Nos próximos sete anos o mercado de remanufatura automotiva está projetado para um crescimento constante, estimado em cerca de 10% até 2030, de acordo com pesquisas. O segmento aqueceu durante a pandemia da Covid-19, que impactou a cadeia automotiva, dificultando o acesso a peças novas de veículos e a matérias-primas.
Além disso, o estímulo à produção de mobilidade sustentável, com ênfase no controle de emissões e gestão de resíduos, juntamente com o aumento da demanda por peças de reposição de baixo custo, são fatores-chave que impulsionarão o crescimento do mercado.
Sergio Fabiano, gerente de serviços automotivos do IQA – Instituto da Qualidade Automotiva, destaca que os produtos remanufaturados oferecem qualidade e durabilidade semelhantes às peças novas, sendo produzidas a um custo significativamente inferior. “Com isso, o consumidor também se beneficia de um custo de compra reduzido, geralmente cerca de 30% mais barato em comparação com um produto novo”.
Fabiano esclarece que a remanufatura automotiva é um processo industrial padronizado no qual as peças anteriormente comercializadas são restauradas por meio de limpeza, desmontagem, reparo e substituição de componentes desgastados. “É crucial destacar que as peças de automóveis remanufaturadas seguem o mesmo processo de fabricação dos componentes novos e originais, assegurando, assim, qualidade e confiabilidade”, ressalta o gerente do IQA.
Selo Produtos Remanufaturados IQA – Para assegurar uma compra segura e de qualidade de peças remanufaturadas, o Instituto da Qualidade Automotiva recomenda que os consumidores verifiquem a presença do certificado de produtos de remanufatura do fabricante original. Ele representa uma certificação do IQA, desenvolvida em colaboração com a Associação Brasileira da Indústria de Autopeças (Abipeças), reconhecendo empresas que adotam padrões rigorosos de qualidade na remanufatura de autopeças.
O processo de certificação envolve uma avaliação abrangente, desde a seleção criteriosa de componentes reaproveitáveis até a medição precisa, lavagem adequada, descarte responsável de resíduos, processo de montagem, rastreabilidade e embalagem do produto.
Sergio Fabiano explica que peças remanufaturadas certificadas possuem o mesmo período de garantia das novas, proporcionando a mesma segurança ao consumidor, além de possuir uma relevância ambiental significativa. “Optando por essas peças, a empresa contribui para a redução da utilização de recursos naturais, como minérios necessários na produção, além de ajudar a minimizar o potencial descarte inadequado que poderia contaminar o solo e a água”, explica.
O processo de Certificação de Produtos Remanufaturados é voluntário, com validade de 36 meses. Entretanto, para garantir a conformidade contínua das empresas em relação aos requisitos de padronização, são realizadas auditorias periódicas.
A Borg Warner recebeu a certificação da sua linha de remanufatura de turbocompressores neste ano. De acordo com o Head de Aftermarket para Emissions, Thermal and Turbos no Brasil, Guilherme Soares, a partir da adoção do selo nas embalagens os clientes da companhia tem a garantia de aquisição de produtos provenientes de um processo sustentável, que segue os mesmos requisitos de qualidade, performance e garantia de um turbo novo original.
“Globalmente, a BorgWarner já evitou o desperdício de 24.000 toneladas métricas de alumínio, aço e ferro fundido no meio ambiente com o processo de remanufatura. O selo assegura a qualidade que somente quem fabrica a peça original na montadora pode oferecer”, diz Soares.
Para identificar peças certificadas, é essencial que a embalagem contenha o Selo Remanufaturados, o código do fabricante e um QR Code. Dessa forma, os consumidores podem acessar o site do IQA e verificar informações relevantes sobre o processo de remanufatura do produto.