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Começa a nascer o carro 1.0 litro para ultrapassar 300 Km/h

Parceria entre a Dana e a FEI possibilita construção do veículo que vai em busca do recorde brasileiro

Construído com madeira, espuma de poliuretano e poliéster, o modelo está praticamente concluído.

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Recebe os últimos retoques das mãos habilidosas de um grupo de estudantes de engenharia automobilística da FEI (Fundação Educacional Inaciana), em São Bernardo do Campo (SP).

Com o uso de lixas, os estudantes procuram dar perfeição à superfície, para permitir a produção do molde que irá resultar na carroceria em fibra de vidro.

Essa carroceria, com desenho que faz lembrar um foguete, vai cobrir a plataforma e formar o automóvel que correrá em busca do recorde brasileiro de velocidade.

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Ainda sem nome, o automóvel nasceu da parceria entre a Dana, um dos principais fabricantes mundiais de sistemas e componentes automotivos, e a FEI e faz parte de um programa que visa dar aos futuros engenheiros a experiência necessária em projetos e construção de veículos.

Também faz parte das ações em comemoração aos 100 anos de atividades da Dana em todo o mundo.

O professor Ricardo Bock, coordenador de Engenharia Mecânica Automobilística da FEI e responsável por uma grande lista de projetos, é o motivador desses estudantes.

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A carroceria será aplicada a um chassi tubular de aço-cromo molibdênio, em construção na Dana, com suspensão independente nas quatro rodas.

O motor, ainda em desenvolvimento na Engenharia da montadora, é Volkswagen 1.0L, igual ao do Gol básico.

Alimentado por turbo Garrett GT20, especialmente desenvolvido para a prova, com 20 libras de pressão, deverá superar a potência de 280 cv e levar o carro a mais de 300 km/h. A caixa de câmbio também é VW, que poderá ser de quatro ou cinco marchas.

O projeto envolve avançadas tecnologias, entre as quais um sofisticado software de modelagem em 3D, o Unigraphics NX, da UGS, que permitiu definir todos os detalhes construtivos do carro, desde as linhas aerodinâmicas até o equilíbrio funcional, nas mais diversas condições de piso e de velocidade previstas.

Parte do projeto é feito no Brasil, como a suspensão, aos cuidados da empresa gaúcha Moro.

Mas os amortecedores são JRZ, produzidos na Holanda; os “ball-joints” são norte-americanos, da Aurora, assim como as rodas Weld, de 21 polegadas de diâmetro e tala 4,5 para as dianteiras e de 23 polegadas e tala 5,5, para as traseiras; os pneus Goodyear Eagle Land Speed e os freios WillWood, a disco nas quatro rodas.

Outras tecnologias avançadas são fornecidas pela Power Burst, de Eduardo Polatti, considerado um cientista no desenvolvimento de combustíveis e de lubrificantes, com muita experiência internacional, inclusive na Fórmula 1. O combustível a ser utilizado é o etanol aditivado.

Ricardo Bock estima que esse “streamline” brasileiro, com peso de apenas 530 quilos (relação peso/potência inferior a 1,8 kg/cv) e coeficiente de arrasto aerodinâmico de 0,20 (semelhante ao de aviões), comprovado em testes em túnel de vento, deverá ir além dos 300 km/h previstos.

A marca vai se constituir no primeiro recorde brasileiro com reconhecimento oficial pela CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo) e pela própria FIA (Federação Internacional do Automóvel).

A previsão é de que o automóvel realize a tentativa de recorde na primeira quinzena de novembro, em uma pista do Ministério da Aeronáutica a ser ainda definida.

Também não está acertado o piloto, que deverá ser um dos que representaram o Brasil nas corridas da Fórmula 1.

Depois da marca brasileira, Ricardo Bock planeja levar o carro à pista de Bonneville, nos Estados Unidos, local em que o mundo inteiro vai em busca de recordes.

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