Com a abertura do mercado brasileiro no início dos anos 90, tivemos como conseqüência, novos investimentos de montadoras e fornecedores para um mercado emergente, com grande demanda, em tecnologias automotivas existentes nos países do primeiro mundo.
Rapidamente nos transformamos num parque automotivo como poucos no mundo.
Mais de 13 montadoras produzindo diferentes modelos de veículos e considerável parque de fornecedores.
Sem dúvida, a tecnologia que vemos hoje em nossos veículos é a mesma que temos lá fora, tanto no que se refere a técnicas e processos de produção como também a de eletrônica embarcada, que nos proporciona mais conforto, segurança, desempenho, menor consumo, menos emissões de poluentes e principalmente mais prazer em dirigir.
Regidos por normas de qualidade como ISO, QS, programa de controle de emissões, características específicas de nossos combustíveis gasolina e álcool e condições extremas de vibração em virtude de nossas estradas, foram viabilizadas tecnologias novas para montadoras instaladas no Brasil.
A Bosch foi pioneira na introdução dessas novas tecnologias de eletrônica embarcada. Podemos dizer que, quase todas as tecnologias relativas à eletrônica embarcada no primeiro mundo, estão disponíveis para nossas montadoras.
Isto, porém, não significa que são viáveis economicamente ou podem ser incorporadas em grande escala em nossos veículos em virtude do poder limitado de compra do nosso mercado.
Essa é a principal razão de termos um mercado altamente concentrado em veículo compactos de baixa cilindrada .
Mesmo assim podemos ressaltar algumas tecnologias embarcadas que são encontradas em nossos veículos atuais como: sistemas avançados de gerenciamento eletrônico de motor a base de torque com acelerador eletrônico sem fio (drive by wire), proporcionando um motor mais limpo nas suas emissões de gases, menor consumo, melhor performance e agradável dirigibilidade; módulos de admissão em plástico com controle eletrônico de geometria reduzindo sensivelmente o peso do veículo; câmbio eletrônico automático com “cruise control” proporcionando a redução de consumo.
Além dos alternadores mais compactos e mais leves com controle de carga na partida e balanço energético; sistemas eletrônicos de freios antibloqueio, ABS, proporcionando maior segurança de frenagem e controle de tração TC evitando “patinação” das rodas; air-bag como proteção a impacto; painéis eletrônicos interligados aos demais sistemas eletrônicos do veículo através de sistemas de comunicação já bem difundidos nos automóveis como o CAN-Bus; sistemas eletrônicos para controle de estabilidade, ESP, tornando a dirigibilidade mais segura; gerenciamento de motores ciclo diesel do tipo “common rail”, proporcionando melhor desempenho, menor consumo e emissões, e melhor dirigibilidade; controle eletrônico de arrefecimento de motores; dispositivos para acionamento de vidros/ajuste de bancos; sensor de chuva para acionamento automático de limpadores de vidros.
Hoje não podemos mais imaginar o automóvel sem o uso de sistemas eletrônicos. A eletrônica viabiliza a tecnologia embarcada, substituindo funções mecânicas, melhorando a qualidade e durabilidade dos novos veículos.
A evolução na aplicação da eletrônica e seus benefícios no veículo do futuro é, sem dúvida, um constante desafio para nossos engenheiros e para a indústria automotiva como um todo.
Besaliel Soares Botelho – diretor da Divisão de Sistemas à Gasolina da Bosch