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Montadoras chinesas dominam o mercado de veículos elétricos no Brasil

Marcas chinesas respondem por 93% das vendas de veículos elétricos no Brasil no primeiro semestre de 2024, com destaque para BYD e GWM.

O mercado de veículos elétricos no Brasil é dominado por marcas de origem chinesa, que representaram mais de 29,1 mil das 31,1 mil unidades vendidas no primeiro semestre de 2024. Entre elas, a BYD destacou-se com 22,4 mil veículos licenciados, correspondendo a 72% do total, seguida pela GWM com 3,7 mil unidades (11,8%), segundo dados da Fenabrave.

Os números mostram uma clara predominância das montadoras chinesas no setor de veículos elétricos no Brasil. Das 31,1 mil unidades vendidas nos primeiros seis meses de 2024, quase 27 mil pertencem a quatro marcas chinesas: BYD, GWM, JAC e Chery (em parceria com o Grupo CAOA).

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Além disso, a Volvo, integrante do Grupo Geely, também de origem chinesa, vendeu 2,1 mil unidades. Isso significa que 93% dos veículos elétricos vendidos no Brasil neste período têm capital chinês.

Implicações para a indústria automotiva brasileira

Essa predominância chinesa no mercado de veículos elétricos gerou preocupação entre as montadoras representadas pela Anfavea, que estão pressionando por uma maior taxação de importação para proteger a indústria nacional. Atualmente, a tarifa de importação de veículos elétricos no Brasil é de 35%.

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As montadoras brasileiras enfrentam dificuldades para competir com os preços dos veículos chineses. As vendas combinadas de veículos elétricos de pelo menos uma dúzia dessas montadoras somaram apenas 2 mil unidades no primeiro semestre de 2024, uma média mensal de 500 veículos, ou cerca de 40 por empresa.

Desempenho das marcas não-chinesas

Entre as marcas não-chinesas, a Renault foi a que mais vendeu veículos elétricos no Brasil, com 613 unidades no primeiro semestre de 2024, seguida pela BMW com 467 unidades, Peugeot com 345 e Ford com 161.

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Outras marcas tradicionais, como Fiat, Volkswagen e General Motors, tiveram vendas modestas de veículos elétricos. A Fiat, líder de vendas no país com 22,5% de participação de mercado, vendeu apenas 9 veículos elétricos (5 unidades do e500 e 4 do eScudo).

A Volkswagen vendeu 54 veículos elétricos (53 do modelo ID.4 e 1 do ID Buzz). A General Motors, apesar de sua forte defesa do carro elétrico, vendeu apenas 53 unidades de três modelos diferentes.

Desafios e perspectivas – Os dados ressaltam o desafio que as montadoras tradicionais enfrentam para competir com as marcas chinesas no mercado de veículos elétricos no Brasil. Com a crescente demanda por veículos sustentáveis, as empresas precisarão inovar e ajustar suas estratégias para ganhar participação neste mercado altamente competitivo.

Principais Marcas Chinesas no Mercado Automotivo Atual

SAIC (Shanghai Automotive Industry Corporation)

A SAIC é a maior fabricante de automóveis da China em termos de volume total de vendas. Esta empresa estatal vendeu 3,59 milhões de unidades globalmente no ano passado, das quais 1,38 milhão foram de marcas próprias, sendo a MG responsável por dois terços das vendas. A SAIC também possui joint ventures com o Grupo Volkswagen e a General Motors, facilitando sua expansão global.

BYD

A BYD, que iniciou suas operações automotivas em 2003, tornou-se uma potência no setor de veículos elétricos. Com várias marcas sob seu guarda-chuva, incluindo Denza, Yangwang e Fang Cheng Bao, a BYD formou uma joint venture com a Toyota em 2019. No ano passado, a BYD foi a segunda marca de elétricos mais vendida do mundo, atrás apenas da Tesla.

Chery

A Chery, com marcas como Kaiyi, Exceed e Jetour, está expandindo globalmente com as marcas Omoda e Jaecoo. É a maior exportadora da China, com vendas fora do país representando 50% de seu volume total no ano passado. A Chery tem uma joint venture significativa com a Jaguar Land Rover.

BAIC (Beijing Automotive Industry Corporation)

Fundada em 1958, a BAIC produz a maioria dos táxis de Pequim sob a marca “Beijing”. Em 2023, vendeu 1,13 milhão de unidades, das quais 190.000 foram exportadas. A BAIC tem joint ventures com a Mercedes e a Hyundai.

Geely

A Geely possui várias marcas ocidentais, incluindo ZEEKR, Volvo, Polestar e Lotus, colocando-a em uma posição vantajosa no mercado global. A Geely é atualmente a única fabricante chinesa presente nos EUA.

Great Wall Motor

Especialista em SUVs e picapes, a Great Wall Motor vendeu 99% de seus veículos nesses segmentos em 2023. A marca Haval, focada em SUVs, representou 60% das vendas, enquanto a Great Wall e a TANK se concentraram em picapes e SUVs robustos. A GWM também colabora com a BMW no desenvolvimento do novo MINI elétrico.

Changan

A Changan vendeu 2,55 milhões de unidades no ano passado. Embora foque principalmente no mercado chinês, também produz veículos para a Mazda e a Ford. Recentemente, lançou as marcas Deepal, Qiyuan e AVATR, em cooperação com a Huawei.

Grupo GAC (Guangzhou Automobile Group)

Fundado em 2008, o Grupo GAC é um dos cinco maiores fabricantes de veículos movidos a bateria do mundo. Em 2023, vendeu 2,51 milhões de unidades, com 486.000 carros puramente elétricos. O restante das vendas veio de uma joint venture com a Toyota e a Honda.

Dongfeng

A Dongfeng possui seis marcas próprias e joint ventures com a Honda, Nissan-Infiniti e Peugeot-Citroen. Em 2023, vendeu 2,09 milhões de unidades, uma queda de 15% em relação a 2022.

SGMW (SAIC-GM-Wuling)

Fundada em 2002, a SGMW é uma joint venture entre a SAIC, a General Motors e a Wuling. A empresa exporta produtos competitivos para mercados como a Índia e o Sudeste Asiático, além de América Latina.

FAW (First Automotive Works)

Fundada em 1956, a FAW controla a Hongqi, uma marca de carros de luxo. Em 2023, a FAW produziu 2,64 milhões de unidades, sendo 2,12 milhões para Volkswagen ou Toyota.

JAC

Em 2023, a JAC vendeu 592.500 unidades, um aumento de 18% em relação a 2022. A JAC formou uma joint venture com a Volkswagen para criar a marca Sol. A empresa continua a produzir veículos sob a marca Sehol, mantendo presença em mercados emergentes na Eurásia, África e Sul da Ásia.

Essas marcas chinesas têm se destacado tanto no mercado interno quanto no global, muitas vezes através de parcerias estratégicas e joint ventures que lhes permitem acesso a tecnologias e mercados importantes.

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