Vamos combinar: não existe caminho direto, linear, na indústria automobilística, seus passos, sua história.
Há sempre intervenções, fusões, agregações, conquistas, mixagens, perdas.
Daí, parentescos atravessados, imprevisíveis. E o novo Grand Cherokee e sua versão de entrada Laredo ilustram estes caminhos sinuosos.
Vamos lembrar, quem inventou o segmento dos veículos para andar na cidade e campo, os utilitários esportivos, SUV – Sport Utility Vehicle –, foi a Willys-Overland, pelo Jeep Station Wagon, aqui chamado Rural.
Do casamento entre a Jeep Corporation e a Chrysler nasceu o Grand Cherokee, soma de Cherokee, e do Grand Wagoneer, mudou a aparência, amainou a rolagem, implementou conforto e equipamentos, puxados pelo motor Chrysler V8 318 ci, aqui conhecido como motor-do-Dodge-Dart.
Novo casamento, com a Daimler, dona da Mercedes, gestou mudanças, reformou fábricas e produtos e, por seu lado, absorveu conceitos e, melhorando-os, fez seus próprios SUV, os ML, marcados por construção magistral e intenso emprego de eletrônica para condução e segurança.
Acabou a união entre a marca norte-americana e o fabricante alemão, mas alguns produtos ficaram em gestação.
Um deles, o novo Grand Cherokee. É um Mercedes ML, em projeto e peças como plataforma, suspensões independentes, caixa automática de transmissão com cinco velocidades, eixos e sistemas eletrônicos e de segurança.
Herdou mais: o rigor alemão no ajuste das partes de lata e dos painéis internos, apuro na rolagem e na vedação termo-acústica, a atualização eletrônica dos itens de segurança, a rolagem mais automóvel e menos utilitário.
O motor não é Mercedes, mas não passa vergonha. Ao contrário, um seis cilindros em V bem acertado mais rentável e econômico que V8 anterior.
Da nova família Pentastar, é todo em alumínio, cabeçotes com quatro válvulas por cilindro, duplo comando com sistema de abertura variável. Seus 3.7 litros geram 286 cv a 6.350 rpm, e circa 38 mkgf de torque.
É adequado ao país, posto que nascido para consumir a mistura norte-americana E85, de até 85% de álcool na gasolina, um quase flex com peças tratadas para suportar a acidez do combustível renovável.
Unido à transmissão bem escalonada, apta a comando manual, oferece habilidade para exercícios em situações não programadas fora de estrada, quanto ultrapassar 11 km/litro em condições ideais na estrada.
Nos 150 km de estrada e pequeno circuito off-road do contato com o novo Grand Cherokee, superou os 8 km/litro, surpreendente para veículo com 1.800 kg. Vai da imobilidade aos 100 km/h em 9,1s e finaliza aos 206 km/h.
Viril, bem educado – Bom produto, síntese do entusiasmo pela volta à vida, pela salvação econômica da marca Chrysler.
No caso, o novo Grand Cherokee foi refeito para ser o melhor no setor, mirando características dos concorrentes superiores, e o preço dos inferiores.
Da fábrica, em Jefferson North, beiradas de Detroit, ao envolvimento dos funcionários com centenas de sugestões para melhor formulação e construção. Coisa de orgulho pela marca e pelo trabalho no produto.
Houve refinamento geral. O desenho da carroceria foi otimizado em aerodinâmica, e a coluna D, tornada estrutural muito melhorou a resistência torcional.
Dentro, cuidados com costuras, encaixes, materiais de contato com os usuários, seu acolhimento, a melhor utilização e refinamentos pelos frisos cromados no piso do compartimento de bagagens.
O volante inspirado nos Jeeps dos anos 70 lembra o DNA que o rolar permite olvidar.
Á vista do mercado brasileiro, há extremada gerencia eletrônica, em todos os sistemas de segurança, estabilidade, auto-correção, diminuição de danos em capotagens, tudo com sensores de direção, freios e, na rolagem na transmissão, programa com cinco ajustagens para situações diversas, de condução esportiva a lama, neve, pedras … Com tal intervenção a transmissão é sob demanda.
Não é um tração traseira ao qual se agrega tração no eixo dianteiro, mas veículo no qual a dianteira pode ter entre 5 e 50% do torque de transmissão, em demanda pedida pelas rodas.
Para situações peculiares há regulagens da transmissão por botão giratório em pequeno painel indicativo no console central, e junto aos instrumentos e outro, de pressão, anula o sistema por demanda, liga a tração nas 4 e a reduzida.
Botão para trabalhos sérios, substituindo alavancas simples e confiáveis ? É CdB, chose de biche. Mas o Grand Cherokee, será utilizado apenas nas agruras e desafios das vagas em shoppings e restaurantes chiques, nunca vadeará um rio ou entrará num curral.
Mas, conceitualmente, para assuntos sérios como evitar atolamentos – e quebras, e ficar isolado, e dormir no carro atolado, – não há substituto para alavanca e comando direto.
Trás, também, dados marcantes para trabalho: vadeia águas com até 51 cm de profundidade, e tem a maior capacidade de reboque – até 2.268 kg, com engate Chrysler.
Quanto Custam
versão | R$ |
Laredo | 154.900 |
Grand Cherokee | 174.900 |
Os veículos são idênticos em aparência e mecânica, com supressões no Laredo das telas para o banco traseiro, estofamento em couro, itens de aparência, e a TV para manobras.
Os Grand Cherokee, importados dos EUA, pagam os impostos de importação, e a projeção de vendas é 60% para Laredo e 40% para Grand Cherokee.
Roda-a-Roda – Pré-vendas – A Audi abriu lista de reservas para seu modelo A1, com início de distribuição em março.
Pequeno, charmoso, completo, oferece dois itens importantes como urbano Premium: leva 4 pessoas e anda muito bem com motor 1.4, turbo, injeção direta, 122 cv. R$ 79.900.
Cautela – Concorrente, a BMW reduziu o preço do Mini, concorrente direto, criando a versão Salt a R$ 80.750.
Cana –A Renault suspendeu três executivos de ponta e fez denúncia criminal dizendo-se lesada pelo vazamento de segredos da empresa sobre carros elétricos a concorrente estrangeiro. O caso pode entrar no campo da abrasão diplomática.
Fora – Diz a Honda Automóveis daqui que os problemas apontados pela Honda EUA em sua linha de produção não atingem os Accord e CR-V vindos para cá, do Japão e México.
Ainda não – O controle da Chrysler pela Fiat levará dois produtos italianos ao mercado dos EUA, o Fiat 500 e Alfa Romeo Giulietta.
Apreciadores brasileiros torciam pela produção no México, com importação com isenção alfandegária. Mas Sergio Marchionne, presidente do negócio, cortou o barato. Fará o Alfa nos EUA. Se importado, taxado.
Parabéns – A Ford Brasil comemora 10 anos de sua mudança jurídica, estrutural, e recordes de produção, participação e lucros.
Idem – No período, a Renault superou problemas internos e voltou crescer, recuperando espaço. Ano passado 42% em produção, 36% nos emplacamentos e 57% em exportações.
Caretas– Projeção da PPG, multinacional de tintas, o brasileiro manterá preferência pelas cores sóbrias, como o prata, preto, cinza e branco, mas concederá amarelo, laranja, turquesa, azul e verde aos veículos com imagem esportiva.
Social – Em 2010 os Centros Educacionais de Trânsito Honda treinaram mais de 66 mil motociclistas em Indaiatuba, SP e Recife, Pe.
BBB – Nada a ver com o peculiar programa da TV Globo, mas síntese do rádio DSW DS 100r. Recursos para armazenar até 30 estações, display de LCD, equalizador, entrada auxiliar para áudio, USB/SB card, a R$ 100. É bom, bonito, barato. Mais ? www.comprafacil.com.br
Museu – Novo museu de veículos no país. Em Curitiba, Pr, o BMW Motorrad Museum, 700 m2 de área, 40 motocicletas, da primeira R32 até modelos novos. Gás, idéia, emoções, dedicação e patrimônio do colecionador João Carlos Ignaszewski.
Fica à r José Naves da Cunha, 144, tel. (41)3274.6806.
Antigos – Vais a Europa mês que vem? Não perca o Rétromobile, salão do automóvel antigo, entre 2 e 6 de fevereiro, na Porte Versailles, área de exposições em Paris.
No rico programa, rara ocasião de ver o fardier Cugnot, primeiro veículo automotor e, idem, o primeiro triciclo motorizado de Carl Benz iniciador, há 125 anos do mito Mercedes.
Oportunidade – És fã de Simca e quer meia exclusividade ? No evento, leilão e, neste, dois Cabriolet feitos para o general De Gaulle quando presidente da França.
Simcas Présidence, esticados 18 cm, quatro portas, trabalho de Henry Chapron, restaurado e hoje de museu de carros presidenciais (a preocupação sobre Equador com a história humilha as cabeças pequenas das administrações brasileiras, de visão apenas midiática com o dia corrente e nada com o futuro). Entre 120 mil e 220 mil euros – cada.
Gente – Thierry Dombreval, francês, 63, desaposentado.OOOO Ex-Ford, Renault e Toyota, onde era o no. 1 europeu e VP até se aposentar em 2010.OOOOA Fiat o instigou assumir o comando geral de suas quatro marcas na Europa, cujas vendas e resultados em queda são básicos à expansão mundial.
OOOO É considerado um sociólogo das vendas. Sabe e se ajeita com as características de cada mercado europeu.
OOOO Quem o convenceu foi Andrea Formica, seu ex-subordinado e agora chefe como CEO da Fiat. OOOO