O motor flex é uma tecnologia automotiva que permite ao veículo funcionar com etanol, gasolina ou qualquer mistura dos dois em um mesmo tanque. A grande questão é: como o motor “sabe” qual combustível está sendo usado? A resposta está na comunicação inteligente entre seus sensores e a central eletrônica do carro, a famosa ECU (Unidade de Controle Eletrônico).
O principal componente responsável por identificar o combustível é a sonda lambda, um sensor de oxigênio instalado no escapamento do veículo. A função da sonda lambda é analisar a quantidade de oxigênio presente nos gases resultantes da queima do combustível. Essa análise permite determinar se a mistura de ar e combustível está pobre (excesso de ar) ou rica (excesso de combustível).
A sonda lambda envia os dados sobre a queima diretamente para a ECU. A partir dessa informação, a Unidade de Controle Eletrônico identifica a proporção exata de etanol e gasolina no tanque, agindo como o “cérebro” do sistema.
Com base na leitura da sonda lambda, a ECU faz uma série de ajustes em tempo real. Os mais importantes são o tempo de injeção de combustível e o avanço de ignição, ou seja, o momento exato em que a vela de ignição dispara a faísca para queimar a mistura.
Além disso, nos motores flex mais antigos, a ECU também controla o tanquinho auxiliar de partida a frio. Esse reservatório de gasolina era usado para injetar o combustível no motor em dias frios, facilitando a partida quando o tanque principal estava abastecido com etanol, já que o álcool tem maior dificuldade de vaporização em baixas temperaturas.
A evolução da tecnologia flex, que é 100% nacional e surgiu em 2003, eliminou a necessidade do tanquinho auxiliar em modelos mais modernos. Atualmente, carros de montadoras como Toyota e Stellantis utilizam um sistema de resistência elétrica para pré-aquecer o etanol, garantindo uma partida rápida e suave mesmo em dias de baixa temperatura.
O grande benefício do sistema flex é que ele é totalmente automático e contínuo, o que significa que o carro se adapta à mistura de combustível mesmo com o veículo em movimento, sem que o motorista precise fazer qualquer ajuste.
Dessa forma, a combinação de sensores precisos e a inteligência da ECU garante que o motor funcione de maneira otimizada, independente do combustível que o motorista escolher, mantendo a eficiência, o desempenho e a segurança do veículo.
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Motor flex – Tipo de motor a combustão que funciona com etanol, gasolina ou qualquer mistura dos dois, permitindo ao motorista escolher o combustível mais vantajoso.
ECU (Unidade de Controle Eletrônico) – O “cérebro” do carro, responsável por gerenciar e coordenar as funções do motor, como injeção de combustível e ignição, a partir de dados recebidos de diversos sensores.
Sonda lambda – Sensor de oxigênio localizado no escapamento do carro que mede a quantidade de oxigênio nos gases de escape e informa a ECU sobre a qualidade da queima.
Tempo de injeção – O tempo, em milissegundos, que os bicos injetores permanecem abertos para liberar a quantidade correta de combustível no motor.