do Ecosport chega ao mercado para ratificar o projeto, iniciado em 2003, como um dos mais relevantes, rentáveis e lucrativos da montadora.

“Já foram vendidas 520 mil unidades e os testes de durabilidade acumularam 607 mil km”, destacou Zamorano ao lembrar que o Ecosport é pioneiro na implementação de projetos de fabricação global de carros. “Atualmente, o veículo é vendido em 149 países”, disse.

A Ford tem quatro fábricas no Brasil, além de plantas na Venezuela, Romênia, Rússia, China e Índia – país responsável pela entrada do carro nos Estados Unidos e Canadá, prevista para este ano.

“O projeto Ecosport mudou a história da Ford no Brasil, até porque se trata de uma iniciativa de engenheiros brasileiros que, posteriormente, passou a contar com profissionais de várias nacionalidades”, afirma.

Zamorano ressaltou que “o suporte do desenvolvimento de todo o projeto foi conduzido por simulações virtuais, que proporcionam mais eficiência, eficácia, assim como sustentabilidade operacional e financeira, além de validação física e rígidos princípios de segurança e conforto. Temos sete airbags e uma performance mais eficiente do sistema de ar-condicionado, além de uma estrutura de carroceria mais robusta e segura”, arrematou.

A Honda apresentou a nova versão de um sucesso de vendas – o Honda Civic Geração 10, o carro mais comercializado da marca no mundo inteiro.

André Ramos, gerente de pesquisa & desenvolvimento da empresa, afirmou que o automóvel atualmente está mais baixo, largo e com linhas fluídas. Outro destaque foi a redução de 22% no peso.

“Com o uso de materiais de alta resistência na carroceria, conseguimos deixá-lo mais leve e, ao mesmo tempo, aumentar a rigidez da estrutura em 25%”, informou Ramos.

Lucas Grassi e Cesar Urnhani mostram suas experiências no Simpósio – Um dos principais destaques do evento, o automobilista Lucas Di Grassi, atual campeão da Fórmula E, falou sobre mobilidade.

O piloto afirmou que, no futuro, todos os carros serão elétricos, assim como são os automóveis de competição usados por ele.

“Os carros movidos a bateria serão a solução para todo o mundo. Acredito que daqui a 30 ou 40 anos eles já serão maioria”, afirmou Di Grassi.

César Urnhani, piloto de testes do programa Auto Esporte (TV Globo), ressaltou a importância de se adotar novas dinâmicas e dispositivos de segurança.

Ele defendeu que o consumidor não precisa necessariamente conhecer os detalhes desses sistemas de seu carro para considerá-los importantes, mas “saber se o carro é seguro e os avanços implantados de uma versão para a outra”, analisou o piloto.

O grande desafio da indústria automotiva é acompanhar as mudanças no perfil do consumidor.

“O jovem não quer dirigir, a frota está envelhecendo e os motoristas mais velhos precisam ter carros condizentes com suas necessidades”, disse.

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