Prof. Antonio Carlos da Fonseca B. Pinheiro
A palavra globalização, tão presente nos dias de hoje, pode ser entendida como a maneira pela qual o homem está percebendo as diversas regiões de nosso planeta.
Isto quer dizer que culturas regionais, que até então eram preservadas de influências diretas de outros povos situados em pontos mais distantes, passaram a sofrer influências quase que instantâneas.
Podemos, então, dizer que a globalização é conseqüência da maior e melhor comunicação entre os povos, fruto do desenvolvimento da engenharia na área de telecomunicações e informática. Na educação superior não deveria ser diferente.
Os estudantes que hoje chegam a um curso de engenharia têm muito mais informação do mundo globalizado que os de outra época. Suas percepções globais foram invariavelmente desenvolvidas através de informações de multimídia.
Com este novo panorama surge um novo desafio para os educadores: “Como o professor de engenharia pode formar um profissional capaz de responder a um mercado de trabalho exigente, que a todo instante está se renovando e cuja fronteira geopolítica não mais existe? Como motivar o aluno a estudar com esta nova realidade?” A resposta é clara: “Despertando no aluno a curiosidade pela profissão!” É necessária a renovação pedagógica de nossos métodos de ensino e aprendizagem.
Os cursos que ainda utilizam o modelo pedagógico tradicional são por vezes desestimulantes levando o aluno ao desinteresse pela profissão e por vezes a situações extremas do abandono de curso.
A evasão escolar é um sério dano à missão da universidade em seu papel de desenvolvimento da sociedade.
Um modelo pedagógico deve ser baseado na percepção desta realidade, e seu agente idealizador e motivador é o professor.
Existe uma percepção que o ensino tradicional presencial estaria com seus dias contados.
O ensino estaria passando de uma característica de massificado, conseqüência da revolução industrial, para um ensino personalizado, conseqüência da revolução da informação, pois cada aluno teria uma condição diferente de informações ao ingressar em um curso superior.
Se o professor é visto como o principal agente facilitador do aprendizado ele deve ser preparado para esta realidade.
É claro que em um curso de engenharia temos os professores que se dedicam à ciência e outros que são especializados em segmentos profissionais.
As soluções encontradas pelos professores de engenharia variam conforme a realidade regional e com os propósitos de cada instituição.
O fundamental é que a instituição esteja aberta e preparada para novas propostas pedagógicas e a eventuais correções de rumo, para isso é fundamental a contínua auto-avaliação.
Portanto não existe uma solução única para o problema, cada instituição deverá ter jovialidade em suas propostas se quiser sobreviver ao mundo globalizado.
Aqueles que são educadores e não somente transmissores de conhecimento já perceberam esta condição e estão trabalhando para não perder o espaço que foi conquistado em muitos anos de trabalho.
* Debatedor: Prof. Dr. Eng. Antonio Carlos da Fonseca Bragança Pinheiro Diretor da Escola de Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie