O mercado automotivo brasileiro mantém sua trajetória de crescimento em 2025, registrando um aumento de 6,0% nos emplacamentos acumulados até a primeira quinzena de junho em comparação com o ano anterior, impulsionado principalmente pelas vendas diretas e pela contínua expansão dos veículos eletrificados, conforme a análise da Bright Consulting.
O mercado automotivo brasileiro demonstrou um forte início no mês de junho. Foram registrados 96.963 automóveis e comerciais leves emplacados na primeira quinzena, um volume superior aos 94.263 veículos da primeira metade de maio e aos 92.897 do mesmo período de 2024. Este desempenho positivo, detalhado na análise da Bright Consulting, consolida a tendência de alta observada ao longo de 2025, com um acumulado de 1.024.237 unidades nos primeiros 5 meses e a quinzena de junho, contrastando com as 966.364 unidades no mesmo intervalo de 2024. Este comparativo anual representa um crescimento notável de 6,0%, indicando a resiliência e a expansão do setor.
As vendas diretas foram o grande motor do mercado na quinzena, respondendo por 52,7% das transações, o que representa a maior participação deste canal no ano até o momento. Em maio, esse índice era de 50,0%, e em junho de 2024, estava em apenas 43,5%. Este crescimento expressivo nas vendas diretas reflete um avanço consistente nas operações com frotistas (empresas que compram grandes volumes de veículos para suas frotas), locadoras e clientes corporativos, que vêm impulsionando o mercado ao longo de 2025, com uma média acumulada de 46,1% no ano, contra 42,1% em 2024. Este fenômeno demonstra uma mudança estrutural na forma como os veículos são comercializados no país.
Por outro lado, o canal de showroom, que se refere às vendas realizadas diretamente nas concessionárias para o consumidor final e é fundamental para a rentabilidade dessas redes, apresentou um leve recuo na quinzena. Sua participação nas vendas passou de 50,0% para 47,3%, indicando que a demanda está se reconfigurando com uma maior concentração nas vendas para empresas e frotas, impactando o fluxo tradicional das lojas físicas.
Na análise da participação de mercado por montadora, a Volkswagen se destacou na quinzena, apresentando um crescimento de 3,5 pontos percentuais, saltando de 16,4% para 19,9%. A montadora alemã se beneficiou de um forte desempenho nas vendas diretas e de uma presença consolidada no segmento de frotas, demonstrando a eficácia de sua estratégia comercial. Honda e Mercedes-Benz também registraram avanços em sua fatia de mercado, indicando um bom momento para estas marcas no período.
Em contrapartida, a Fiat perdeu 0,7 ponto percentual de participação, a Hyundai teve uma queda de 1,7 ponto percentual e a Renault recuou 0,1 ponto percentual. Mesmo com a leve retração, a Fiat manteve a liderança no ranking das 5 montadoras mais vendidas na primeira quinzena de junho, com 20.024 unidades (20,7%), seguida de perto pela Volkswagen, com 19.263 unidades (19,9%). Chevrolet (GM) ocupou a terceira posição com 10.270 unidades (10,6%), seguida por Hyundai com 9.417 unidades (9,7%) e Toyota com 7.439 unidades (7,7%), consolidando as principais forças do mercado.
A participação regional das vendas também apresentou uma mudança interessante. Contrariando a tendência histórica, Minas Gerais liderou os emplacamentos com 27,0% das vendas na quinzena, superando São Paulo, que registrou 24,0%. Este movimento, alavancado pelas vendas a locadoras, mostra uma descentralização da demanda. Paraná (6,9%) e Rio Grande do Sul (4,4%) completaram o ranking das principais regiões, evidenciando a capilaridade do mercado automotivo brasileiro.
Os veículos eletrificados continuam a demonstrar um crescimento robusto, tanto em volume quanto em participação de mercado. Foram somadas 8.888 unidades na quinzena, um pouco acima do total da primeira quinzena de maio (8.788) e com um avanço expressivo sobre junho de 2024 (6.531 unidades). Este dado representa um aumento de 36% ano contra ano, e os eletrificados já representam 9,2% das vendas totais da quinzena, solidificando sua relevância no cenário automotivo nacional.
No acumulado de 2025, já foram 99.392 veículos eletrificados emplacados, um salto significativo em comparação com as 70.585 unidades registradas no mesmo período de 2024. Isso representa um crescimento de 40,7%, com a participação dos eletrificados subindo de 7,3% para 9,7% na mesma comparação. A distribuição por tipo de propulsão na quinzena mostra o avanço das diferentes tecnologias: BEV (100% elétrico) com 2.879 unidades (32,4%), PHEV (híbrido plug-in) com 2.486 unidades (28,0%), MHEV (híbrido leve) com 2.046 unidades (23,0%) e HEV (híbrido convencional) com 1.477 unidades (16,6%).
Entre os modelos mais vendidos por segmento de eletrificados, o BYD Dolphin Mini liderou entre os BEV com 778 unidades (27%). O GWM Haval H6 destacou-se nos segmentos PHEV e HEV, com 814 unidades (32,7%) e 379 unidades (25,7%) respectivamente. No segmento MHEV, o Fiat Fastback foi o mais vendido, com 1.047 unidades (51,2%), mostrando a preferência do consumidor brasileiro por modelos com essa tecnologia híbrida leve.
As marcas chinesas tiveram uma leve retração na quinzena, com participação de 7,2%, contra 8% em maio. Essa pequena queda pode estar relacionada a oscilações nas entregas de veículos ou a campanhas promocionais menos agressivas. No entanto, o acumulado do ano ainda aponta uma trajetória sólida de crescimento para fabricantes como BYD e GWM, indicando que a presença asiática no mercado brasileiro de eletrificados continua forte e em expansão a longo prazo.
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Vendas Diretas – Modalidade de venda de veículos realizada diretamente da montadora para empresas (frotistas, locadoras) ou produtores rurais, sem passar por um concessionário tradicional.
Eletrificados – Categoria de veículos que utilizam alguma forma de propulsão elétrica, incluindo veículos totalmente elétricos (BEV) ou híbridos (PHEV, MHEV, HEV).
BEV (Battery Electric Vehicle) – Veículo elétrico movido exclusivamente por baterias, sem motor a combustão.
PHEV (Plug-in Hybrid Electric Vehicle) – Veículo híbrido que possui um motor elétrico e um motor a combustão, e sua bateria pode ser recarregada através de uma tomada externa (plug-in).
