Alguns anos de muita discussão nos Estados Unidos sobre o perigo que representam numa colisão os altos e pesados utilitários-esportivos estão começando a dar resultado.
A Ford vai colocar no mercado em janeiro a linha 2002 do jipão Explorer com o pára-choque dianteiro mais baixo do que no modelo atual.
Também pensa em fazer a mesma modificação nos utilitários-esportivos Expedition e Lincoln Navigator.
A General Motors já anunciou que vai produzir as versões 2002 do Oldsmobile Bravada, do GMC Envoy e da Blazer, todos utilitários-esportivos, com a estrutura da carroceria cinco centímetros mais baixa. O mesmo fará a DaimlerChrysler com o Dodge Durango.
Estudos feitos por alguns dos principais fabricantes mundiais de veículos mostram que ocupantes de carros de passeio têm possibilidade três vezes maior de morrer quando são atingidos por um modelo com capô e pára-choque altos, principalmente se a colisão for na lateral.
Grande parte dos veículos que apresentam essas características são os utilitários-esportivos, picapes e jipes.
No Brasil são comercializados mais de 20 desses modelos, e o Explorer está entre eles.
A atual versão do utilitário-esportivo pesa 2.088 quilos, tem capô com altura de 1,03 metro e a borda superior do pára-choque dianteiro fica a 70 cm do chão.
Com a mudança anunciada pela Ford para a versão 2002, o pára-choque será 6,5 cm mais baixo.
O Explorer nem é o mais robusto produto da Ford no Brasil.
A picape F-250, da mesma marca, pesa 2.480 quilos, tem capô a 1,15 metro de altura e a borda superior do pára-choque dianteiro está a 76 cm do chão.
No próximo congresso da SAE Brasil, entidade que congrega engenheiros da indústria automobilística, um fórum terá como tema Compatibilidade entre Veículos Pequenos e Grandes Sob o Ponto de Vista da Segurança Veicular.
Será uma reedição da discussão norte-americana: até que ponto, numa colisão, um veículo de maior porte e peso representa risco? O fórum está marcado para 5 de outubro.