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Bombeiros afirmam que instalação de recarga de carros elétricos em edifícios não coloca segurança em risco

Em recente debate sobre a segurança nas instalações de recarga de veículos elétricos, Corpo de Bombeiros de São Paulo e entidades do setor reafirmam que, com a instalação correta, as edificações podem garantir a segurança contra incêndios e pânico.

O Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo esclareceu que não comprometerá a emissão do AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros) em edificações que possuam estações de recarga de veículos elétricos, desde que os equipamentos sejam instalados conforme as normas técnicas em vigor. O esclarecimento foi feito durante o evento E-MOB, que discutiu a segurança e a regulamentação do uso de pontos de recarga em garagens de prédios comerciais e residenciais.

A segurança nas operações de recarga elétrica para veículos em edifícios tem sido um tema de intensa discussão nos últimos meses. Com o aumento do número de veículos elétricos e a crescente demanda por estações de recarga, o Corpo de Bombeiros de São Paulo (CBPMESP) tem trabalhado em conjunto com entidades do setor, como a ABVE, Secovi e Sinduscon, para garantir que as instalações sigam as melhores práticas de segurança.

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Durante o evento E-MOB, realizado no São Paulo Expo, especialistas e oficiais do Corpo de Bombeiros destacaram que, mesmo na ausência de uma legislação específica para a recarga de veículos elétricos em garagens, já existem normas técnicas que garantem a segurança das instalações. As normas NBR 5410, NBR 17019 e ABNT NBR IEC 61851-1 são algumas das diretrizes que devem ser seguidas por profissionais habilitados, visando evitar riscos como incêndios e sobrecarga elétrica. Essas normas são fundamentais para assegurar que as estações de recarga sejam instaladas corretamente e sem improvisações.

O Major Ronaldo Ribeiro, do Corpo de Bombeiros de São Paulo, reforçou que as instalações de recarga elétrica em edifícios não representam um risco para a emissão do AVCB, desde que atendam a esses padrões. A principal preocupação dos bombeiros é com as instalações improvisadas, como tomadas fora do padrão ou a utilização de cabos e medidores de energia inadequados, que podem colocar em risco a segurança do prédio e de seus ocupantes.

O debate no E-MOB também destacou a criação de um Comitê Especial, dentro do Conselho Nacional dos Corpos de Bombeiros Militares do Brasil (LIGABOM), com o objetivo de desenvolver uma norma de segurança nacional para as operações de recarga em garagens de edifícios comerciais e residenciais. Esse comitê é composto por oficiais de diferentes estados e visa estabelecer uma padronização federal para garantir que as instalações sigam os mesmos critérios de segurança em todo o país.

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As entidades presentes no evento enfatizaram que, enquanto a nova norma não é implementada, é essencial que síndicos e administradores de condomínios contratem profissionais qualificados para a instalação das estações de recarga. A recomendação é que essas instalações sejam feitas por empresas especializadas, com experiência na área elétrica e em conformidade com as normas técnicas, para evitar problemas futuros relacionados à segurança.

A ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico) também se posicionou no evento, defendendo que a regulamentação deve garantir que as estações de recarga sigam as melhores práticas internacionais. Ricardo Bastos, presidente da ABVE, destacou que a implementação de uma infraestrutura de recarga segura é fundamental para o crescimento sustentável da mobilidade elétrica no Brasil, sem colocar em risco a segurança dos edifícios e seus moradores.

Outro ponto abordado foi a preocupação com as falácias em torno dos veículos elétricos, como a ideia de que eles são mais propensos a incêndios. Clemente Gauer, da ABVE, lembrou que, até hoje, o Brasil não registrou casos de incêndios causados por veículos elétricos, e que, em países com mais experiência em eletrificação, como a Noruega, as instalações de recarga são amplamente seguras.

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Em relação a edifícios antigos, o diretor do Sinduscon, Lauro Ladeia, ressaltou a necessidade de adaptar a infraestrutura para suportar os novos sistemas de recarga, destacando que as diretrizes devem ser viáveis tanto para empreendimentos populares quanto para os de alto padrão. A transição para a mobilidade elétrica precisa ser inclusiva, garantindo que todos os tipos de edifícios possam se adequar à nova realidade sem comprometer a segurança.

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