A indústria automotiva vive uma revolução sustentável com o compromisso de reduzir emissões, implementar inovações tecnológicas e valorizar a economia circular, promovendo impactos positivos desde os fornecedores até os consumidores.
A sustentabilidade na indústria automotiva deixou de ser um diferencial e passou a ser um compromisso imprescindível. A pressão por soluções mais sustentáveis, com menor impacto ambiental, vem ganhando força tanto no mercado quanto na sociedade. Dados recentes da Anfavea apontam que o setor de transportes emitiu 242 milhões de toneladas de CO2 em 2023, representando 13% das emissões totais do Brasil. Esse cenário evidência a necessidade de uma transformação profunda que começa na cadeia de fornecedores.
Para guiar essa evolução, o Programa Mover (Mobilidade Verde e Inovação) foi sancionado este ano, criando diretrizes claras para a produção automotiva no Brasil. A proposta substitui o antigo programa Rota 2030, trazendo metas mais exigentes, como medições precisas de emissões de carbono e estímulo à produção de veículos híbridos flex e biocombustíveis. Com isso, o etanol e o biodiesel ganham destaque como combustíveis essenciais para a mobilidade mais limpa.
A redução da pegada de carbono de um veículo não se limita ao seu uso, mas à totalidade do ciclo de vida, desde a extração da matéria-prima até o descarte do carro. Por isso, fornecedores com foco em inovações sustentáveis são cada vez mais valorizados pelas montadoras. Entre as práticas, destacam-se a utilização de materiais reciclados e recicláveis, otimização de energia e água, menor dependência de recursos fósseis e o incentivo à economia circular – conceito que preza pela reutilização e reciclagem.
Montadoras lideram esse movimento, definindo critérios rigorosos na escolha de parceiros que ofereçam transparência e rastreabilidade de materiais. Essa seleção criteriosa fortalece a confiabilidade de processos sustentáveis e garante que as metas ambientais sejam cumpridas. Os fornecedores, por sua vez, investem em pesquisa e desenvolvimento para entregar soluções que respondam às exigências crescentes do mercado.
Inovações relevantes já começam a ganhar espaço no setor. Fluidos de arrefecimento e de freio desenvolvidos com Balanço de Biomassa são um exemplo. Produzidos a partir de fontes renováveis, eles têm uma pegada de carbono reduzida, beneficiando a cadeia produtiva. Também avançam as tecnologias de revestimento verde, que economizam energia e água nos processos de pintura, reduzem emissões de CO2 e tornam os processos mais eficientes.
Outro ponto essencial é o uso de plásticos de engenharia, materiais leves que diminuem o peso dos veículos e, consequentemente, reduzem o consumo de combustível. Essa tecnologia é especialmente importante para veículos elétricos e híbridos, que demandam soluções mais eficientes e leves para otimizar a autonomia das baterias.
A economia circular também vem ganhando espaço como um dos pilares centrais para o futuro da indústria automotiva. Materiais reciclados, como plásticos de engenharia e espumas de poliuretano, já apresentam desempenho equivalente a componentes virgens. Com isso, fornecedoras que adotam esse conceito desde o design até a logística reversa têm saído na frente e se destacado no mercado.
O compromisso com a sustentabilidade vai muito além do marketing: é um desafio conjunto entre montadoras, fornecedores e clientes. A inovação tecnológica e o investimento em soluções verdes definem os rumos da mobilidade do futuro. Aqueles que não se adaptarem ficarão para trás, enquanto o setor avança em direção a um futuro mais limpo e eficiente.