Trens de força híbridos elétricos de dois modos, turbodiesels limpos, ignição por compressão de cargas homogêneas, motores flex, células de combustível são algumas das tecnologias avançadas que a GM estuda para o futuro imediato e demonstrou recentemente à imprensa especializada em seu campo de provas de Milford, Michigan.
A mais interessante entre todas elas, tanto para seus próprios engenheiros como para a grande maioria dos jornalistas presentes, porém, foi a apresentação do velho (1953) V8 bloco pequeno de varetas e válvulas sobre o cabeçote, com injeção direta de gasolina, mostrado num Cadillac Escalade flex-fuel branco, que se tornou o protótipo mais solicitado de toda a frota de apresentação.
O motor básico é o Gen IV 6.2 (quarta geração, chamado L92), de linha no Escalade, no SUV GMC Yukon e no Hummer H2.
Com ‘bem mais de 450 hp a gasolina’, nas palavras da Powertrain Advanced Engineering da GM, a potência desenvolvida pelo GEN V com E85 ainda é bem mais alta, graças às 106 octanas do combustível.
Como se isso não fosse suficiente, o aumento do torque é ainda maior e mais interessante do que o da potência.
Para poder utilizar o sistema de injeção direta, os cabeçotes foram redesenhados, com os portos de admissão dando lugar aos oito injetores de alta pressão que trabalham a 155 bar.
Para dar lugar ao ‘bico’ desses injetores, foram instalados pistões côncavos, muito parecidos com os de motores diesel, que levam a taxa de compressão a 11,5:1 (1:0 a mais do que o de produção).
Esse aumento de taxa não vem apenas pela presença de 15% de etanol, mas também pelo efeito do resfriamento da introdução da mistura diretamente ao cilindro.
Esta versão topo de linha do Chevrolet V8 OHV bloco pequeno, colocado nos modelos mais caros da corporação, parece não ter fim em sua capacidade de desenvolvimento. O GEN IV já possui tempo variável de válvulas e um sistema de desativação de cilindros.
A entrada do GEN V no mercado normal, com uma nova arquitetura de cabeçote, significa que os mais de um milhão de motores GEN IV atualmente produzidos todo ano vão ter de ser deixados de lado.
A grande vantagem é que o deslocamento do motor de linha pode ser diminuído sem perda de potência e torque.
Os novos carros de tração traseira desenvolvidos pela GM Austrália, inclusive os novos Camaro 2009 (apresentado no salão de Detroit de 2005) e Impala (provavelmente 2010), mais os novos Corvette e picapes Silverado/Sierra americanos nesta mesma janela de tempo, indicam que os V8 OHV, varetas e tudo, ainda estão com toda a possibilidade de enfrentar os multiválvulas.