A Feira Nacional do Transporte, FENATRAN, realizada esta semana no Anhembi, S Paulo, focou novidades sobre mudanças tecnológicas nos motores, retoques cosméticos marcando modelia, anúncio de novas marcas, produtos.
Mola de propulsão, norma do Conama, conselho de meio ambiente e seu Proconve 7, no padrão europeu Euro 5 de controle de emissões poluentes.
O Brasil grande, atrapalhado, cheio de órgãos, funcionários, gente não-concursada, gastos demais e ampla corrupção na área oficial dos transportes, é bom em discurso, péssimo no operar. Assim, carga não viaja de trem ou barco, mas em chassi de caminhão.
A expansão econômica e da fronteira agrícola, a distância continental entre produção e portos, as estradas ruins, punindo com baixa média horária ou quebra, exigem frota grande.
Ocidentalmente o maior mercado mundial, sede da maior variedade de marcas, com projetos industriais para médio e largo prazos, norte-americanos e chineses abrindo operações, tem complicação buzinando na porta.
Novidades – Iniciando pela líder MAN, dona da Volkswagen Caminhões, ampliará área, atuação, terá produtos MAN para PBT até 74 t, fará motores no país. Toma o caminho EGR da recirculação de gases, dispensando o uso do aditivo Arla 32.
Idem, a International retorna – é a terceira vez – ao mercado nacional. Atualizou o modelo cara chata 9800, agregando um “i”, adequações para o Brasil – o caminhão é feito aqui, vendeu localmente, parou, dedicou-se ás exportações, e agora volta ao mercado interno.
Transmissão sincronizada – a anterior, dita seca, exigia bons operadores, produto restrito. Exibiu conceito AeroStar, desenvolvido no Brasil e o DuraStar, motor frontal e cara dos EUA.
Estreantes, a chinesa Shacman se declara atualizada, com motores Cummins, 385 a 420 cv de potencia e uso de Arla, e a Foton apresentou os leves Aumak para 9t, e tração por motor Cummins ISF 3.8s 5089, injeção eletrônico de alta pressão Common Rail, torque máximo de 610 Nm e 170 CV a 2600 RPM.
Outra aderente, a DAF Trucks, marca holandesa hoje controlada pela norte-americana Paccar, confirmou fábrica de última geração em Ponta Grossa, Pr, e mostrou os caminhões que produzirá.
Ativa, em ascensão, a Iveco desenvolve duas tecnologias para tratamento de gases, o EGR, de re circulação dos gases, junto com filtro de material particulado e a Redução Catalítica Seletiva.
A sueca Volvo aposta em sua linha pesada, com motores de 6 cilindros em linha na 3ª. geração da série VM de pesados e extra-pesados, e potencias de 220 cv a 500 cv.
Mercedes-Benz, ex líder, em ato de coragem, mudou toda a linha, incluindo Sprinter, investindo R$ 1,5B, praticando a tecnologia Blue Effiency de menores consumo e emissões, e com novidade gerencial na transformação da fábrica de automóveis em Juiz de Fora em unidade de produção de caminhões: o poderoso topo de linha Actros, o caminhão-do-patrão e a linha Accelo.
Concorrente antiga, a Scania declarou-se apta a atender às exigências legais com reacerto geral de seus motores V8 e lançamento de novos L6, além de manter o pioneirismo na pesquisa do uso de etanol nos motores diesel, em provas na frota de ônibus urbanos em SP.
Novidades não restritas aos lançamentos, mas à tecnologia. Em comunicações, a Onixsat, exibiu o IsatData Pro, tecnologia satelital para comunicação livre em mercados nacional e internacional com mensagens de texto a baixo custo, e a SSAB, produtora de aços, exibiu os benefícios do Domex, de alta resistência, especial para a indústria do transporte ao reduzir peso do equipamento, aumentando o de carga útil.
Confusão – Simples entender a complicação sinalizada. O Brasil, atrasado por omissão do governo e da Petrobrás, finalmente chega ao diesel menos poluente, exigindo alteração nos motores com este ciclo, e logística para atender às exigências de emissões.
Na maioria dos casos as montadoras optaram por utilizar o Arla 32, composto químico á base de uréia que, injetado pós combustão no catalizador reduz os poluentes. O encontro do novo diesel com o Arla é trombada logística.
O combustível não poluente exige novos e exclusivos tanques nos postos. E o Arla tem problemas de distribuição, chegando ao ponto de montadores se disponibilizar para acondicioná-los e vende-los em suas lojas. Também não há previsão do custo do diesel menos poluente ou do aditivo.
Na prática, a dúvida que não pode existir: haverá o novo diesel e/ou o Arla nos postos de combustível nas estradas ?
Outra verdade emerge neste processo, demorado por inexplicados interesses – ou desinteresse – da Petrobrás: os caminhões terão preço majorado, seja em chassi seja por equipamentos.
Daí – Amostra do antagonismo adotado pelos transportadores estava na estrutura montada pela Volvo: 30 escritórios de vendas.
A situação é, ou correr para comprar as últimas unidades construídas dentro da legislação atual, ou pular 2012, deixando aquisições para 2013, quando o cenário da operação logística estiver mais claro. O limite para os atuais caminhões é de construção até 31 de dezembro, e vendas 31 de março.
Ou, projetadamente, os 2011 serão vendidos em tabela cheia – e algum sobre preço – e os modelos 2012 terão que ser promovidos com descontos. Em resumo, 2012 não será bom ano na produção e vendas de caminhões.
Rolls-Royce volta ao país – Terceira vinda ao país, primeira como marca, terá escritório para atender aos representantes nomeados no Brasil e Chile, e prospectar negócios na América Latina exceto México. Razão social própria, nos escritórios paulistanos da BMW, controladora da marca inglesa.
Francisco Longo, bem sucedido representante de Ferraris, Maseratis e Lamborqhinis, nomeado, terá loja na Avenida Europa, S Paulo, chique em marcas Premium, a partir de março, e palpite de vender entre 10 e 15 veículos/ano – mercado de luxo no Brasil é uma incógnita. No Chile, Williamson Balfour Motors, do Grupo Inchcape, de Peter Aberle será o representante.
A vinda ao Brasil baseia-se na expansão de negócios; performance local da matriz BMW; de ser o BRIC de melhores lucros; e da marca liderar globalmente o mercado Premium – 45% contra 18% dos Ferrari. Aqui, em 2011, o mercado Premium vendeu 18 Aston Martin, 15 Ferrari, e 5 Bentley, Válida a relação, o Brasil consumiria 37 Rolls/ano.
Aqui esteve até o meio da década de ’50 com a Cia Comercial de Veículos e Motores, representando a renca de marcas inglesas então existentes, no Rio de Janeiro, capital federal.
Foi quem trouxe o raro Silver Wraith Formal Cabriolet para a Presidência da República. O nacionalizar da indústria automobilística vedou importações, o negócio mirrou.
Em 1993 voltou pela Via Reggio, do grupo Regino, vendendo 9 unidades até 1998. Á data Pacifico Paoli, ex-presidente da Fiat, teve interesse fugaz, desistiu, e a RR ficou sem representação local.
Depois, em crise, foi cindida e a marca Rolls-Royce foi assumida pela BMW, revendo fábrica, projeto, construção, modelos e, até, o motor, agora BMW V 12, com dois turbos. Outro modelo, o Bentley, virou Volkswagen.
Em março, projeta a Via Itália, os Rolls by BMW custarão: Ghost, R$ 1M; e Phanton R$ 1,5M.
Roda-a-Roda – Regra – O Supremo Tribunal Federal botou ordem no aumento do IPI: disse à alopração executiva que a Constituição é para ser cumprida. Assim, vigor em 16 de dezembro, 90 dias após a publicação da contestada regra.
Prática – Maioria das importadoras refreou o repasse do aumento no preço, instigando decisões de compra. E quem cobrou a mais ou terá a dignidade comercial de devolver, ou poderá ser cobrado pelos compradores.
Política – Como o PT gere a maioria congressual tem arroubos de absolutismo cometendo impropriedades como esta. Curioso observar, foi o DEM, partido minguante, autor da ação. Mais ainda, não ter divulgado a iniciativa.
Mercado – A fim de importado ? Analise marca, preço e, acima de tudo, verdade nos anúncios, responsabilidade assistencial, frequencia de reclamações no Procon.
Decida-se e corra. Os importadores vão para o sacrifício, cortarão margens de lucro, empregos, mídia, mas ainda assim os preços subirão.
Caminho – Sueca; depois meia GM; após capital russo com controle holandês; em seguida sociedade com chineses; finalmente chinesa. É a saga da SAAB.
Alfa – Francisco Longo, importador de Ferrari, Maserati, Lamborghini, e agora Rolls-Royce, disse à De Carro por Aí, não representará Alfa Romeo, como dito pela imprensa. Há dois grupos interessados, mas na Fiat o tema não é agenda.
Acerto – O pequeno picape chinês Chana mudou de nome. Agora é Changan, denominação de sua fábrica. Razões óbvias, as brincadeiras associando-o ao apelido carinhoso e intimista ao tratado nos dicionários como vagina.
Diferença – Duas montadoras em comemoração. A Fiat, ano inteiro com ações e anúncios enfatizando seus 35 Anos de Brasil, encerrando com festa, exposição de arte e show popular com o tenor italiano Andrea Bocelli. A Chevrolet, um século de fundação, comemorações públicas desconhecidas.
Esclarecimento – Chevrolet não é sobrenome de suíço ou francês fabricante de gravatas borboletas que há 100 anos decidiu produzir automóveis.
Situação – Com presença de Thierry Peugeot, bisneto do fundador e presidente do Conselho diretor, em audiência longa e de amenidades concedida pela presidente Dilma na tarde de defenestração de Orlando Silva do Ministério dos Esportes, a PSA, holding Peugeot e Citroën, anunciou investimentos.
Na prática – Investirá R$ 3,7B entre 2010 e 2015, dobrando capacidade de produção a 300 mil veículos e 400 mil motores em 2015; funcionários, a 1.700; aumentará em 50% o número de revendas, indo a 480, e fomentará o implantar fábricas de auto-peças em seu entorno.
Mercado – A holding viu cair seus resultados europeus e adota o jogo duro da sobrevivência: dispensa de 6.000 funcionários, enxugamento de gastos internos, re-negociação de preços com fornecedores. A América do Sul é mercado promissor e o movimento gerará 8 produtos novos em 2 anos.
Lembrança – A pesquisa Top of Mind, tocada pela Folha de S Paulo há 21 anos sobre as marcas mais lembradas, em automóveis indicou a Volkswagen. Em pneus, a Pirelli; combustíveis, Petrobrás.
Gente – Tânia Silvestri, executiva, reconhecimento. OOOO Diretora de vendas de caminhões, lugar que fala grosso na Mercedes.
OOOO É vitória para mulher vinda de fábrica de fogões, com direito às piadinhas machistas, surpreendendo pelo conhecimento dos produtos e jeito para conduzir negócios.OOOO João Veloso, jornalista, progressão.
OOOO Deixa a assessoria de imprensa da Fiat América Latina e México, assume a condução setorial Chrysler.
OOOO Coordenará divulgação Chrysler Brasil e América Latina. OOOO Para quem quer ler o futuro e se poupar de elocubrações criativas, a função inclui, desde agora, a Alfa Romeo para a AL. OOOO Tatiana Carvalho, jornalista, desceu.
OOOO Do 1º. andar, na assessoria de imprensa da FPT, para o térreo, mesma área, na Fiat, Betim. Resolve.OOOO Ventos alemães dizem soprarão mudanças para o ex-chanceler austríaco Viktor Klima, presidente da VW América do Sul, baseado na Argentina.
OOOO Ou iria curtir seus jovens herdeiros, ou assumir funções no novo governo Cristina Kirschner, de quem é informal consultor.
OOOO Havendo mudança a VW do Brasil volta a ser no. 1 no continente. Hoje o avestruz se reporta ao ovo de codorna. OOOO