O cobre está sendo usado para o transporte de água há milhares de anos e a primeira instalação conhecida foi feita em um templo egípcio há quase 5.000 anos. O material pode suportar temperaturas e pressões elevadas e pode ser exposto aos raios UV, temperatura e oxigênio de ambientes abertos.
[box type=”info” align=”aligncenter” ]No mercado é possível encontrar vários tipos de tubulação para instalações hidráulicas. Cada uma possui suas vantagens e desvantagens.
O cobre já vem sendo usado há muitos anos nas tubulações, porém perdeu espaço neste nicho de mercado devido ao surgimento de novas tecnologias – produtos à base de polímeros ou plásticos. Contudo, a tubulação de cobre possui uma elevada vida útil, mas a sua instalação é mais complexa.
As conexões precisam ser soldadas com chama, além de este material exigir o uso de isolamento térmico, pois transmite o calor da água para a parede e precisa de juntas de dilatação.
Mas, a sua aplicação diminui os custos e os prazos ao oferecer amplas opções de diâmetros e espessuras em suas paredes, o que permite uma grande adaptação a outras peças, especialmente em instalações de água e de gás.
A manutenção é mais fácil que a de outros tipos de tubos e a vida útil é eterna. Importante é que as tubulações de cobre sejam utilizadas de acordo com a norma técnica.
Mauricio Ferraz de Paiva[/box]
A tubulação de cobre pode ser utilizada em vários serviços: água potável, aquecimento, gás, gases medicinais, sistemas de energia solar, extintores de incêndio, sistemas de ar condicionado. Ela atende aos requisitos de segurança em uma ampla gama incomparável de temperaturas e pressões.
Devido à sua excelente condutividade térmica, o cobre é o melhor material para a troca de calor (ou fluidos frios), por isso que é um dos mais eficientes aquecimentos irradiados com circuitos em tubo de cobre.
São materiais excelentes no combate ao acúmulo de germes e bactérias. E, em casos de demolição ou renovação, podem ser 100% reciclados sem perda de desempenho para ser reaproveitado.
O cobre tem uma característica única entre os materiais utilizados para o transporte de água potável: suas propriedades de higiene podem combater e inibir a proliferação de bactérias. Isso ajuda a água a se manter potável e saudável.
Diversos trabalhos de pesquisa têm demonstrado o benefício do cobre e alguns hospitais decidiram instalar tubos de cobre para o seu sistema de tubulação de água para proteger a saúde de seus pacientes.
Além disso, o tubo de cobre pode libertar apenas os íons de cobre na água, que são necessários para o metabolismo do nosso corpo: a água que bebemos e usamos não irá conter aditivos, pigmentos, compostos orgânicos voláteis ou outros compostos sintéticos.
O cobre é o material de escolha para instalações de aquecimento, graças à sua confiabilidade e segurança. Ele funde a 1.083°C, por isso a água quente ou vapor não amolecem ou alteram a forma do tubo, ou seja, a alta temperatura não encurta a vida do tubo e, consequentemente, a vida útil da instalação.
Além disso, possui uma excelente condutividade térmica e, por esse motivo, é o material mais eficiente para sistemas de troca de calor.
Os tubos de cobre para gás podem ser colocados em quase toda parte: interior e exterior, incorporado, no solo ou em estruturas dedicadas, porque é capaz de cumprir os requisitos de segurança para este tipo de instalação.
O metal vermelho não é permeável a gases e ar, de forma que nenhum vazamento ou contaminação de fora é possível; oxigênio, raios UV e temperatura não diminuem suas propriedades mecânicas.
Atualmente, o encanamento para condução da água quente nas residências requer a atenção de quem está reformando ou tem planos de modernizar o imóvel. Isso porque as tubulações hidráulicas precisam ser adequadas para condução da água com segurança e eficácia.
Nessa escolha, a preferência deve considerar a durabilidade do material, a resistência à pressão e a temperaturas elevadas, características das tubulações de cobre, que ainda têm a vantagem de não sofrer deformações ou acúmulo de resíduos sólidos em suas paredes.
Por ser um metal com boa condutividade térmica, o cobre evita a perda de calor da água, conservando-a quente no interior da tubulação até a saída. O metal se funde a 1.083°C, de forma que a água e o vapor quentes não causam qualquer dano às tubulações.
Dependendo da necessidade, os tubos podem ser embutidos ou aparentes e usados para condução de água potável, água aquecida, gás, sistemas de ar-condicionado e de energia solar.
O material não racha nem sofre ressecamento, por isso pode ser exposto à ação do sol, chuva, calor ou frio, em ambientes abertos.
O diâmetro dos tubos de cobre pode, inclusive, ser menor se comparado a de outros materiais, pois sua parede lisa e íntegra não retém sujeira, evitando incrustações e estreitamentos da passagem da água.
As prumadas de cobre resistem à pressão pelo menos 3,5 vezes mais que o mínimo exigido em norma. Essas tubulações também têm grande resistência quando a pressão aumenta em função de uma parada brusca da água, no caso do fechamento de uma válvula de descarga ou de um refluxo.
A NBR 15345 de 11/2013 – Instalação predial de tubos e conexões de cobre e ligas de cobre – Procedimento estabelece os requisitos mínimos de montagem e instalação de tubos de cobre, conexões de cobre e ligas de cobre, usados para condução de água fria, água quente, gases combustíveis, gases refrigerantes, gases medicinais e outros fluidos; em instalações residenciais, comerciais, industriais, hospitalares, de combate a incêndio, bem como para outras aplicações compatíveis; em termos de segurança, durabilidade, manutenção e estanqueidade.
Não tem por objetivo estabelecer requisitos de segurança, associados ao uso de sistemas que utilizam tubos de cobre e conexões de cobre e ligas de cobre. As práticas apropriadas de segurança e a aplicabilidade de requisitos adicionais devem ser estabelecidas e adotadas antes do uso pretendido.
O material utilizado nas instalações deve ser manuseado e armazenado de modo que sejam preservadas suas características originais. Os tubos e conexões devem ser armazenados em local limpo, coberto, arejado e sem umidade. Quando for impraticável o armazenamento nessas condições, os tubos devem ser dispostos com uma inclinação mínima de 5 %.
Os tubos e conexões não podem manter contato direto com o solo. Os tubos devem ficar em cima de apoios, a uma altura mínima de 75 mm, e as conexões acondicionadas em caixas colocadas em prateleiras.
Sobre os tubos não podem ser colocados produtos químicos, vergalhões e outros materiais que possam causar danos à sua superfície e não podem sofrer choques mecânicos. Os tubos não podem ser arrastados por ocasião de seu transporte.
Os tubos não podem ser cobertos com lona plástica, para evitar que ocorra acúmulo de umidade pela falta de ventilação ou aeração adequada. Os tubos de cobre não podem ser colocados em contato com tubos de aço, arames de aço, aço para construção ou outro metal que não seja de cobre ou de suas ligas. Os tubos devem ser verificados quanto à sua integridade e limpeza antes da sua utilização.
Em tubulações aparentes, devem ser utilizados suportes para a fixação. Os materiais de fixação não podem ser constituídos de materiais que possam provocar danos na superfície dos tubos ou algum tipo de corrosão. Os suportes podem ser fixados nas alvenarias de elevação ou fechamento, em lajes e em outros elementos estruturais, ou então apoiados na superfície.
A fixação dos suportes na edificação deve ser feita com materiais adequados à utilização da edificação e ao meio no qual o material será aplicado. Sempre que houver mudança de direção no caminhamento da tubulação ou for identificado um ponto de possível fragilidade ou esforço, deve ser instalado um suporte para a fixação da tubulação.
Para tubos enterrados, devem ser previstos meios de proteção que garantam a integridade dos tubos (por exemplo, laje, canaletas ou envelopamento de concreto), sempre que identificado algum tipo de agressão ou esforço potencial.
As tubulações devem receber proteção anticorrosiva através de aplicação de fitas adesivas específicas para tal finalidade, ou outros meios adequados, levando-se em conta o meio onde estão instaladas e o material da própria tubulação.
Em paredes construídas em alvenaria, a fixação da tubulação deve ser feita com argamassa de cimento e areia, evitando-se o contato com materiais heterogêneos ou potencialmente corrosivos.
No caso de paredes pré-moldadas, sistemas dry wall, pisos elevados e tetos rebaixados, a fixação da tubulação deve ser feita por intermédio de suportes de fixação adequados de forma a manter a tubulação permanentemente posicionada.
O instalador deve possuir habilitação formal (treinamentos, certificados de qualificação, experiência profissional na área, etc.) para realização dos serviços de união entre tubos e conexões, bem como instalação da tubulação, contemplando no mínimo as seguintes capacitações: interpretação de projetos; identificação dos componentes a serem utilizados (incluem as dimensionais);
Realização de cortes em tubos e limpeza de tubos e conexões; realização do processo de solda; realização do processo de flangeamento; realização do processo de prensagem radial; familiaridade com elementos da instalação; operação de equipamentos para instalação; conhecimento das normas técnicas de instalações específicas; e conhecimento desta norma.
A limpeza deve ser sempre realizada ao término da montagem da tubulação. Nas instalações prediais de água e proteção contra incêndio, recomenda-se a lavagem da tubulação para retirar impurezas e excessos de materiais procedentes da soldagem (fluxo e solda) e da montagem de conexões (elementos de vedação) que possam ter permanecido em seu interior.
A lavagem da tubulação é realizada por circulação de água limpa por toda a tubulação, com pressão mínima de 9 m de coluna d’água, deixando circular a água até que ela apresente aparência livre de sujeira e materiais impróprios. Caso o sistema não entre em operação, esgotar a água da tubulação até a sua efetiva utilização.
A instalação de tubos e conexões deve ser ensaiada quanto à sua estanqueidade. O procedimento específico para verificação da estanqueidade deve ser conforme o tipo de instalação executada. Os ensaios de estanqueidade devem ser realizados por pessoal devidamente habilitado.
A estanqueidade deve ser verificada antes e após o fechamento de paredes, tetos ou pisos. A estanqueidade da instalação pode ser verificada por partes ou na totalidade.
No caso de o ensaio ser feito por partes, após a conclusão da instalação, é necessário fazer uma verificação da estanqueidade de toda a tubulação. As partes da instalação que apresentarem vazamento devem ser substituídas ou reparadas, e a instalação deve ser novamente ensaiada até a sua completa estanqueidade.
Mauricio Ferraz de Paiva é engenheiro eletricista, especialista em desenvolvimento em sistemas, presidente do Instituto Tecnológico de Estudos para a Normalização e Avaliação de Conformidade (Itenac) e presidente da Target Engenharia e Consultoria – mauricio.paiva@target.com.br