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Quando o problema persiste

Um carro novo começa a apresentar defeito. Após várias idas à concessionária, nada é resolvido e o motorista descobre que há muitos outros carros iguais com o mesmo problema. É coincidência ou erro de projeto?

A dentista Carmen Amorim, por exemplo, comprou um Escort 98/99 e logo notou que a embreagem trepidava. A concessionária dizia que estava tudo normal, mas, aos dez mil quilômetros, houve um solavanco e as marchas deixaram de entrar.

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Carmem pagou o conserto de R$ 700 e a embreagem continuou trepidando. Um laudo da Ford determinou que estava havendo mau uso do carro.

— Tenho 20 anos de carteira e nunca precisei trocar a embreagem. Como pode ter acontecido isso duas vezes em 13 mil quilômetros? — pergunta a dentista, que descobriu outros dez donos de Escort 98/99 nessa situação.

A Ford diz que não há um grande volume de reclamações sobre peças defeituosas ou problemas na embreagem do Escort.

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Nas picapes S10, a pane pode estar no limpador de pára-brisa, que, volta e meia, se recusa a funcionar. O motorista vai à autorizada e descobre que o conserto sai por R$ 700, valor que inclui a troca do motor elétrico que movimenta as palhetas.

— Quando soube do preço na autorizada, fui a um eletricista e ele me falou que não havia conserto — conta Carlos Alberto Ferreira, dono da picape.

Contando o caso para amigos, Carlos Alberto descobriu outros proprietários de S10 feitas entre 95 e 98 reclamando do limpador. A empresária Cristina Hoffmann, dona de uma S10 97/98, lembra:

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— Na concessionária falaram que era um problema de série, mas paguei R$ 680 porque a garantia já havia vencido — conta.

Mais inventivo, Carlos Alberto descobriu uma solução caseira: pôs um fio terra no motorzinho e deixou de ter problemas.

A General Motors afirma que o limpador nunca deixava de funcionar totalmente: “Na prática, uma das velocidades é que podia apresentar falhas intermitentes, por problema de umidade”.

A montadora diz que corrigiu o problema assim que o detectou. O texto enviado pela montadora diz ainda que “a GMB não concorda com a afirmação de que os problemas acontecem em vários carros, pois, na verdade, foram casos esporádicos”.

O baterista Alex Teix levou um ano para conseguir que seu Renault Scénic 2.0 mantivesse a marcha lenta.

— A marcha lenta enlouquecia. O giro às vezes chegava a 3.000 rpm e às vezes descia até o motor morrer — conta Alex.

O carro saía funcionando bem da concessionária mas voltava a falhar.

— Na terceira tentativa, um funcionário deixou escapar que o Scénic tem esse defeito numa válvula chamada Hitachi — afirma o baterista.

Um carro da concessionária doou uma válvula nova e hoje o Scénic de Alex já pega marcha lenta.

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