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As lições atuais para o setor automobilístico

*Anand Sharma

Por que as pessoas compram Toyotas? Em uma recente edição da revista Fortune, a Toyota estava em quinto lugar entre as empresas mais admiradas do mundo, sendo a única empresa de fora dos Estados Unidos entre as dez primeiras.

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A Fortune percebeu que a Toyota também quase dobrou a sua participação no mercado norte-americano nos últimos 15 anos — apenas a General Motors impede que ela seja o fabricante de automóveis número um do mundo.

Então, por que a Toyota tem tanto sucesso? Como uma empresa que só entrou no ramo de fabricação de automóveis na década de 40 conseguiu superar tão rapidamente os outros fabricantes?

Quando a Toyota decidiu entrar definitivamente no ramo de fabricação de automóveis, ela estava muito atrás dos seus concorrentes norte-americanos. Taiichi Ohno, gerente de planta da Toyota, foi encarregado de brincar de pega-pega com a produtividade.

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Ohno tomou idéias ocidentais, como a das linhas de produção de Henry Ford e a dos supermercados, nos quais os consumidores podiam escolher entre vários produtos nas prateleiras, que eram reabastecidas freqüentemente e as incorporou às práticas de fabricação da Toyota, entre as quais estava a ênfase na qualidade, importada dos negócios de tecelagem da empresa. Ohno leu os livros de Ford e visitou fábricas da Ford.

Então, ele absorveu o que aprendeu e aplicou à situação específica da Toyota, uma pequena fabricante com pouco capital, em um pequeno País cujos consumidores exigiam vários produtos automotivos em vez da produção em massa de um único tipo de produto, em uma só cor.

Ele combinou o conceito de jidoka da Toyota, desenvolvido nos negócios de tecelagem da família Toyota, com a linha de montagem de fluxo contínuo de Ford e com o sistema pull usado em supermercados, criando o Sistema de Produção Toyota (TPS).

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Logo, o TPS ficou conhecido como “manufatura enxuta” (lean manufacturing). Os enormes êxitos da Toyota foram conseguidos com menos pessoal, menos espaço, menos estoques e menos dinheiro, sem deixar de manter um alto padrão de qualidade e mantendo preços competitivos.

Um tópico presente em toda a literatura sobre a família Toyota e no desenvolvimento da manufatura enxuta é a disposição dos membros da família e dos gerentes da empresa de colocar a mão na massa, experimentar idéias e retrabalhar essas idéias, se a primeira tentativa não levasse ao resultado desejado.

Os fabricantes enxutos se beneficiaram muito do trabalho de base realizado pela Toyota, que conquistou de maneira constante participação de mercado e ganhou dinheiro mesmo durante períodos ruins para os negócios.

Muitos podem olhar para um sucesso semelhante e dizer, “eu já fiz o bastante, agora está na hora de descansar”. Não na Toyota. Hoje, a empresa ainda procura meios de reduzir custos, eliminar o desperdício, melhorar os processos e garantir a qualidade.

Em seu recente livro, The Toyota Way (O Jeito da Toyota – não traduzido no Brasil), Jeffrey Liker descreve o TPS, como ele revolucionou a manufatura e como as empresas podem adotar totalmente a cultura de manufatura da Toyota.

O Princípio 14 do livro é especialmente relevante: “Tornar-se uma organização de aprendizado por meio da reflexão implacável (hansei) e da melhoria contínua (kaizen).

Assim que você tiver estabelecido um processo estável, use ferramentas de melhoria contínua para determinar a raiz das ineficiências e aplicar contramedidas eficazes. Projete processos que praticamente não exijam nenhum estoque.

Isso torna visível para todos os tempos e redução dos recursos desperdiçados. Assim que o desperdício for exposto, faça os funcionários utilizarem um processo de melhoria contínua (kaizen) para eliminá-lo”.

Para qualquer um que tenha experimentado a magia do lean, certamente vale a pena prestar atenção nessas lições muito atuais da Toyota.

*Anand Sharma é fundador e CEO da TBM Consulting Group, Inc. e autor do livro The Perfect Engine (Editora Free Press, 2001).

Considerado pela revista Fortune como um Herói da Manufatura dos EUA e ganhador do prêmio Donald Burnham Manufacturing Management da SME, Sharma pode ser contatado pelo endereço asharma@tbmcg.com

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