Por Marcos Marques
Com a evolução tecnológica, os fabricantes automotivos buscam proporcionar maior eficiência aos motores, reduzindo tamanho e peso, melhorando o consumo e garantindo mais potência.
Neste sentido, é necessário o aprimoramento de todos os componentes e produtos aplicados no sistema, inclusive o de arrefecimento, composto pela bomba d’água, ventoinha, sensores, válvula termostática, bem como o líquido de arrefecimento do motor, responsável pelo controle de temperatura do motor, por evitar a ebulição em serviços severos e o congelamento do sistema em baixas temperaturas.
Com papel fundamental em motores ciclo-otto (à combustão), o líquido de arrefecimento é encarregado de garantir parte da eficiência esperada com o desenvolvimento tecnológico , proporcionando melhor desempenho, menor consumo de combustível, bem como lubrificação e proteção ideal do motor e transmissões automáticas dos veículos.
No passado, era comum utilizar apenas anticorrosivo, com ciclo de manutenção curto e sem eficiência no controle de temperatura, a prática reduzia a vida útil dos motores, ocasionando manutenção precoce e gastos excessivos.
Com as novas tecnologias e busca por melhor eficiência energética, o líquido de arrefecimento também evolui para novas formulações, mais modernas e com maior efetividade.
Diferentes tipos de líquido de arrefecimento do motor – Atualmente, o mercado conta com diversos tipos de líquido de arrefecimento do motor, com diferentes colorações e especificações.
De um modo geral, eles podem ser encontrados de forma concentrada ou diluída. Para que a aplicação seja correta, a diluição do líquido deve ser realizada com água desmineralizada, conforme o manual do fabricante.
Por conta disto, a melhor opção é a compra do produto concentrado, pois nem sempre o produto pronto para uso, possui a diluição correta para o veículo.
Além das opções concentrada e diluída, o líquido de arrefecimento do motor conta com diversas composições e tecnologias que oferecem mais assertividade às funções do produto.
Tecnologia de Ácidos Inorgânicos (IAT): o produto com essa tecnologia possui uma composição de silicatos e inibidores corrosivos de fosfato. É uma tecnologia antiga, geralmente encontrado na cor verde, com um ciclo de manutenção a cada 50 mil quilômetros. Sua principal função é evitar a corrosão, proporcionando limpeza na parte interna do motor.
Tecnologia de Ácidos Orgânicos (OAT): não contém silicato e fosfato, possui ácido orgânico, desenvolvido para motores mais potentes, com ciclo de manutenção estendida a cada 250 mil quilômetros.
Conta ainda com excelente eficiência contra a corrosão e controle da temperatura aprimorado.
Tecnologia de Ácidos Orgânicos Híbridos (HOAT): esta tecnologia pode ser encontrada em diversas cores, sua principal característica é a tecnologia em aditivos para motores, com a ação de silicatos que contribuem contra a corrosão e oxidação.
Seu ciclo de manutenção também é a cada 250 mil quilômetros ou cinco anos.
Tecnologia de Ácidos Orgânicos Híbridos (Si-OAT): líquidos de arrefecimento mais modernos e de primeira qualidade, que pertence à nova geração de produtos.
Esta tecnologia possui ácido orgânico híbrido (Si-OAT) que combinam as vantagens de produtos com silicatos e produtos que são livres de silicatos, ou seja, garante excelente proteção contra corrosão e uma longa vida útil aos motores.
Cuidados e manutenção – Em qualquer manutenção é fundamental a troca dos fluidos por completo, principalmente no caso do líquido de arrefecimento de motor.
Com o tempo, o produto oxida e compromete sua principal função, que é controlar a temperatura, evitar a cavitação e corrosão nas galerias por onde passa, além de comprometer outros componentes do sistema de arrefecimento, como a bomba d’agua, sensores e válvula termostática e radiador.
Além disso, é indispensável que a troca seja feita por profissionais do segmento ou em concessionárias autorizadas.
Por se tratar de um sistema fechado e pressurizado em alta temperatura, é extremamente perigoso a abertura do reservatório, podendo ocasionar queimaduras e explosões.
O profissional do segmento irá efetuar a troca adequada, utilizando equipamento correto e efetuando o descarte do produto químico corretamente.
Outra dica importante está relacionada à cor do produto.
No Brasil, é comum o mecânico ou consumidor final comprar o líquido de arrefecimento seguindo a mesma cor que apresenta no reservatório do sistema.
No entanto, independentemente da cor, é necessário consultar as especificações técnicas e homologações que o veículo pede. Mesmo que seja uma coloração diferente, as informações devem seguir conforme o manual do veículo.
Diante deste contexto, é nítido o papel essencial do líquido de arrefecimento do motor para a vida útil do veículo, bem como para a economia com relação à manutenção do automóvel.
Entretanto, para que a função seja cumprida de modo efetivo, é necessária a utilização de produtos de qualidade comprovada, baseados nas especificações e homologações dos fabricantes.
Marcos Marques é Coordenador de Vendas Aftermarket da FUCHS , maior fabricante independente de lubrificantes e produtos relacionados do mundo.