O motor com comando no bloco e válvulas acionadas por meio de varetas requer regulagem periódica. É mais barulhento porque a desregulagem acontece com maior freqüência. Em contrapartida dispensa a manutenção da correia dentada simplesmente por não incorporar este componente.
Os motores com correia dentada, por sua vez, dispensam a regulagem de válvulas na medida em que o comando atua com tuchos hidráulicos, componente com reconhecida durabilidade.
Paralelamente, entretanto, o cuidado com a correia dentada deve ser redobrado, pois a sua ruptura resulta em elevado prejuízo para o usuário – na maioria dos casos a quebra da correia dentada ou seus tensionadores provocam o empenamento das válvulas, sendo necessária a remoção do cabeçote para se executar sua troca.
A atenção redobrada do usuário em relação à correia dentada fica restrita, porém, a obedecer a quilometragem recomendada pelo fabricante para substituir preventivamente o componente – atitude que não é seguida à risca pela maioria dos motoristas simplesmente por considerarem que “isso nunca vai acontecer comigo”.
A indústria automobilística optou pelo sistema de comando de válvulas acionado por correia dentada (ou corrente) basicamente por dois motivos: proporciona melhor potência e utiliza peças externas de fácil acesso – não é necessário, por exemplo, desmontar parte do propulsor para substituir componentes de acionamento do comando de válvulas. Além disso, são motores com concepção e tecnologia moderna, mais silenciosos e de maior durabilidade.
Constata-se, portanto, que de fato o motor evoluiu quanto a projetos, mas parou no tempo quando se questiona conceitos. Pergunta-se, por exemplo, por que ainda não se chegou a um sistema de comando de válvulas acionado por sensores eletrônicos, tal como aconteceu com a injeção de combustível e com o freio ABS (antitravamento)? Sem sombra de dúvida, novamente o fator custo vai aparecer nesta história.
Colaborou Roberto Pavan, da oficina Art Motor.