Artigo do professor Erasmo Rizzuto
Quando comecei a rabiscar meus primeiros automóveis, era como qualquer garoto, que sonhava com potência, visual e velocidade.
Durante anos, aperfeiçoei meu estilo pessoal de desenhar, sempre consciente de que desenho é só desenho, nunca confundi uma imagem no papel com carro de verdade, sabia desde sempre que o processo de projeto (Design significa projeto, não confunda com desenho, puro e simples) envolvia muito mais que visual, afinal, carros são máquinas grandes, poderosas, que podem transformar qualquer velhinha indefesa, de pedestre, em motorista assassina.
Com o passar do tempo, comecei a dirigir, aos dezoito anos. Um mês depois de conseguir minha habilitação, sofri um grave acidente, por falha de projeto do carro que eu dirigia.
Meu pé se enroscou entre os pedais do freio e do acelerador e eu bati contra um caminhão carregado de vinho (!), sofrendo um corte na prega vocal esquerda e lesões na coluna cervical.
Isso ocorreu em 1986 e eu acreditava que a Volkswagen não tinha tanta culpa assim, pois o Fusca era um projeto da década de 1930, feito para servir como tanque de guerra, eu é que estava usando mal o carro, tentando ir para a escola.
Só não entendia como ele podia ter tão pouco espaço entre os pedais, já que deveria ser dirigido por soldados alemães, isso não fazia sentido.
Hoje, porém, em pleno século XXI, a VW coloca no mercado um carro de projeto recente, o qual, mesmo com o motor desligado e o freio de mão puxado, é capaz de mutilar seus usuários.
Que ironia! Os filhos e netos da geração da Jovem Guarda (aqueles que roubavam o lavador do pára-brisas do Fusca, no final da década de 1960, para fazer anel – o Brucutu), estão tendo seus dedos decepados pelo descendente do Fusca, um carrinho caro e descartável, como todos os carros desta geração atual.
Basta ver o estado em que ficam após uma colisão, para perceber que, ou estavam em altíssima velocidade, ou são feitos de gelatina, se desintegram totalmente, só de olhar para eles.
O objetivo desta matéria não é atacar a VW ou o Fox. Apenas gostaria de deixar clara a ligação estreita que existe entre Design e Segurança no Trânsito, pois muita gente ainda se confunde e me questiona sobre a relação entre uma área e outra.
Ainda esta semana, eu recebi um e-mail malcriado, que me cobrava medidas mais práticas, que fôssem além das palestras que profiro.
Me perguntei se seria tarefa minha sair por aí fiscalizando e multando motoristas bêbados, por exemplo e cheguei a uma conclusão prática, que está ao alcance de qualquer cidadão de bem, que queira se engajar em uma campanha prática:
VAMOS EXIGIR A PROIBIÇÃO DA PROPAGANDA NA TV E DA VENDA EM SUPERMERCADOS, DE TODA E QUALQUER BEBIDA ALCOÓLICA!
Me indigna ver os supermercados vendendo bebidas em um corredor, que fique ao lado do corredor de chocolates e doces, tudo ao alcance das mãos de qualquer criança, que cresce, pensando que cerveja é suco de fruta, que se pode beber álcool sem conseqüência alguma, a não ser a música, a farra de mulheres carnudas e sorridentes que a TV vomita em nossos lares todos os dias, todas as horas, vendendo morte líquida, em latinhas que custam menos que um litro de leite! Não quero mais trombar em pilhas de latas de cerveja, amontoadas no meio do corredor do supermercado, em cores alegres e preços convidativos.
Se nosso país nunca teve governo, então, cabe a nós boicotarmos os veículos de mídia e os supermercados que fazem tão mal à sociedade.
Se apenas as farmácias podem vender remédios, porque se vende álcool em supermercados? Não queriam tirar o álcool líquido de circulação?
O que um produto de limpeza tem de nocivo, se ele pode ser vendido como bebida? Quero ter o direito de IR e, principalmente, de VIR, não aceito ser dizimado no trânsito feito gado, por algum idiota que decreta meu dia de abate, ao abrir e enxugar uma lata de cerveja!
Que sejam, igualmente, resguardados os direitos de quem quiser apreciar um vinho de boa safra ou uma cerveja artesanal de qualidade, em ambiente fechado e voltar de táxi para casa.
Não se pode permitir é o consumo desenfreado de álcool, antes que resolvam vender pinga nas bombas dos postos, para escoar a supersafra de cana!
Professor Erasmo Rizzuto – membro da Equipe Lou de Olivier – Vamos organizar uma palestra em sua cidade, sua escola, seu clube, igreja, empresa ou condomínio?
Visite meu site e envie seu comentário através do formulário: www.erasmorizzuto.com.br
“Prezado internauta
Este artigo expressa o pensamento do autor. Caso você discorde, queira acrescentar ou complementar, ou ainda discorrer dando outro enfoque escreva um artigo com o mesmo título acrescentando a expressão ‘Segunda visão'”.
Comunicado da Volkswagen sobre o problema no Fox
Tendo em vista as recentes reportagens publicadas na imprensa sobre o sistema de rebatimento do banco traseiro do Fox, a Volkswagen do Brasil vem reiterar aos seus clientes que a operação desse sistema é segura, bastando seguir corretamente as instruções contidas no Manual do Proprietário.
Com a certeza de que não existe problema com o sistema e que não se trata de caso de “recall”, a Volkswagen, que acima de tudo respeita o compromisso assumido com a satisfação de seus consumidores, informa que, a partir da próxima semana, irá oferecer para todos os clientes que ainda tenham dúvidas a instalação gratuita de uma peça adicional que evita eventuais erros na operação de rebatimento do banco traseiro do Fox.
Esse serviço poderá ser realizado em toda a Rede Autorizada de Concessionários Volkswagen.
Com relação à diferença entre os modelos do Fox vendidos no Brasil e na Europa, esclarecemos que o banco do Fox europeu é bi-partido e exigiu uma solução técnica diferente. O Fox brasileiro com banco bi-partido possui o mesmo sistema do europeu.
Volkswagen do Brasil
Volkswagen distribui peças adicionais para evitar erros no rebatimento do banco do Fox
Vídeo de apoio nas concessionárias e no site www.vw.com.br dá instruções para a operação fácil e segura do banco traseiro
A Volkswagen do Brasil começa a distribuir a partir de hoje (11/2), para toda a rede autorizada de concessionárias, uma peça adicional para o sistema de rebatimento do banco traseiro do modelo Fox.
Trata-se de um anel de travamento de borracha, que será instalado no cabo de tração para destravamento do encosto do banco traseiro, cobrindo totalmente a argola de metal que fixa esse cabo.
O cliente deverá procurar uma concessionária de sua preferência e agendar a instalação. O anel de travamento será instalado apenas nos modelos com banco traseiro com ajuste longitudinal (ARS), nos quais o encosto é destravado com a ajuda da cinta.
Nos bancos fixos, que são destr8avados por meio de dois pinos localizados nas partes superiores direita e esquerda do encosto, a argola e a cinta não existem. O mesmo ocorre com os bancos bipartidos, em que o sistema de rebatimento é diferente e também não conta com a cinta e a argola.
Além do envio da peça, toda a rede de concessionárias autorizadas está sendo orientada para que demonstre ao cliente como funciona o sistema de rebatimento do banco traseiro do Fox, em qualquer das versões (bancos fixos, bancos com ajuste longitudinal e bancos bipartidos), e esclareça possíveis dúvidas.
O mesmo procedimento é feito no momento em que o consumidor recebe o seu veículo zero-quilômetro. A demonstração ocorre com o apoio de um vídeo que mostra o passo-a-passo do sistema em detalhes. O mesmo vídeo pode ser encontrado no site www.vw.com.br.
A instalação do anel de travamento de borracha é simples e pode ser feita em apenas alguns minutos. O agendamento é recomendado uma vez que esses anéis estão sendo distribuídos a concessionárias de todo o país a partir de hoje.
Além da instalação do anel para todos os clientes que ainda têm dúvidas sobre a operação do sistema de rebatimento do banco, de forma a tranquilizá-los quanto à sua segurança, a Volkswagen do Brasil reforça o alerta para que o Manual do Proprietário seja consultado e suas instruções, seguidas durante essa operação. Com isso, o rebatimento do banco traseiro do Fox é uma operação fácil e segura.