O Projeto de Lei que propõe a criação da subcategoria B1, exclusiva para motoristas de carros automáticos, promete mudar o sistema de habilitação no Brasil, mas ainda está em fase de tramitação.
A condução de veículos automáticos está cada vez mais presente no cotidiano dos motoristas brasileiros, acompanhando a evolução da indústria automotiva e as preferências do consumidor. Diante desse cenário, o Congresso Nacional analisa uma proposta de reforma da CNH (Carteira Nacional de Habilitação) que pode alterar significativamente a forma como os motoristas são habilitados no país.
A ideia central do Projeto de Lei é a criação de uma subcategoria, chamada de B1, voltada exclusivamente para quem dirige carros automáticos. Atualmente, a categoria B habilita motoristas para veículos de passeio com câmbio manual e automático, mas a reforma propõe dividi-la em B1, para automáticos, e B2, para quem dirige ambos os tipos de veículos.
Se aprovada, essa mudança trará mais personalização para o processo de habilitação, permitindo que os motoristas obtenham sua licença de acordo com o tipo de veículo que pretendem dirigir. Essa adequação é vista como uma forma de tornar o trânsito mais seguro, uma vez que motoristas habilitados na subcategoria B1 não teriam que aprender ou se adaptar ao câmbio manual, focando apenas nas características de veículos automáticos.
Embora a proposta tenha gerado debates, ainda não há uma data definida para sua aprovação, e o texto segue em tramitação no Congresso. Especialistas em trânsito afirmam que a medida pode ajudar a facilitar a formação de motoristas, especialmente entre os jovens, que já estão mais habituados às novas tecnologias automotivas.
Por outro lado, há quem questione a viabilidade da medida, argumentando que uma habilitação limitada poderia restringir a mobilidade dos condutores. Motoristas com a CNH B1, por exemplo, poderiam enfrentar dificuldades em situações onde apenas veículos manuais estão disponíveis, como em viagens ou situações emergenciais.
Outro ponto em discussão é a adaptação necessária das autoescolas e do sistema de avaliação do Detran. Com a criação de subcategorias, seria necessário revisar o conteúdo das aulas teóricas e práticas, além de ajustar os critérios de exame para atender às demandas de cada tipo de habilitação.
Para muitos, a mudança representa uma modernização do sistema de habilitação, acompanhando a tendência global de simplificar a condução e adaptar-se às novas tecnologias. Nos Estados Unidos e em países da Europa, sistemas similares já existem e têm se mostrado eficazes em melhorar a segurança no trânsito.
Além de trazer benefícios práticos, a proposta também reflete a transformação do mercado automotivo brasileiro, onde veículos automáticos têm ganhado participação crescente. Modelos de entrada com câmbio automático já são uma realidade, e a popularização de tecnologias como carros elétricos, que dispensam a transmissão manual, reforça a necessidade de adaptar o sistema de habilitação.
A reforma da CNH, caso seja implementada, poderá moldar uma nova geração de motoristas no Brasil, mais alinhada com as mudanças tecnológicas do setor automotivo. Até lá, a proposta segue gerando discussões e dividindo opiniões entre especialistas, motoristas e autoridades de trânsito.