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Descontinuidade dos óleos diesel S500 e S1800 trará grandes benefícios para o meio ambiente

Representantes da Afeevas enxergam que minuta da ANP com esta proposta poderá promover uma grande melhoria ambiental

É importante discutir a redução da emissão de poluentes dos veículos e máquinas com motor de combustão interna, pois a qualidade do óleo diesel se apresenta como um obstáculo importante à sua modernização tecnológica.

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“Além de dificultar ou mesmo inviabilizar os possíveis ganhos ambientais, este aspecto também coloca o Brasil em situação comercial desfavorável, isolando-o frente ao mercado internacional”, afirma Gabriel Murgel Branco, sócio-diretor da EnvironMentality e consultor técnico da Afeevas (Associação dos Fabricantes de Equipamentos para Controle de Emissões Veiculares da América do Sul).

Diante deste cenário, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) submeteu a Minuta de Resolução 2120631 – SEI/ANP à audiência pública CP 11/2022, em julho.

O delineamento propõe a definição de um plano e cronograma de descontinuidade dos óleos diesel S500 para uso rodoviário e S1800 para uso não rodoviário no prazo de até quatro anos, em conjunto com produtores de óleo diesel “A” (sem adição de biodiesel) e importadores.

De acordo com Gabriel, trata-se de uma excelente iniciativa do setor de combustíveis para promover uma grande melhoria ambiental.

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“Estender o uso de tecnologias de controles de emissão de última geração também às máquinas não rodoviárias é uma necessidade para o nosso meio ambiente”, afirma.

“Isso porque, com essa nova medida, o CONAMA poderá elaborar um plano de aprimoramento tecnológico de todas as máquinas dotadas de motor a diesel, como, por exemplo, guindastes, máquinas de terraplanagem, agrícolas, grupos geradores, trens, embarcações e respectivos equipamentos instalados nos pátios de manobra”, acrescenta Branco.

Elcio Luiz Farah, Diretor Adjunto da Afeevas, aponta que essa minuta também poderá permitir a atualização tecnológica dos motores das usinas termoelétricas.

“Para que a eletrificação produza os efeitos ambientais almejados, é fundamental também que se estimule a atualização tecnológica dos motores dessas usinas para o controle de emissões de última geração”, analisa.

“Esta medida é absolutamente imprescindível e urgente frente ao crescimento da eletrificação da frota de veículos” desejado por alguns setores da sociedade.

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Os especialistas da Afeevas defendem que a existência de um programa de emissões para equipamentos não rodoviários, em consonância com o novo plano da ANP, permitirá que o Brasil acompanhe os melhores níveis tecnológicos do mercado das máquinas movidas por motores a diesel.

Isso ajudará a fomentar o desenvolvimento industrial brasileiro no mesmo nível de competitividade internacional, junto com a progressão dos limites de emissões para reduzir os impactos na saúde, sobretudo das emissões dos equipamentos “fora de estrada”, como defende a Afeevas.

TRANSPORTE FERROVIÁRIO – Com vida útil superior a 30 anos, as locomotivas são algumas das máquinas que não possuem leis de controle de emissões no Brasil.

Em 2017, a EnvironMentality fez um estudo de impacto ambiental para implantar o trecho do Ferroanel que interliga os ramais que vêm de Jundiaí (SP), do Rio de Janeiro (RJ) e de Santos (SP), com longos trechos em túneis por baixo da Serra da Cantareira.

O local citado é uma reserva ambiental que não pode receber altos índices de gases poluentes. Gabriel explica que o estudo verificou que trens que estão trabalhando no Brasil têm um alto nível de emissão de óxidos de nitrogênio (NOx) e de material particulado.

“Por conta disso, o projeto recomendou o emprego de locomotivas com o padrão de emissões “Tier 4″ norte americano para poder ser aprovado e implantado”, conta.

O especialista indica que, globalmente, existem quatro níveis de controles de emissões. Nos Estados Unidos, eles são chamados de Tier 1, Tier 2, Tier 3 e Tier 4.

Para que fosse possível o trecho Ferroanel sair do papel, a melhor solução ambiental seria eletrificar o trecho.

“A DERSA nos explicou que isso não seria possível por conta do andamento das obras, por isso sugerimos a solução de implantar locomotivas Tier 4, que era a única forma de manter a tração Diesel sem comprometer a área de proteção ambiental da Cantareira”, relata.

“Além disso, são oferecidos sistemas para atualização tecnológica dos conjuntos de injeção e de pós-tratamento dos gases para prolongar a utilização das máquinas atualmente em uso, em caso de novas exigências serem implantadas, o que seria muito recomendável para as demais ferrovias brasileiras”.

Para Fábio Cardinale Branco, geólogo e Mestre em geologia econômica e hidrogeologia, membro da Câmara Técnica de Qualidade do Ar do CONAMA e também sócio da EnvironMentality, o aprimoramento ambiental dessas máquinas para utilizarem as tecnologias de controle de última geração, que era inviabilizado pela indisponibilidade de óleo diesel com teor de enxofre ultrabaixo, poderá agora ser objeto de um novo programa do CONAMA para o controle da emissão de poluentes, com abrangência muito maior que os atuais.

Por conta da longa vida útil das máquinas, é possível adotar outras medidas de atualização tecnológica. De acordo com Fábio, isso pode acontecer por meio do programa de retrofit.

“Reformando as máquinas usadas para instalar sistemas de controle de emissões e trocar o sistema de injeção, os aparelhos serão atualizados tecnologicamente para estender a sua vida útil e poderão integrar o programa levando o controle de emissões, hoje inexistente, para níveis compatíveis com Tier 2 e 3”, diz.

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