Uma das peças mais críticas no projeto e construção dos motores de quatro tempos pode desaparecer em breve. Os departamentos de pesquisa de várias indústrias estão trabalhando num sistema eletromagnético para controlar a abertura das válvulas, que pode aparecer em novos motores antes do que se pensa.
Atualmente, as válvulas que controlam a entrada de ar e combustível e a saída dos gases queimados dos cilindros são acionadas por um eixo dotado de ressaltos. O momento ideal para abrir e fechar as válvulas, assim como o tempo que permanecem abertas, varia com a rotação do motor e as fábricas procuram hoje projetar comandos que casem, da melhor maneira possível, desempenho com economia.
Motores mais sofisticados podem ter comandos variáveis, em geral com um perfil para baixas e outro para altas rotações. Essas soluções, porém, são complicadas e caras. Comandar as válvulas eletricamente permitirá ajustar seu posicionamento ao regime de trabalho do motor, integrando o comando das mesmas aos computadores que controlam a injeção e combustível e a ignição.
Engenheiros da Renault, uma das empresas que pesquisam o comando eletromagnético, acreditam que isso permitirá uma redução de consumo entre 15 e 20% e uma redução na emissão de poluentes de mesma ordem. A desativação de cilindros, um recurso usado em motores V-8 como os da Mercedes e da Cadillac para economizar combustível também ficará bem mais simples do que é hoje. Livres dos comandos de válvulas mecânicos, os motores perderão peso e ficarão menores, ajudando os projetistas a fazer carros mais leves, com maior espaço interno e mais aerodinâmicos.